Língua Portuguesa e Literatura para o Enem

Mês: agosto 2021 (Page 1 of 2)

Tipos de narrador: quais são e exemplos

O texto narrativo tem como objetivo central contar uma história e apresenta os seguintes elementos: narrador, personagem, tempo, espaço e enredo. Gêneros como novelas, romances, contos, fábulas e algumas crônicas, por exemplo, são basicamente narrativos.

Nesses tipos de textos, quem conta a história é o narrador, que pode ou não ser apresentado de forma explícita. Portanto, narrador é aquele que narra, conta o que se passa supostamente aos seus olhos; conta o que aconteceu, o que acontece, o que acontecerá, o que não aconteceu e também o que poderia ter acontecido.

Narrador x autor

É importante destacar que, de modo geral, a figura do narrador é diferente da figura do autor. O autor, ao criar a história, ele também cria o narrador. Claro que nada impede que autor também seja o narrador, por isso existem os textos do gênero autobiografia, em que o autor conta a história da própria vida.

Contudo, na maioria das vezes não é isso que acontece, e o autor cria uma história fictícia com um narrador também fictício. Como consequência, geralmente o narrador conta a história sob o seu ponto de vista, a sua perspectiva dos fatos, e a isso damos o nome de foco narrativo ou simplesmente tipos de narrador.

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Estilística – definição e campos de estudo

Estilística é a parte da linguística que estuda o aspecto estético e emocional da linguagem, ou seja, trata do uso criativo da língua. Seu uso é muito comum nas conversas do dia a dia e nos textos literários, contextos que costumam ser mais informais, sem compromisso estrito com a norma culta.

O jogo de palavras praticado pela estilística atém-se fortemente ao uso da linguagem conotativa e das figuras de linguagem, mas não só isso. Ela consegue passear por todos os campos da linguagem, como veremos a seguir.

Estilística semântica

A estilística semântica explora os diversos sentidos que as palavras podem ter. Os principais recursos utilizados dentro desse campo são:

– linguagem conotativa (figurada)

– sinônimos e antônimos

– polissemia

– ambiguidade

– intertextualidade

E as figuras de palavras (ou semânticas):

– metáfora

– comparação

– metonímia

– catacrese

– perífrase (antonomásia)

– sinestesia

Além das figuras de pensamento:

– antítese

– paradoxo (oxímoro)

– hipérbole

– gradação

– eufemismo

– ironia

– prosopopeia (personificação)

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Semântica – definição e campos de estudo

Semântica é um ramo da linguística que trata da significação das palavras, as quais podem estar isoladas ou contextualizadas.

Quando estão isoladas, as palavras apresentam um significado primário, aquele que encontramos no dicionário. Por outro lado, a depender do contexto em que estão inseridas, as palavras podem apresentar vários sentidos secundários.

Ao escutarmos a palavra gato, por exemplo, logo nos vêm à cabeça um animal doméstico da família dos felídeos. Mas se falamos que um certo homem é um gato ou que alguém fez um gato, essa palavra passa a apresentar sentidos secundários, tais como bonito e ligação elétrica irregular, respectivamente.

Dessa forma, de acordo com a significação, as palavras podem apresentar distintas classificações. Vejamos todas a seguir.

Denotação

Denotação trata do significado primário da palavra. Isto é, uma palavra em seu sentido denotativo deve ser interpretada de forma literal.

– Ganhei um cachorro lindo dos meus pais. (cachorro = animal)

– A massa do bolo ficou muito mole. (mole = flácida)

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Sintaxe – conceito, usos e exemplos

A sintaxe é um conjunto de regras sobre as diversas possibilidades de associação de palavras em uma frase, oração ou período. Neste artigo, você vai encontrar tudo que precisa saber sobre esse tema. Confira!

O que é sintaxe?

Sintaxe é a parte da gramática que estuda as relações existentes entre as palavras na oração e as ordens de construção dos períodos simples e compostos.

Esse campo de estudo analisa as principais combinações lógicas entre os diferentes termos e como elas influenciam no sentido do enunciado.

O que é sintaxe e exemplos de sintaxe.

O que é frase, oração e período?

Quando falamos de sintaxe, é necessário, primeiramente, estabelecer a diferença entre frase, oração e período.

1. Frase: é todo enunciado que estabelece comunicação. Pode se dividir em:

a) Frase nominal: não apresenta verbo.

