Língua Portuguesa e Literatura para o Enem

Mês: janeiro 2022 (Page 1 of 4)

Como se escreve 18 por extenso?

A forma correta de escrever o número 18 por extenso é dezoito, com “z”. Neste artigo, vamos explicar por que a palavra não é escrita com “s” e faremos uma análise deste termo. Vejamos!

Z ou S

Em geral, quando a letra “s” está no meio de duas vogais, ela tem som de “z”. É por isso que muita gente pensa que a forma correta é “desoito”.

Para desfazer essa confusão, precisamos ir à origem da palavra. Dezoito vem da construção “dez e oito”, ou seja, é o designativo cardinal formado de dez mais oito.

Essa é a razão de o termo ser escrito com “z”, e não com “s”. Vale destacar que essa regra se aplica a outros numerais derivados de “dez”:

  • 16 – dezesseis
  • 17 – dezessete
  • 18 – dezoito
  • 19 – dezenove
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Gustavo Corção – vida e obra

Gustavo Corção foi um escritor, jornalista e engenheiro brasileiro, comumente conhecido pelo seu pensamento conservador e católico. Escreveu principalmente sobre política e conduta, sendo o seu único livro de ficção, Lições de abismo, amplamente admirado na literatura brasileira.

Vida pessoal e profissional

Gustavo Corção Braga nasceu dia 17 de dezembro de 1896, na cidade do Rio de Janeiro, então Distrito Federal do país. Seu pai, Francisco Braga, era contador e faleceu quando Corção ainda era criança. Sua mãe, Graciete Corção Braga, tornou-se viúva com cinco filhos e dedicou-se à costura para ter condições de criá-los.

Os primeiros estudos de Corção foram numa escola pública, indo depois cursar o ensino secundário no famoso Colégio Pedro II. Sua inteligência diversificada sempre chamou atenção, pois ele se sobressaía em tudo o que fazia. Aos dez anos, já lecionava aritmética por dez contos de réis. Nos esportes, ganhou um concurso de salto na adolescência e dedicou-se à esgrima. No campo das artes, teve aulas de piano, violino e pintura. Também se dedicou ao xadrez e quase ganhou o campeonato nacional, porém precisou abandonar a competição quando chegou na partida final.

Aos dezesseis anos, ingressou na faculdade de engenharia da antiga Escola Politécnica, atual UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro. Nessa época, sua mãe já havia criado o Colégio Corção, onde Gustavo iniciou suas atividades docentes, lecionando diversas matérias nos cursos primário e secundário do colégio de sua mãe.

Ainda estudante, aprendeu alemão com Evandro Pequeno e leu O Capital, de Karl Marx, na língua original, tornando-se simpático ao comunismo. A partir daí, nutriu diversas amizades com militantes dessa concepção econômico-filosófica.

Em 1920, após três anos de curso superior, abandonou a engenharia para trabalhar numa empresa de levantamentos topográficos, de propriedade de um irmão. Manteve-se nesse trabalho até 1922, tendo realizado muitas viagens por meio dele, sobretudo para o Mato Grosso. Estando lá, pegou malária, o que fez com que ele retornasse para o Rio de Janeiro, onde voltou a dedicar-se à engenharia, sempre no campo das telecomunicações ou da eletrônica. Nessa época, casou-se com Diva Paiva, mulher muito católica que não concordava com as ideologias do marido.

Tempos depois, trabalhou como técnico em eletricidade industrial, realizando projetos em Barra do Piraí – RJ e em Cachoeiro de Itapemirim – ES. Embora não tivesse diploma, em 1925 foi convidado por Manuel Amoroso Costa para o cargo de assistente da cadeira de astronomia da Escola Politécnica do Rio de Janeiro, iniciando então sua carreira de professor universitário.

Paralelamente, entre 1926 e 1937 trabalhou como engenheiro na Radiobrás, empresa de radiotelegrafia e telefonia. Nela, participou do grupo que fez as primeiras transmissões de rádio transoceânicas de toda a América Latina. Em 1928, viajou à Europa por meio de um programa de intercâmbio técnico de telecomunicações. Em 1931, foi o técnico responsável pela primeira iluminação do Cristo Redentor.

Em 1935, deu aulas de eletrônica na Escola Técnica do Exército (atual Instituto Militar de Engenharia – IME) e começou a trabalhar no setor de telecomunicações da Rádio Cinefon Brasileira.

