Língua Portuguesa e Literatura para o Enem

Mês: junho 2016 (Page 1 of 2)

Todo mundo x Todo o mundo – qual a diferença?

Todo mundo x Todo o mundo: qual a forma correta? Neste artigo, vamos resolver essa questão e veremos se há diferença entre as duas expressões. Vejamos!

A mesma coisa?

O gramático Domingos Paschoal Cegalla, no Dicionário de dificuldades da língua portuguesa, afirma que as duas formas estão corretas, mas que é preferível utilizar “todo o mundo“.

Há, contudo, uma leve diferença entre as duas expressões.

O mundo inteiro

Isso ocorre, porque o uso do artigo definido “o” dá a ideia de inteireza e totalidade. Assim, a expressão todo o mundo significa o mundo inteiro.

ex: Todo o mundo parou por causa da pandemia do coronavírus.

ex: O mundo inteiro parou por causa da pandemia do coronavírus.

Todas as pessoas

Já a expressão sem artigo passa a impressão de conjunto, de grupo. Dessa forma, todo mundo significa todas as pessoas.

ex: Todo mundo quer uma vida melhor.

ex: Todas as pessoas querem uma vida melhor,

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A partir x À partir: tem crase?

A locução
Em geral, só existe crase antes de palavras no feminino. Nunca haverá crase antes de verbo. Logo, o correto é a partir.

ex: Ele começa a trabalhar a partir de amanhã.

Crase x Verbos

Antes de tudo, é preciso lembrar que a crase é o encontro da preposição ‘a’ como o artigo definido ‘a’:

À = A (prep.) + A (art.)

O artigo sempre vai acompanhar um substantivo ou um termo substantivado. Como verbos não podem ser acompanhados de artigo, não é possível a ocorrência de crase.

Então, para fixar, lembre: a partir de hoje, você não usará a crase antes de verbos.  

A partir de x Apartir de

A partir de é uma locução prepositiva e deve sempre ser escrita separada. Em geral, ela é usada para demarcar um limite inicial (a partir daqui, a partir daquela linha).

ex: A partir de amanhã, vou começar a estudar português todos os dias.

A locução é sinônima de: a começar de, originada de, a datar de, com início em, de agora em diante.

OBS: uma locução prepositiva é um conjunto formado por duas ou mais palavras que exercem nas frases a função de uma preposição.

Gostou deste post? Aprofunde ainda mais seus conhecimentos com nosso guia completo da crase.

Veja também três casos em que a crase é facultativa:

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Quer aprofundar seus conhecimentos na língua portuguesa? Então, continue seus estudos com a Gramática On-line do Clube do Português.

Pan-americano ou panamericano?

Panamericano-ou-pan-americano

Pergunta da leitora : Depois do Acordo Ortográfico, escrevemos pan-americano ou panamericano?

Resposta:

As palavras compostas pelo prefixo pan  levam hífen quando a outra palavra começar com vogal, ‘h’, ‘m’ ou ‘n’. Isso não mudou com o Acordo Ortográfico, que passou a vigorar de forma definitiva no início de 2016.

Logo, a forma correta é pan-americano, com hífen.

Ex1: O Brasil se sai melhor nos Jogos Pan-Americanos do que nas Olimpíadas.

Ex2: A nadadora Joanna Maranhão é medalhista pan-americana.

Vejamos outras palavras formadas com o mesmo prefixo:

  • Com hífen: pan-africano, pan-histórico, pan-iconográfico, pan-helênico, pan-islamismo.
  • Sem hífen: pancelestial, pandemônio, pancontinental.

Vale destacar que o prefixo pan vem do grego e significa “totalidade”.

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Sócio-cultural ou sociocultural?

Sempre fico em dúvida! Como se escreve- sócio-cultural ou sociocultural-

Sócio-cultural x Sociocultural: qual a forma correta? Com o Acordo Ortográfico, houve mudanças nas regras para uso do hífen. Um dos prefixos que sofreu alteração foi socio.

Com hífen ou sem hífen?

Agora, todas os nomes compostos com o prefixo socio são escritos sem hífen, EXCETO quando a segunda palavra começar com as letras H ou O. Assim, a forma correta é sociocultural. 

Vale destacar que, quando a segunda palavra começa com “s” ou “r”, essas letras devem ser dobradas.