– Cuidado!

– Bom dia!

b) Frase verbal: apresenta verbo ou locução verbal.

– Reduza a velocidade.

– Aonde você pretende chegar?

2. Oração: é o enunciado que apresenta verbo ou locução verbal, ou seja, é uma frase verbal.

– Este professor é incrível!

Será que ela gosta de mim?

3. Período: é o enunciado que apresenta uma ou mais orações. Começa com letra maiúscula e termina com ponto, ponto de interrogação, ponto de exclamação ou reticências. Pode se dividir em:

a) Período simples: apresenta uma oração.

Quero muito este carro!

Espero reconhecimento pelo trabalho.

b) Período composto: apresenta duas ou mais orações.

– As alunas garantem que chegarão a tempo.

– Eu quero, eu posso, eu consigo!

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Morfologia: aprenda o que é, o conceito e a estrutura

No estudo da gramática da língua portuguesa saber o que é a morfologia e sua importância, facilita muito a compreensão estrutural do nosso idioma, além de auxiliar na redação de textos e até mesmo em uma simples conversa.

Com o estudo da morfologia linguística, é possível descobrir mais sobre o português, suas características e então conquistar fluência. Obter maior precisão na hora de escrever textos, bater papo, ou quem sabe fazer palestras. 

Pensando nisso, vamos explicar detalhadamente o que é a morfologia, falar sobre a análise morfológica, e te ajudar a entender o que a estrutura e classe das palavras tem a ver com o assunto! Por fim, termine esse artigo sobre a sintaxe na morfologia. Vamos relembrar e aprender mais sobre o tema! 

O que é morfologia?

A morfologia é o estudo que abrange tudo sobre as palavras. Desde sua estrutura, formação  e classificação quando isoladas. Além disso, a morfologia linguística também estuda as palavras e suas classificações e funções em frases, períodos e orações. Por fim, vale ressaltar que a morfologia também estuda a origem das palavras, bem como seus derivados e flexões. 

Análise morfológica: Entenda o significado

E se morfologia  engloba o estudo das palavras, a análise morfológica está relacionada ao estudo da palavra de forma isolada, sem que seja levado em conta seu contexto numa frase. 

O objetivo da análise morfológica é classificar as palavras, entre os dez tipos de classes gramaticais. Isso é feito através da estrutura da palavra, levando em conta se é uma palavra variável ou invariável, seu gênero, número e grau.

Para entender melhor, vamos a um exemplo de análise morfológica:

“Caramba! Não temos comida na geladeira e armários!”

  • Caramba – interjeição
  • Não – advérbio de negação
  • Temos – verbo
  • Comida – substantivo
  • Na – contração da preposição em + artigo definido a
  • Geladeira – substantivo
  • E – preposição
  • Armários – substantivo

O que podemos perceber com o exemplo acima, é que independente da função das palavras no contexto da frase, eles sempre terão a mesma classificação. 

Classes de palavras na morfologia

As palavras, de acordo com a morfologia, são divididas em dez classes gramaticais, divididas em dois grupos, as palavras variáveis, e as palavras invariáveis, como veremos abaixo:

  • Palavras variáveis 

Substantivo, adjetivo, pronome, numeral, artigo e verbo. Essas palavras podem variar de acordo com gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau (aumentativo e diminutivo)

  • Palavras invariáveis 

Advérbio, conjunção, interjeição e preposição.

Cada uma dessas dez classes têm sua função, como veremos abaixo:

  • Substantivo – dá nome aos objetos e seres. Pode ser comum, próprio, concreto, abstrato, simples ou composto
  • Artigo – indica qual gênero é o número e grau do substantivo. Pode ser definido ou indefinido.
  • Adjetivo – emprega características ao sujeito. Pode ser simples, composto, primitivo ou derivado.
  • Pronome – tem como função acompanhar ou substituir o substantivo. Pode ser pessoal reto, pessoal oblíquo, possessivo, demonstrativo, relativo, indefinido, interrogativo ou de tratamento.
  • Verbo – é a palavra que denota a ação da frase. 
  • Advérbio – denota uma circunstância. pode ser de afirmação, de dúvida, de intensidade, de lugar, de modo, de negação e de tempo.
  • Conjunção – sua função é fazer a ligação de termos ou de orações. Pode ser aditiva, adversativa, alternativa, causal, comparativa, concessiva, concessiva, condicional, conformativa, consecutiva, explicativa , final, integrante, proporcional e temporal.
  • Interjeição – é a palavra que denota emoção na frase. 
  • Numeral – representa números. Podem ser: Cardinal, coletivo, fracionário, multiplicativo ou ordinal.
  • Preposição – é o termo que promove uma relação entre as palavras de uma oração. Pode ser acidental ou essencial. 