A morte de sua mulher, em 1936, provocou-lhe uma profunda crise existencial. Nessa época, dois engenheiros, colegas de trabalho na Radiobrás, presentearam-no com os livros A Esfera e a Cruz, de G. K. Chesterton, e Reflexões sobre a Inteligência e sobre sua Vida Própria, de Jacques Maritain. As ideias desses dois livros somadas ao vazio da morte da esposa provocaram uma profunda mudança ideológica em Corção. Foi assim que ele se aproximou cada vez mais do catolicismo, religião na qual ele alega ter encontrado respostas para suas indagações.

Em 1939, conheceu Alceu Amoroso Lima, presidente do Centro Dom Vital. Influenciado por esse líder católico, iniciou os estudos em filosofia tomista, sendo encaminhado depois para o Mosteiro de São Bento, local em que estudou teologia e tornou-se oblato. A partir desse ano, deu início à sua vocação literária e escreveu para a revista A Ordem, do Centro Dom Vital.

Cinco anos depois, lançou seu primeiro livro, A Descoberta do Outro (1944), que narra a história de sua conversão. Em 1945, consagrou-se como escritor lançando seu segundo livro, Três alqueires e uma vaca.

Gustavo Corção faleceu dia 6 de julho de 1978, no Rio de Janeiro, deixando dois filhos do primeiro casamento e quatro do segundo, com Hebe Nathanson Ferreira da Silva.

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A altura, À altura e Há altura– quando utilizar cada termo?

As construções “há altura“, “a altura” e “à altura” existem na língua portuguesa, mas têm significados distintos. Neste artigo, vamos mostrar quando usar cada uma. Vejamos!

Há altura

Em “há altura“, temos o encontro do verbo haver (na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo) com o substantivo feminino altura. Vejamos alguns exemplos:

  • Pelo que vi, não há altura suficiente para fazer a fundação da casa aqui.
  • Há altura para construir uma piscina nesse terreno?
  • Não há altura para praticar saltos nessa região.

A altura

Já na construção “a altura“, temos o encontro do artigo definido feminino “a” com o substantivo feminino “altura”:

  • Preciso saber a altura correta para projetar os móveis.
  • A altura daquele senhor espantava a todos.
  • Vou pesquisar qual a altura do monte Everest.

À altura

Por fim, à altura, com crase, é um locução que significa “como a situação exige” ou “como deveria ser”. Vamos conferir alguns casos:

  • Eu me sinto à altura da tarefa.
  • Esse homem está à altura da missão
  • Espero estar à altura das suas expectativas.

Vale dizer que, na língua portuguesa, todas as locuções que têm núcleo feminino devem receber o acento grave.

É importante ressaltar ainda que, se houver algum outro termo entre a preposição “a” e o substantivo feminino “altura”, não devemos utilizar a crase (ex: a certa altura, a meia altura, a essa altura, etc.)

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Tanto quanto – tem vírgula?

Tanto quanto é uma conjunção subordinativa adverbial comparativa que exprime, como o próprio nome indica, comparação — ou coordenação, entre dois elementos.

O uso desse termo em textos costuma gerar dúvidas com relação ao uso de pontuação. Afinal, tanto quanto tem vírgula? A resposta é NÃO

Não se aplica vírgula entre os sintagmas da conjunção. Portanto, a forma correta de usar a expressão é sem o sinal de pontuação. Neste artigo, vamos explicar melhor essa regra. Vejamos!

Exemplo de uso correto

  • Tanto eu quanto você somos capazes de tirar uma boa nota na prova;
  • Maria gosta tanto de azul quanto de vermelho;
  • Tanto Direito quanto História são cursos de ciências humanas.
  • Não tenho preferência. Gosto tanto de chocolate quanto de doce de leite.
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Comportamento leitor – o que é e como estimular?

A leitura precisa ser estimulada desde a infância para que vá muito além do que decifrar códigos gráficos. Muito mais do que aprender o alfabeto, compreender a conexão entre as letras, sílabas e palavras, é preciso entender a relação delas com o mundo, e fazer disso um hábito. É, portanto, na prática cotidiana de ler que se adquire o chamado comportamento leitor.

Esse comportamento leitor nada mais é do que fazer da leitura um prazeroso costume. E que forma mais prazeirosa há de ler se não pela literatura?

Ler é essencial para a formação humana e é na relação direta com contextos que se estabelece a interpretação de algo escrito. Objetivamente, a leitura ajuda no desenvolvimento cognitivo e intelectual dos indivíduos. Mas ela se mostra ainda mais essencial nas questões sociais e emocionais.

