Língua Portuguesa e Literatura para o Enem

Mês: outubro 2017

Como lidar com estudantes com autismo, TDHA e outros transtornos?

Autismo

Renata é jornalista e criou um curso para ensinar professores a lidar com estudantes com autismo, TDHA e outros transtornos.

Há algo fundamental na educação, que afeta milhões de crianças, mas que muitas vezes é pouco valorizado, ou mesmo ignorado, por grande parte das pessoas: acessibilidade. Cada ser humano é um indivíduo único e, por isso, tem necessidades específicas na hora de aprender.

Nesta entrevista, conversamos com a jornalista Renata Monteiro, que montou um curso voltado para professores engajados que desejam fazer a diferença e aprender a lidar com estudantes com autismo, TDHA e outros transtornos. É um conteúdo riquíssimo e muito difícil de se encontrar por aí.

Na conversa, Renata explicou de onde surgiu a ideia. Ela também aborda quais são os principais obstáculos para os estudantes com autismo, TDHA e outros transtornos e explica a diferença entre os conceitos de INTEGRAÇÃO e INCLUSÃO. Tá imperdível!

1) Conta um pouco da sua história. Por que você se envolveu com o tema da edução inclusiva? Como nasceu o Papo de Infância?

Há tempos eu desejava mudar o meu rumo profissional e em setembro de 2016 fui dispensada do trabalho. Na época, decidi que não queria voltar ao mercado de trabalho convencional. Buscava fazer algo que me desse mais tempo de qualidade com o meu filho, hoje com 4 anos, e que me permitisse flexibilidade geográfica.

Me inscrevi num curso online de empreendedorismo materno e achei que ele fosse me dar uma “luz” sobre que projeto colocar em prática. Mas isso não aconteceu. Foi quando surgiu o Realize. Lá que eu me encontrei e decidi criar o Papo de Infância – lançado há 9 meses com a proposta de levar pais a refletirem sobre a importância dos 6 primeiros anos de vida na formação da pessoa.

Três meses após o lançamento do site eu convidei uma amiga – mãe de uma criança autista – para falar sobre o TEA. Eu havia acompanhado toda a trajetória de dificuldades dela e considerava importante discutir o assunto. Foi o meu primeiro contato mais profundo com a educação inclusiva.

2) Quais os principais obstáculos que as crianças autista, com TDHA e outros transtornos enfrentam dentro das escolas?

Os principais obstáculos para as crianças com diferentes tipos de diagnósticos, na minha avaliação, são:

– Diagnóstico tardio;

– Falta de olhar individualizado e sensível da escola em relação ao aluno  (pais de primeira viagem nem sempre percebem que o filho foge aos padrões de desenvolvimento. Mas a escola, que tem know-how no relacionamento com essas crianças, deveria perceber e orientar a família a procurar uma avaliação médica. Só que nem sempre isso acontece);

– Falta de preparo da escola e da equipe pedagógica para lidar com a diferença em sala de aula (Mesmo quando a criança já chega com um diagnóstico definido… o professor, via de regra, fica perdido sobre como lidar com esse aluno. Tem dúvidas sobre as práticas pedagógicas, avaliação, sobre como se aproximar desse aluno e ajudá-lo a se desenvolver).

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Bênção x Benção – qual a forma correta?

A grafia certa é bênção ou benção? A palavra tem ou não tem acento circunflexo? Neste artigo, vamos resolver essa dúvida. Vamos lá!

Acento circunflexo

As duas formas estão registradas no VOLP, o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Academia Brasileira de Letras.

No entanto, a grafia preferencial é BÊNÇÃO. Isso porque, segundo as regras ortográficas, todas as palavras paroxítonas terminadas em “ã”, “ãs”, “ão” e “ãos” devem ser acentuadas.

Ex: Ímã, órfãs, sótão, órgãos, bênção.

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Depois x Após – qual é a diferença?

O leitor Álvaro Bangui nos enviou uma instigante dúvida: qual é a diferença entre as palavras APÓS e DEPOIS? Neste artigo, vamos explicar o que diferencia esses dois termos e explicar quando usar cada um. Vamos lá!

Sinônimos

Primeiramente, é preciso destacar que as duas palavras podem ser usadas como sinônimas. Porém, como se sabe, não existe sinonímia perfeita, ou seja, as palavras nunca são completamente intercambiáveis, porque sempre há algumas nuances de sentido que as diferenciam.