Estrutura da palavra dentro da morfologia

Para melhor compreensão dos critérios utilizados para a classificação das palavras, vamos a uma tabela que contém as informações necessárias para realizar a análise morfológica e seus elementos mórficos:

Estrutura da palavraSignificado morfológico
RadicalÉ o núcleo da palavra, seu significado
Vogal temáticaForma o tema quando adicionada ao radical
Tema Estrutura da palavra que recebe afixos e desinências
Afixos Podem ser colocados no começo da palavra (prefixo) ou no fim da palavra (sufixo)
Vogal e/ou consoante de ligaçãoNem sempre esses elementos possuem significado, mas ajudam na pronúncia
DesinênciasClassificam a palavra como gênero, modo, número, pessoa e tempo

Sintaxe e Morfologia

Para que fique clara a diferença de sintaxe e morfologia, se faz necessária a explicação sobre o significado de cada uma delas. A morfologia estuda as palavras soltas, avulsas, independente do contexto apresentado dentro de frases, ou seja, é o estudo da classe gramatical das palavras.

Já no caso da sintaxe é feito e estudo do sentido das palavras quando inseridas num contexto de oração, período ou frase

Para que seja possível fazer uma análise sintática correta, é fundamental conhecer bem as dez classes gramaticais que a morfologia nos apresenta, já que é feita a análise de sujeito, adjunto adverbial, objeto direto e indireto, complemento nominal, aposto, vocativo, predicado, etc.

Exemplos de Sintaxe e Morfologia: 

Para que fique clara a diferença prática entre as duas, vamos fazer a análise morfológica e a sintática da mesma frase:

“O dia está frio.”

Análise morfológica:

  • O – artigo definido
  • Dia – substantivo
  • Está – verbo
  • Frio – adjetivo

Análise sintática

  • O dia – sujeito simples
  • Está frio – predicado nominal (veja que o verbo dá um contexto de estado, estar, ele liga o sujeito ao adjetivo).
  • Frio – predicativo do sujeito (frio é uma característica do sujeito).

Em resumo, cada tipo de análise classifica de formas diferentes as palavras, sejam soltas ou agrupadas.

Esperamos que este artigo tenha ajudado a esclarecer algumas de suas dúvidas sobre gramática e língua portuguesa! Caso você tenha mais perguntas ou queira se aprofundar ainda mais nos detalhes da nossa língua, recomendamos que explore a nossa categoria de Revisão de Texto!

O que é fonética e fonologia?

Na gramática, cabe à fonética e à fonologia estudar esses sons da fala.

Toda vez que falamos em voz alta, produzimos sons pela corrente de ar que sai dos pulmões e percorre determinados órgãos. Esses sons se combinam e formam palavras que, por sua vez, podem ter o sentido alterado se uma parte sonora for modificada.

Como exemplo, podemos tomar as palavras vendo e vento, as quais possuem sons iguais, com exceção do [d] e do [t]. Essa pequena mudança acaba por mudar também o sentido de cada uma dessas palavras.

O que é fonética?

A fonética estuda o aspecto físico dos sons da fala, ou seja, estuda a produção e recepção desses sons. Logo, o seu principal objeto de estudo é o aparelho fonador.

Diversos órgãos formam esse aparelho, tais como a laringe, o esôfago, a traqueia, a epiglote, a língua, os lábios etc. Dessa forma, quando expiramos, o ar sai dos pulmões, passa por esses órgãos e produz os sons da fala.

Assim, interessa à fonética saber como o som de cada vogal e consoante é produzido. Veja a diferença:

Vogal: é produzida com o fluxo de ar passando livremente no trato vocal. É analisada por meio dos seguintes parâmetros: altura, avanço/recuo da língua e arredondamento dos lábios.

Consoante: há sempre na cavidade bucal obstáculo à passagem da corrente expiratória. É analisada por meio dos seguintes parâmetros: ponto articulatório (lugar de articulação), modo articulatório e sonoridade.