Ninguém precisa ser um mestre em português, mas, quanto antes a prática da leitura for solidificada no dia a dia de alguém, maior será a chance dele crescer como um cidadão capaz de ler, entender, selecionar e organizar as informações por escrito.

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Hipótese silábica – o que é isso?

Entre as fases pelas quais toda criança passa até se tornar apta a escrever, a hipótese silábica é a virada de chave, o momento “mágico” no qual uma criança afinal descobre que a escrita é a representação da fala e que os sons podem ser representados por letras e sílabas.

É, portanto, um divisor de águas que confere à criança um primeiro amadurecimento educacional.

Por que dizemos isso? Se você já teve a oportunidade de conviver com uma criança ainda não alfabetizada e pôde observar como ela se comunica, certamente percebeu o interesse dela e o esforço em se conectar, ainda que aleatoriamente, a palavras escritas.

Ao desenvolverem seus estudos sobre a psicogênese da língua escrita, Emília Ferreiro e Ana Teberosky, detectaram que as crianças criam teorias (hipóteses) ao longo do processo de alfabetização. Elas explicam que, mesmo antes de conseguir escrever de próprio punho os primeiros bilhetes para a mãe, toda criança cria hipóteses mentais sobre (o mistério de) como é se comunicar pela palavra escrita.

Não raro ela produz “garranchos” e, se a convidarmos a dizer o que “escreveu”, certamente virá com uma resposta “direta e clara” de algo que só ela mesma pode identificar. A comunicação ainda não se dá pela escrita, mas sim pela fala.

Essa ideia é essencial para perceber que a criança pensa sobre a escrita antes mesmo de ingressar na escola e, de algum modo, inicia autonomamente o seu próprio caminho rumo à alfabetização.

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Metaverso – significado, origem e classificação da palavra

A imagem mostra um óculos inteligente. Ao lado, está escrito:
Confira uma análise completa do vocábulo metaverso

Umas das palavras mais faladas dos últimos tempos é metaverso. Por isso, neste artigo, vamos mostrar o significado e a origem da palavra e também sua classificação morfológica. Vejamos!

Significado

De acordo com o dicionário Priberam, metaverso é o “espaço ou ambiente de realidade virtual, no qual pode haver interação entre usuários”.

Já segundo a Wikipidia, o termo indica “a terminologia utilizada para indicar um tipo de mundo virtual que tenta replicar a realidade através de dispositivos digitais”

A palavra vem da junção do prefixo grego “meta”, que significa “além”, com o substantivo masculino “universo”. Assim, ao pé da letra, metaverso significa “além do universo”.

Edward Castronova, estudioso de mundos virtuais, explica que o metaverso possui três característica essenciais:

  • Interatividade: é necessário que as pessoas possam se relacionar dentro desse universo paralelo.
  • Incorporeidade: é a capacidade de superar as barreiras físicas e agir por meio de um avatar.
  • Persistência: esse espaço é um ponto de encontro e consolidação de diferentes tecnologias.
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Afro-brasileiro x Afrobasileiro – qual a forma correta?

A forma correta é afro-brasileiro. Neste artigo, vamos explicar por que essa palavra é escrita com hífen. Vejamos.

Adjetivos pátrios

Quando faz parte de adjetivos pátrios compostos, o termo afro exerce a função de adjetivo (como abreviação de “africano”), e não de prefixo. Por essa razão, devemos utilizar o hífen para separá-lo do vocábulo seguinte. Assim, a grafia correta é afro-brasileiro.

  • Minha avó é afro-brasileira.
  • Gosto muito de cantores afro-brasileiros.

Vale destacar que essa mesma regra se aplica a outros gentílicos formados com “afro”:

  • afro-americano;
  • afro-lusitano;
  • afro-inglês;
  • afro-francês;
  • afro-asiático;
  • afro-cubano.
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Um brinde à x Um brinde a – tem crase?

Tanto um brinde a quanto um brinde à estão corretas. O uso de cada uma vai depender do termo que acompanha a expressão. Neste artigo, vamos explicar melhor essa questão. Vejamos!

Quando usar “um brinde a”?

Quando a expressão vier seguida de uma termo masculino, não devemos utilizar a crase:

  • Vamos fazer um brinde ao projeto.
  • Nesta pandemia, devemos fazer um brinde aos médicos.

Também não devemos usar o acento grave quando a expressão vier seguida de um termo feminino no plural referido de forma genérica:

  • Vamos fazer um brinde a vidas.

Nesse caso, como a referência ao substantivo “vidas” é genérica (falamos de vidas em geral), temos apenas o uso da preposição “a”. Por isso, não há crase.

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