Vejamos alguns exemplos de cada caso:

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“Como, por exemplo” é um pleonasmo vicioso?

Pergunta da leitora : Em frases do tipo “É preciso reconhecer os principais problemas, como tempo de casa e hora trabalhada, por exemplo”. Ou “como, por exemplo, tempo de casa e hora trabalhada”. É correto usar como e por exemplo em uma mesma frase? Já ouvi dizer que é redundante. O certo é colocar só como ou só por exemplo. Confere? Ou não tem problema usar os dois juntos?

Resposta:

As expressões como e por exemplo podem ser usadas na mesma frase? Neste artigo, vamos analisar essa questão e mostrar se os termos podem ou não aparecer juntos. Vejamos!

Estilo x Erro

Os termos como e por exemplo  transmitem ambos a ideia de exemplificação. Isso quer dizer que a construção “como, por exemplo” configura um pleonasmo.

Esse fato não configura um erro em si, pois a redundância trazida pelo pleonasmo pode ocorrer por dois motivos.

Por um lado, o uso de expressões com o mesmo significado pode representar um erro do autor. Nesse caso, estaríamos diante de um pleonasmo vicioso.

Por outro, o uso de termos que possuem sentido semelhantes pode funcionar como estratégia de realce de ideias (pleonasmo de estilo). Nesse sentido, seu uso é legítimo.

Feita essa contextualização, voltemos ao exemplo trazido pela leitora:

ex: É preciso reconhecer os principais problemas, como tempo de casa e hora trabalhada, por exemplo.

Nesse período, o uso conjunto de “como” e “por exemplo” está correto, porque a repetição de sentidos reforça a ideia de que “tempo de casa” e “hora trabalhada” são apenas dois dentre vários “problemas”.

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Obrigado você ou obrigado a você?

Pergunta do leitor: Pedro, apresento um programa de TV e no fim das gravações geralmente agradeço os entrevistados dizendo “obrigado fulano, obrigada Beltrana e obrigado a você que nos assiste”. Está certo? Porque com os entrevistados não uso a preposição. Qual a melhor forma de dizer este último obrigado para o telespectador?

Resposta:

Afinal, o correto é obrigado você ou obrigado a você? Para resolver essa questão, é preciso voltar à origem da expressão “obrigado”. Vejamos!

Obrigado a você

Na sua origem, o uso da palavra obrigado como forma de agradecimento tem o sentido de “estou obrigado a retribuir seu favor”.

Nesse sentido, se o objetivo é mostrar gratidão a alguém, o correto é utilizar a preposição.

Ex: Obrigado ao senhor secretário pela entrevista.

Obrigado você

Se você disser obrigado você, o que estará dizendo é que a pessoa é que está obrigada a retribuir seu favor. O sentido aqui seria: “quem está obrigado a fazer alguma coisa não sou eu, é você”.

O uso da expressão sem a preposição é cabível quando você responde alguém. Vejamos no exemplo abaixo:

Entrevistado: Obrigado pelo convite.

Entrevistador: Obrigado eu. (Obrigado estou eu).

Verbo x Interjeição

De acordo com o professor da Universidade de Lisboa, Marcos Neves, o uso da palavra “obrigado” como forma de agradecimento é relativamente recente. Somente no século XIX, é que o termo passou a ser usado com esse significado.

Nesse contexto, surgiu uma divergência entre os gramáticos. Há um grupo que entende que obrigado é o particípio do verbo obrigar. Nesse sentido, como forma nominal do verbo, a palavra permitiria flexão gênero. Essa é a abordagem mais aceita atualmente.

Assim, homens diriam “obrigado” e mulheres “obrigada”.

Em contrapartida, seguindo uma nova perspectiva, há uma parcela dos estudiosos da língua que considera que “obrigado” funcionaria como uma interjeição. Logo, seria um termo invariável. Dessa forma, tanto homens quanto mulheres deveriam utilizar somente a forma masculina “obrigado”.

Gostou do texto? Então, vale a pena conferir o vídeo que fizemos sobre a regra básica para o uso de siglas:

Aprofunde seus estudos e conheça os principais casos de concordância verbal e nominal:

“Você” é 2ª ou 3ª pessoa? Wesley Safadão ajuda a explicar

wesley-safadao

Afinal de contas o pronome você é segunda ou terceira pessoa do singular? Neste artigo, vamos resolver essa dúvida. Para isso, vamos analisar uma famosa música do Wesley Safadão.