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História do ensino da Língua Portuguesa no Brasil

No Brasil, o ensino da língua portuguesa como disciplina começou a tomar forma apenas em meados do século XIX. Antes, no período colonial, o estudo do idioma era um privilégio da elite, que aprendia a ler e escrever com os jesuítas.

Esse processo de alfabetização não estava organizado em um componente curricular e tampouco tinha continuidade, visto que o objetivo era aprender o básico de português para iniciar os estudos da gramática em latim.

Além disso, havia um misto de idiomas em terras brasileiras até o século XVIII. Contávamos com a língua tupi-guarani, de origem indígena; o português, devido à colonização portuguesa; e línguas africanas, pois mais de um milhão de africanos foram trazidos para o Brasil nesse período. 

Língua portuguesa como idioma oficial do Brasil

Em 1758, Marquês de Pombal proibiu o ensino do tupi e oficializou a língua portuguesa como a única língua do Brasil. O objetivo desse estadista português, responsável pela expulsão da Companhia de Jesus da então Colônia, era fazer com que a escola servisse aos interesses do Estado e não mais os da igreja.

Porém, um pouco antes disso, em 1746, o filósofo iluminista português Luís António Verney defendeu o ensino da gramática portuguesa após a alfabetização, para só depois se passar ao latim. As reformas educacionais do Marquês de Pombal, na década de 1750, acompanharam as ideias de Verney.

Contudo, a educação escolarizada não jesuítica de Pombal contemplava apenas uma irrisória parcela da população. Apenas com a chegada da família real portuguesa, em 1808, é que as instituições de ensino começaram a ser instaladas. De toda forma, elas estavam longe de chegar à maioria da população.

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Língua Portuguesa na BNCC – tudo que você precisa saber

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) define os conhecimentos e as habilidades que todos os alunos devem desenvolver no período escolar. Logo, ela abarca toda a Educação Básica, que vai desde a Educação Infantil até o Ensino Médio.

A BNCC é dividida em quatro áreas do conhecimento: Matemática, Linguagens, Ciências Humanas e Ciências da Natureza. Ela também dialoga com documentos já existentes na nossa educação, como os PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais, e traz como grande novidade a introdução das tecnologias digitais e seu impacto no ensino-aprendizagem da língua, como quando buscamos um professor de português na Superprof ou em outras plataformas digitais para personalizar aprendizado e complementar o conteúdo ministrado em sala de aula.

Promulgada em dezembro de 2017, a versão final do documento é resultante de quatro anos de debates com vários setores envolvidos na educação. Por ser um documento oficial do Ministério da Educação (MEC), tem força de lei e precisa ser cumprida.

A Língua Portuguesa na BNCC

A Língua Portuguesa é um dos componentes da área de Linguagens da BNCC, que também conta com Educação Física, Arte e Língua Estrangeira Moderna. Quando falamos de linguagem, falamos de comunicação, a qual pode se dar de forma oral e escrita, mas também por meio de linguagem corporal, linguagem de sinais, linguagem artística etc.

Por essa razão, a BNCC propõe um ensino de Língua Portuguesa centrado no texto, pois por meio dele é possível trabalhar todos os eixos da esfera linguística. Agora, as aulas de Língua Portuguesa devem contemplar novos gêneros textuais, como os gêneros digitais, e os campos de atuação possuem práticas de linguagem.

As práticas da linguagem são:

– Oralidade;

– Leitura/escuta;

– Produção de texto;

– Análise linguística/semiótica.

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Língua Portuguesa – origem e história

A língua portuguesa é o idioma oficial de mais de 250 milhões de pessoas em dez países, estando entre os dez idiomas mais falados do planeta.

Dado esse fato, acredito que é muito importante saber como foi que o portugues surgiu, como se desenvolveu e chegou ao que é hoje em dia. 

Vamos ver um pouco de história e curiosidades sobre nosso idioma e de tantos outros países pelo mundo.

Origem da língua portuguesa

Cada idioma tem seu país originário, e o português, por mais óbvio que pareça que seu início em Portugal, o país europeu, teve origem graças a duas outras línguas.

Mas você sabe como o portugues realmente surgiu?

A língua é proveniente do latim vulgar. O português é uma língua neolatina, também chamada de língua românica, assim como o espanhol, o francês, o italiano, o romeno, o provençal, o catalão, o franco-provençal, o dálmata, o sardo e o rético.