Preposição x Advérbio

A grande diferença entre após e depois reside na classificação gramatical. APÓS pode funcionar como preposição, quando tem o significado de “depois de”, “em seguida a”:

ex: Após a festa, fomos ao restaurante.

APÓS também pode agir como advérbio, quando o sentido é “depois” ou “atrás”.

ex: Minha casa fica após a padaria.

Já o vocábulo DEPOIS exerce somente a função de advérbio de tempo ou de lugar, significando “mais tarde” ou “mais longe”.

ex1: Depois que você terminar o dever de casa, poderá sair para jogar bola.

ex2: Depois da montanha, há um rio.

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Esse, essa, isso x Este, esta, isto x Aquele, aquela, aquilo

Os pronomes demonstrativos “esse”, “este” e “aquele” e suas variações têm três funções principais: 1) referência textual; 2) referência espacial; 3) referência temporal. Neste artigo, vamos explicar cada uma delas.

Referência textual

Nesse caso, usamos os pronomes demonstrativos da seguinte forma:

Este, esta, isto: para antecipar o referente (um termo do texto) ou para retomar o referente mais próximo.

Vejamos um exemplo do primeiro caso:

ex: O grande problema desta empresa é este: não temos metas desafiadoras.

Perceba que o pronome trata de algo que ainda será mencionado na frase – o problema da empresa.

Vamos ver agora um exemplo do segundo caso:

ex: Paulo e Maria trabalham na mesma empresa. Esta, no setor de recursos humanos; aquele, no de informática.

O pronome esta retoma o termo mais próximo, ou seja, Maria. Já o aquele se refere ao termo mais distante, Paulo.

Esse, essa e isso: para retomar um termo já citado no texto.

ex: Quando eu era criança, costumava jogar bola todos os dias. Essa brincadeira me trouxe muitos amigos.

A expressão essa brincadeira retoma o trecho jogar bola todos os dias.

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Espectador x Expectador – qual a diferença?

Tanto a palavra espectador quanto o vocábulo expectador existem. Contudo, eles têm significados diferentes. Neste artigo, vamos explicar a definição de cada um. Vamos lá!

Homônimos homófonos

Espectador e expectador são palavras homônimas homófonas. Isso significa que elas possuem exatamente a mesma pronúncia, apesar de terem uma pequena diferença na grafia.

Espectador

Trata-se de um substantivo masculino, que indica a pessoa que assiste a um espetáculo, que testemunha um fato, que observa algo.

ex¹: A atuação da seleção deixou os espectadores eufóricos.

ex²: No ano que vem, espectadores do mundo inteiro acompanharão a Copa do Mundo da Rússia.

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Dissertação argumentativa: 5 passos essenciais

A dissertação é um tipo de discurso que tem como objetivo discorrer sobre um tema. Ela pode ser expositiva ou argumentativa. Neste artigo, vamos tratar da dissertação argumentativa e falar de 5 passos essenciais para estruturá-la. Vamos lá!

1) Assunto

É o campo mais geral de uma dissertação. Por exemplo, uma dissertação pode discorrer sobre a situação da mulher na sociedade brasileira. Trata-se de um primeiro direcionamento, ainda bastante genérico.

2) Tema

O tema é uma delimitação do assunto. Ele é sempre restrito e trata de algo que a maioria das pessoas sabe. No nosso exemplo, o tema poderia ser a violência contra a mulher. Perceba que ele já faz um recorte sobre a situação da mulher na sociedade brasileira.

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Argumentação perfeita: entenda os 3 elementos essenciais

Saiba agora mesmo como construir uma argumentação de sucesso

Uma argumentação é um discurso que visa convencer ou incentivar alguém a agir de determinada forma ou a adotar determinada visão de mundo. O sucesso dessa tarefa depende de três elementos essenciais: o orador, o auditório e o discurso. Neste artigo, vamos explicar cada um desses pontos. Vamos lá!

1) Orador

O sucesso de uma argumentação está diretamente relacionado ao nível de confiabilidade que o orador é capaz de inspirar na plateia. A credibilidade tem como base três componentes, como explica José Luiz Fiorin:

a) Caráter –  características psíquicas reveladas pelo enunciador;

b) Corpo – as características físicas do apresentador;

c) Tom – dimensão vocal do enunciador no discurso.

Podemos resumir esses elementos da seguinte maneira: a credibilidade do orador está alicerçada na sua história, na sua aparência e na forma como ele se expressa para os interlocutores.

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