Assista aí de camarote

Na letra de uma das suas músicas, o cantor Wesley Safadão diz o seguinte: “agora assista aí de camarote eu bebendo gela e tomando Círoc”. Será que a conjugação adotada está correta?

Vejamos. No caso, “assista” é o imperativo afirmativo do verbo “assistir”, referente à terceira pessoa do singular.  Na frase, está subentendido que o verbo se refere ao pronome você (assista você). Para verificar se a conjugação adotada está correta, é preciso definir se você é segunda ou terceira pessoa do singular.

Pessoa do discurso x pessoa gramatical

Antes de tudo, é preciso fazer um distinção. Na língua portuguesa, há uma diferença entre pessoas do discurso e pessoas gramaticais.

Quando falamos de pessoas do discurso, a classificação é feita de acordo com a posição no ato comunicativo:

  • 1ª pessoa – Aquela que fala (eu, nós);
  • 2ª pessoa – Aquela para quem se fala (tu, vós, você, vocês);
  • 3ª pessoa – Aquele de quem se fala (ele, ela, eles, elas).

Nesse sentido, no tocante a pessoas do discurso, você é classificado como segunda pessoa.

Já as pessoas gramaticais indicam qual flexão verbal adotar, qual pronome oblíquo utilizar entre outros.  Assim, nesse tipo de classificação, você é enquadrado como terceira pessoa do singular.

Logo, Wesley Safadão emprega corretamente o verbo “assistir”. Ponto para ele!

Gostou do texto? Então, vale a pena assistir ao vídeo em que explicamos como fazer um parágrafo perfeito:

Aprofunde seus estudos e conheça os principais casos de concordância verbal e nominal:

Macete de menino: como identificar a função sintática do pronome oblíquo?

Como descobrir qual a função sintática do pronome oblíquo? Neste artigo, vamos apresentar um macete muito simples para resolver essa dúvida.

Vale lembrar que o pronome oblíquo é aquele que, na sentença, exerce a função de complemento verbal, ou seja, de objeto direto ou de objeto indireto.

O menino

Para identificar a função sintática do pronome oblíquo, basta substituí-lo pela expressão “o menino” e, então, analisar a função dela na oração.

Ex.: A mãe maltratava-o muito.

Substituindo: A mãe maltratava o menino muito.

Quem maltrata, maltrata alguém. Logo “maltratar” é verbo transitivo direto e “o menino” é o objeto direto.

Pronto! Agora já sabemos que pronome oblíquo “o” tem função de objeto direto.

Fácil, né?

Pronome oblíquo

Os pronomes oblíquos são divididos entre átonos e tônicos. Confira abaixo a lista de pronomes oblíquos átonos:

  • Singulares: me, te, lhe, o, a, se;
  • Plurais: nos, vos, lhes, os, as, se.

Agora confira a lista de pronomes oblíquos tônicos:

  • Singulares: mim, comigo, ti, contigo, ele, ela, si, consigo;
  • Plurais: nós, conosco, vós, convosco, eles, elas, si, consigo, eles, elas, si, consigo.

É importante destacar que o pronomes átonos não são acompanhados de preposição. Já os tônicos sempre devem ser precedidos pela preposição.

ex1: Ele entregou o presente para mim. (tônico)

ex2: Ele me entregou o presente. (átono)

Gostou do texto? Então, vale a pena assistir ao vídeo que fizemos sobre a pronúncia correta da palavra RUBRICA:

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Implicar – veja a forma correta de utilizar o verbo

Veja como usar o verbo

Às vezes um erro se repete tanto, que algumas pessoas passam a achar que ele é um acerto. É o caso do verbo implicar. Neste artigo, vamos analisar a regência deste verbo.

Transitivo direto x Transitivo indireto

Ele pode ser transitivo direto ou transitivo indireto. No primeiro caso, ele não exige o uso da preposição e é sinônimo de acarretar. Então, o certo é dizer:”aumento da inflação implica aumento de preços”, e não “implica em aumento de preços”.

Já como transitivo indireto,  o verbo é sinônimo de pirraçar ou perturbar.

ex: A sogra implica com o genro.

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