O latim literário, utilizado nos escritos com intenções artísticas, foi evoluindo progressivamente a partir do século III a.C. até chegar à alta perfeição da prosa de Cícero e César, no século I a. C. Um idioma utilizado por poucos.

Como o uso do latim literário era praticado por uma pequena elite, o latim corrente, utilizado pelos mais variados grupos sociais da Itália e das províncias, foi classificado como latim vulgar. Foi esse latim que os soldados, colonos e funcionários romanos divulgaram nas regiões conquistadas. Então o latim vulgar passou a ser falado não só na Península Itálica, mas também por povos de raças tão diversas, como na Gália, na Hispânia, na Récia e na Dácia. É devido a essa expansão, sem nenhum controle normativo, que surgem as línguas românicas.

Em 711, os árabes invadiram a Península Ibérica e, no tempo que ali dominaram, contribuíram fortemente na ciência, na cultura e na língua (principalmente no que diz respeito ao léxico).

E na região que compreendia o Condado da Galiza e a faixa lusitana entre o Douro e o Minho, ficou consolidado o galego-português. Com a unificação de Portugal, que teve suas fronteiras definidas no século XVII, estabeleceu-se o portugues o galego – portugues como seu idioma oficial. Datam também do século XIII os primeiros documentos redigidos integralmente nesse idioma, o qual se conservou até meados do século XIV. 

Então podemos sim afirmar que o portuges foi descendente do latim vulgar e também de línguas árabes, com pequenas influências de diversos outros idiomas que resultaram no galego e posteriormente no portugues que conhecemos.

Do latim ao português

As etapas na evolução do latim ao português atual ficaram assim conhecidas:

  • Latim lusitânico: língua falada na Lusitânia, desde a implantação do latim até o século V. Não apresenta texto escrito;
  • Romance lusitânico: língua falada na Lusitânia, do século VI ao século IX. Não apresenta texto escrito;
  • Português proto-histórico: língua falada na Lusitânia, do século IX até fins do século XII, com textos escritos em latim bárbaro (modalidade usada em documentos forenses da Idade Média);
  • Português arcaico: do início do século XIII até a primeira metade do século XVI. Nesse período surge a primeira gramática da língua portuguesa, escrita por Fernão de Oliveira e impressa em 1536, em Lisboa;
  • Português moderno: iniciou-se na segunda metade do século XVI e estende-se até os dias de hoje.

História da língua portuguesa pelo mundo

Como é notoriamente sabido, os portugueses e caravelas partiram em busca de novos territórios e justamente por isso nosso idioma é falado em quatro continentes.

É o português a língua oficial de dez países hoje:

  • Portugal
  • Brasil
  • Angola
  • Cabo Verde
  • Guiné-Bissau
  • Guiné Equatorial
  • Moçambique
  • São Tomé e Príncipe
  • Timor Leste
  • Macau

Com a busca de novos territórios e de riquezas, os portugueses se estabeleceram em diversas regiões, tornando assim o seu próprio idioma como oficial em suas colônias.

História da língua portuguesa no Brasil

Desde o começo das aulas de história aprendemos que Pedro Álvares Cabral acabou aportando com seus marinheiros aqui no Brasil em uma viagem que em princípio era para ter destino a Índia, já que buscavam riquezas e especiarias. Mas nosso país sempre foi abundante em riquezas e a viagem não se tornou um caso de insucesso.

Com a chegada dos portugueses ao nosso território se deu a colonização, e mesmo que já houvesse moradores no local, o portugues foi sendo introduzido, e aprendido pelos que aqui estavam, de maneira que tornasse a comunicação possível. Assim sendo, o nosso idioma, apesar de tentativas de holandeses e franceses, se tornou oficialmente o portugues, antes de Portugal, agora portugues do Brasil.

Norma culta da língua portuguesa

Ao estudarmos mais sobre gramática, percebemos que a língua é um conjunto de elementos – as letras – que formam palavras, e quando juntas, expressam um significado completo, uma ideia. E cada grupo utiliza essa língua, ou idioma, para que seja possível a interação entre seus habitantes. Mas, nem por isso os cidadãos de um país utilizam sempre as mesmas palavras e expressões, principalmente quando falamos de um país de proporções continentais, como é o caso do Brasil. Existem diferenças de um local, ou estado, ou região, para outro, formando assim características, e vícios de linguagem. 

