Língua Portuguesa e Literatura para o Enem

Mês: fevereiro 2017 (Page 2 of 2)

O que é vocativo – Como identificar e exemplos de uso

Algumas vezes em textos ou frases se apresenta o vocativo, um recurso linguístico  bastante utilizado quando queremos chamar atenção para alguma parte específica.

É muito importante conhecer a estrutura gramatical das frases, para conseguir imprimir um tom claro e coerente aos textos. 

Pensando nisso, neste texto vamos explicar o conceito do vocativo, dar exemplos para facilitar sua identificação e compreensão, mostrar a diferença entre vocativo, sujeito e aposto e esclarecer de que formas o vocativo se apresenta nas frases.

O que é vocativo?

Quando queremos dar ênfase a algum termo da frase sem que ele seja subordinado a qualquer outro, utilizamos o vocativo. Que é o recurso gramatical para representar uma entonação maior e chamar a atenção, invocando algo ou alguém.

Ao utilizar o vocativo, o falante se dirige a quem estiver ouvindo, ou lendo. É utilizado no discurso direto, com uma ênfase de apelo, e pode aparecer em qualquer parte da frase, início, meio ou fim. 

Uma característica do vocativo é que mesmo ao removê-lo, a frase continua tendo sentido completo, já que o vocativo não tem relação sintática com os outros termos da frase. Não faz parte do sujeito ou do predicado. O vocativo é independente.

Como identificar o vocativo em uma frase?

O vocativo é utilizado nas frases como um acessório, um recurso para chamar a atenção.

Para identificá-lo basta que seja feito um teste verificando se a frase, sem sua presença, continua fazendo sentido.

Em caso negativo, não é vocativo, e sim o sujeito. Em caso positivo, o termo em questão é o vocativo.

Exemplos: Cátia, vamos estabelecer uma rotina. (se retirarmo Cátia da frase, ela permanece com seu sentido inalterado, então temos um vocativo)

Cátia vai estabelecer uma rotina. (se retiramos Cátia quem irá estabelecer a rotina? Nessa frase Cátia é sujeito)

Qual é a diferença entre sujeito e vocativo?

A função do vocativo num texto ou frase é chamar a atenção para um termo, um tipo de chamamento. Mas ainda que o retiremos da frase, ela não vai perder o sentido.

Exemplo: Júlia! Precisamos sair agora. (sendo Júlia o vocativo, uma espécie de apelo)

Já no caso do sujeito, ele é o principal termo, ou termos, já que sem ele a frase fica sem sentido.

Exemplo: Júlia precisa sair agora. (sendo Júlia o sujeito, que vai sofrer a ação).

É necessário ressaltar que o vocativo sempre estará pontuado, seja com vírgulas ou ponto de exclamação. E sua presença na frase não altera em nada o sentido, ao contrário do sujeito, que é quem sofre ou pratica a ação.

Diferença entre aposto e vocativo

Como dissemos acima, a intenção do vocativo é dar ênfase a algum termo da frase, sem que no entanto o termo seja subordinado a qualquer outro da frase. Ou seja, se retirado, a frase segue completa.

Exemplo: Júlia! Precisamos sair agora. (sendo Júlia o vocativo).

Precisamos sair agora. (mesmo sem o vocativo, a frase tem sentido)

O aposto está numa frase para dar detalhes ou uma descrição de outro termo, em especial do nome, ou substantivo. Ao contrário do vocativo, o aposto depende do nome para estar na frase, mas o substantivo não depende dele para ter sentido.

Exemplo: Júlia, minha filha! Precisamos sair agora. (detalhando quem é Júlia, no caso o aposto dá a descrição de quem se trata Júlia, minha filha).

A pontuação e o vocativo

Para que o vocativo tenha a ênfase necessária, utilizar a pontuação correta é fundamental.

No caso, destacar o vocativo com vírgulas, em caso de uma pausa mais curta, ou utilizar o ponto de exclamação em caso de pausas longas. Até mesmo com reticências o vocativo pode ser ressaltado.

Também é possível fazer uso de interjeições que indiquem apelo, como “ó”.

Exemplo: Ó meu pai, quando essa guerra vai acabar? (perceba que apesar do uso do vocativo, a frase permanece com sentido inalterado mesmo sem o seu uso)

Importância do uso correto dos vocativos

Em uma linha direta de comunicação, o uso do vocativo é bastante comum. Já que é um apelo de quem está falando para quem está ouvindo. 