Dito isso, existem duas maneiras de um idioma ser apresentado, da forma escrita, que costuma seguir as regras impostas por cada idioma, e também a falada, que tende a ser menos obediente no que se refere às normas.

Por isso temos a norma culta, que é quando utilizamos fielmente todas as regras do idioma, e também a norma coloquial, utilizada principalmente quando falamos, deixando as normas da nossa língua um pouco de lado. 

Atualmente, a linguagem coloquial alcança um cenário mais amplo, se pensarmos nos aplicativos de mensagens.

Por isso é tão importante o estudo da nossa gramática, para que saibamos nos expressar de forma culta, ainda que ao falar ou digitar mensagens, a forma coloquial seja mais utilizada. Saber escrever bem um texto na nossa língua mãe é fundamental.

Novo acordo ortográfico

Pensando nisso, na importância de uma boa comunicação, clara, e sem tantas diferenças, foi redigido um acordo ortográfico que abrangesse os países que falam nosso idioma.

Em 1996 o portugues passou a ser uma das línguas oficiais da União Europeia, e no mesmo ano foi criada a Comunidade de Países de Língua Portuguesa – a CPLP – para que a parceria entre os países participantes aumentasse, visando a difusão do idioma.

Os lusófonos, como são chamados os países que falam o portugues, criaram juntos em 12 de outubro de 1990 o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, com objetivo de unificar as regras de gramática. Sendo assim, os países e algumas regiões espalhadas pelo mundo que falam portugues, apresentam em sua gramática as mesmas normas, facilitando ainda mais a comunicação entre seus habitantes e a difusão do idioma.

Dia da língua portuguesa

Adotado pelos 10 países que falam nossa língua, o Dia da Língua Portuguesa e da Cultura é comemorado dia 5 de maio. Criado em 2009 em Cabo Verde, no continente africano, para que juntos os lusófonos tivessem seu próprio dia.
Porém, no Brasil também é considerado o dia 5 de novembro como o Dia Nacional da Língua Portuguesa, de acordo com a Lei n.º 11.310, criada em 12 de junho de 2006. 

Mas se querem saber o motivo do Brasil ter um dia a mais em que se celebra o idioma, a resposta vem fácilmente, a data foi escolhida por ser o dia do nascimento de um dos mais famosos escritores e políticos brasileiros, Rui Barbosa, que ficou conhecido como Águia de Haia por seu olhar detalhista, era um profundo estudioso da nossa língua.

Já Portugal celebra o próprio dia em 10 de junho, pois Luís de Camões, renomado poeta da nossa língua, faleceu na mesma data, em 1850.

Para marcar o dia internacional, os países pertencentes à CPLP costumam programar atividades que chegam a durar a semana toda, com objetivo de difundir a paixão pela língua portuguesa através de encontros com escritores, exibição de peças e filmes, saraus com músicas e poesias, entre outros tipos de programações especialmente preparadas para a data. Isso inclui eventos abertos ao público e também em escolas e cursos de idiomas onde o portugues é ensinado.

Museu da língua portuguesa

Não poderíamos encerrar esse texto sem mencionar o espaço criado para exaltar a nossa língua. Fundado em 20 de março de 2006, no Museu da Luz em São Paulo, o Museu da língua portuguesa foi criado, de acordo com o texto encontrado em sua página da internet, para “Valorizar a diversidade da língua portuguesa, celebrá-la como elemento fundamental e fundador da cultura e aproximá-la dos falantes do idioma em todo o mundo.”

Em 2015 o museu sofreu com um incêndio e somente em 2021 ele foi reaberto ao público.

Lá podemos encontrar diversos tipos de exposições e atividades interativas para todas as idades. 

Por lá diversos nomes importantes da nossa cultura foram homenageados e o espaço ainda conta com uma área para especial para eventos, que pode ser locada para utilização de visitantes

Nosso idioma é rico, cheio de nuances, e de obras incríveis. É necessário fazer muitas homenagens a quem o estuda e difunde, seja através de aulas ou de forma cultural. Por isso, viva o português!

*

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Gramática – conceitos e tipos

O termo gramática vem do grego grammatiké, no sentido de “a ciência ou a arte de ler e escrever”, e do latim grammatĭca, no sentido de “a ciência gramatical”, segundo o Dicionário Houaiss.

Apesar de haver vários tipos de gramática, todas elas têm algo em comum: a finalidade de sistematizar fatos da língua.

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