Temos dois tipos de uso constante do vocativo:

Uso do vocativo para chamar atenção

Usar o vocativo para chamar a atenção de alguém durante uma conversa direta, utilizando o recurso para dar a ênfase necessária. 

Exemplo: Gustavo! Você está muito atrasado.

Uso do vocativo para demonstrar afeto

Para quem deseja exprimir carinho ou afeto, o vocativo se encaixa muito bem nas frases, sem que elas percam sua característica ou ideia principal.

Exemplo: Ah, minha querida! Uma pena essa perda.

Exemplos práticos de uso do vocativo

Para uma maior compreensão das variadas maneiras de como o vocativo pode aparecer nas frases e textos, seguem alguns exemplos bem claros:

Nomes próprios ou substantivos 

Exemplos: “Maria, venha cá!

Menina! Cuidado para não se machucar!

Vamos embora hoje ainda, pessoal!

Olhem, crianças, que vista incrível!

Pronomes pessoais

Exemplos: Você, preste atenção!

Ei vocês, saiam da pista.

Expressões informais

Exemplo: Ei, amigo, me ajuda aqui.

Poderia me ajudar, por favor, camarada?

Hoje vamos sair para comemorar, galera!

*

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Singapura x Cingapura – qual a forma correta?

De acordo com as regras da Reforma Ortográfica, a forma correta é Singapura, com “s”. A palavra Cingapura, com “c”, não existe mais na Língua Portuguesa desde 2016. Neste artigo, vamos explicar melhor essa situação.

A forma correta é Singapura ou Cingapura?

Singapura e a Reforma Ortogrática

Muita gente lembra do Acordo Ortográfico pelas mudanças que ele promoveu no uso do hífen e da acentuação. Porém, ele vai muito além. Ele também padronizou a grafia de várias palavras homófonas, aquelas que têm grafias distintas, mas pronúncias idêticas.

Foi o caso de Singapura.  Até janeiro de 2016, a grafia Cingapura também era aceita. Porém, com a entrada em vigor da Reforma Ortográfica, apenas a primeira forma de escrever está correta: Singapura.

Essa mudança está registrada na Base III do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que trata da da homofonia de certos grafemas consonânticos. Veja o texto original abaixo:

3.º Distinção gráfica entre as letras2 s, ss, c, ç e x, que representam sibilantes surdas:

ânsia, ascensão, aspersão, cansar, conversão, esconso, farsa, ganso, imenso, mansão, mansarda, manso, pretensão, remanso, seara, seda, Seia, Sertã, Sernancelhe, serralheiro, Singapura, Sintra, sisa, tarso, terso, valsa; abadessa, acossar, amassar, arremessar, Asseiceira, asseio, atravessar, benesse, Cassilda, codesso (identicamente Codessal ou Codassal, Codesseda, Codessoso, etc.), crasso, devassar, dossel, egresso, endossar, escasso, fosso, gesso, molosso, mossa, obsessão, pêssego, possesso, remessa, sossegar; acém, acervo, alicerce, cebola, cereal, Cernache, cetim, Cinfães, Escócia, Macedo, obcecar, percevejo; açafate, açorda, açúcar, almaço, atenção, berço, Buçaco, caçanje 3 , caçula, caraça, dançar, Eça, enguiço, Gonçalves, inserção, linguiça, maçada, Mação, maçar, Moçambique, Monção, muçulmano, murça, negaça, pança, peça, quiçaba, quiçaça, quiçama, quiçamba, Seiça (grafia que pretere as erróneas/errôneas Ceiça e Ceissa), Seiçal, Suíça, terço; auxílio, Maximiliano, Maximino, máximo, próximo, sintaxe.

Base III do Decreto 6583 de 2008 (Reforma Ortográfica de 1990)

Posicionamento oficial

Vale destacar ainda que, na própria página da embaixada de Singapura, foi adicionado um aviso alertando que a grafia do nome do país foi unificada pelo Acordo Ortográfico.

Neste contexto, é importante pontuar também que, dentre as nações da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, apenas o Brasil utilizava a antiga forma “Cingapura”, com “c”. Assim, a mudança foi ao encontro do objetivo de harmonizar o idioma entre os países que falam português.

Por fim, é interessante notar que a grafia com “s” se aproxima do nome em inglês (“Singapore”), que é uma das línguas oficiais do país.

Quem nasce em Singapura é o quê?

Segundo a Fundação Alexandre Gusmão (Funag), órgão ligado ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil, o gentílico utilizado para quem nasce em Singapura é singaporense.

Vale ressalvar, porém, que o dicionário Michaelis, também regista a forma singapuriano. Contudo, o ideal é utilizar a grafia oficial indicada pela Funag.

Educação em Singapura

Para fechar este artigo, é válido ressaltar que Singapura tem atualmente um dos melhores sistema de educação do mundo, figurando sempre entre os países mais bem colocados no ranking do Programa de Avaliação Internacional de Estudantes (PISA), que avalia a proficiência dos alunos em três campos: ciências, matemática e leitura.

Os professores singapurenses são um dos mais bem pagos do mundo e passam por um árduo processo de seleção e formação. A excelência no ensino é considerada uma das principais marcas do país para o mundo e tem contribuído para o desenvolvimento tecnólogico e para a competitividade internacional da ilha asiática.

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Qual a melhor forma de corrigir erros de português de alguém?

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Dicas para corrigir erros de português

Existe um ditado que diz deve-se elogiar em público e corrigir em privado. Essa é exatamente a melhor formar de lidar com erros de português de outras pessoas. Vejamos!

Se alguém em uma reunião se equivoca na pronúncia de alguma palavra, corrigi-la na frente de todos só vai gerar constrangimento e chateação. Essa ação vai ser encarada mais como exibicionismo do que como uma preocupação legítima com o desenvolvimento do outro.

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Herói x Heroi – ainda tem acento?

Homem Aranha

Será que a palavra ainda tem acento agudo?

A reforma ortográfica  trouxe algumas mudanças na acentuação das palavras, em especial, no uso do acento agudo. Isso tem criado algumas dúvidas na hora de escrever, como no caso de herói. Ou seria heroi? Vamos descobrir!

IMPORTANTE: Se você ainda não leu o artigo que fala das principais mudanças que o Acordo Ortográfico trouxe para o uso do acento agudo, faça isso agora. Você ganhar muito lendo esse artigo primeiro e depois terminando este.

Ditongos abertos tônicos

A reforma ortográfica baniu o acento agudo nos ditongos abertos tônicos. Porém, e aqui está o pulo do gato, somente nas palavras PAROXÍTONAS!

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O que é conjugação perifrástica?

Perífrase é um recurso que consiste na troca de uma expressão mais curta por outra mais longa. Assim, uma conjugação perifrástica  é aquela que utiliza mais de um verbo para expressar a ideia.  Ela é formada por um verbo principal no infinitivo ou no gerúndio e um verbo auxiliar.

PAUSA: Se você não sabe o que é gerúndio e infinitivo, vale a pena ler primeiro o texto que fizemos sobre as formas nominais dos verbos. Você vai entender melhor este post aqui.

Verbos auxiliares

Os verbos auxiliares mais utilizados nas conjugações perifrásticas são: começar, ter, ir, haver, dever, estar, continuar, acabar.

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Quando utilizar ponto e vírgula?

Ponto e vírgula

Quando se utiliza ponto e vírgula?

O ponto e vírgula é utilizado para caracterizar uma pausa maior que uma vírgula e menor que um ponto. Neste texto, elenco quatro casos de quando usar esse sinal de pontuação.

1) Separar orações coordenadas que tenham relação uma com a outra e que não estejam unidas por uma conjunção

ex: Os rios estão poluídos; os rios estão mortos.

LEMBRETE: Orações coordenadas são aquelas que possuem sentido completo e são independentes entre si.

2) Separar orações coordenadas, quando uma delas já tiver termos separados por vírgula

ex: Dez professores votaram a favor; nove, contra.

DICA: A vírgula ali é utilizada por conta de uma elipse verbal. Veja mais sobre o assunto AQUI.

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Proativo x Pró-ativo – como se escreve?

como se escreve: proativo ou pró-ativo?

Qual a forma correta?

Afinal de contas, a forma correta é proativo ou pró-ativo? Apesar da reforma ortográfica estabelecer que as palavras formadas com prefixo PRO- sempre terão hífen, há algumas exceções. São os casos em que o prefixo (átono) se incorporou à palavra primitiva, como em promover, prover. Há ainda situações em que é possível uma dupla grafia. É exatamente o que ocorre com a dupla de palavras que dá título a este texto.

Segundo o Vocabulário Oficial da Língua Portuguesa (VOLP), as duas formas são possíveis: proativo e pró-ativo. Isso ocorre porque a palavra tem duas origens distintas na sua formação. A primeira  é a  integração à língua portuguesa por meio de um neologismo originado do vocábulo inglês proactive, por conta da influência do meio empresarial. Esse parece ter sido o caminho de proativo.

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