1) Sinonímia
Essa é uma das mais conhecidas ferramentas para combater a duplicação dos termos. Trata-se do processo de substituir determinada palavra por um sinônimo.ex: O policial saiu correndo atrás do bandido e um menino decidiu acompanhar o policial.Veja agora usando a sinonímia:ex: O policial saiu correndo atrás do bandido e um menino decidiu acompanhar o oficial.Um outro recurso seria substituir o substantivo “policial” por um pronome. Essa estratégia, porém, criaria uma ambiguidade. Veja:ex: O policial saiu correndo atrás do bandido e um menino decidiu acompanhá-lo.Note que não fica claro se o pronome se refere ao policial ou ao bandido.DICA: recomendo muito o dicionário de sinônimos – uma ferramenta muito útil para redatores e jornalistas.2) Hiperonímia
Nós já falamos aqui sobre os hipônimos e hiperônimos. A hiperonímia consiste em usar palavras que possuem um significado mais amplo do que o da substituída.ex: Maria tomou um remédio que não lhe fez muito bem. Parece que a medicação estava vencida.Note que “remédio” é um tipo de medicação. Este termo abrange mais itens do que aquele.3) Hiponímia
A hiponímia é o contrário da hiperonímia. Ela consiste em trocar um termo mais abrangente por outro mais específico.ex: Rui estava muito nervoso e precisou de um remédio. Depois de tomar o calmante, porém, ele ficou mais tranquilo.Perceba que o elemento “calmante” é apenas um dos que compõem a classe dos remédios.4) Metonímia
Na metonímia, substitui-se um vocábulo por outro que lhe seja semanticamente próximo.ex: Há livros que são muito melhores que outros. Quem já leu um Machado de Assis pode confirmar essa premissa.A expressão “um Machado de Assis” refere-se a “um livro de Machado de Assis”.Fique comigo que as próximas três estratégias dão muita elegância para seu texto. Vamos ver!5) Elipse e zeugma
Essas duas figuras de sintaxe consistem não na substituição, mas sim na supressão ou ausência de um nome.Um caso clássico de elipse é a omissão do sujeito.ex: Chegamos hoje cedo.Perceba que temos aqui a omissão do pronome reto nós, que fica representado pela conjugação do verbo chegar na primeira pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo.Já o zeugma é um tipo de elipse que funciona com a retirada de um termo anteriormente mencionado.ex: Paulo trabalhava no setor de vendas. Márcia, no de logística.Vê-se ali a supressão do termo “trabalhava”.É importante destacar que, nessa situação, há uma regra específica sobre o uso da vírgula, como você pode conferir no vídeo:6) Nominalização
Essa estratégia configura a substituição de um verbo por um substantivo que deriva dele.ex: Os trabalhadores decidiram paralisar os trabalhos. Segundo o líder, a paralisação continuará até que a diretoria apresente novas propostas.Veja que a palavra “paralisação” nasce do verbo “paralisar”. Trata-se aqui de uma derivação sufixal (paralisa -ção).7) Expressões ou grupos nominais definidos
O último recurso para evitar a repetição de palavras talvez seja o mais sofisticado de todos. Esse caso ocorre quando determinadas expressões exercem a retomada de termos por meio de uma pessoa ou de características dela. ex: Donald Trump sempre causa polêmicas. O presidente americano é conhecido pela língua afiada.Repare que a expressão “presidente americano” é uma característica de Donald Trump. É isso que faz desse recurso algo especial: ele depende do contexto e do conhecimento de mundo do leitor. Se o receptor não conhecesse Trump, seria incapaz de ligá-lo ao fato de ele ser o mandatário dos Estados Unidos.Vale ressaltar que, quando a substituição qualifica uma pessoa ou coisa específica, recebe o nome de epíteto.ex: Pelé, o atleta do século.ex: Paris, a cidade luz.Repetição boa x Repetição ruim
Nem toda repetição é ruim. Quando utilizada como um recurso retórico, de forma consciente, esse recurso é uma das estratégias mais poderosas que existem para construir uma argumentação convincente.Contudo, quando a repetição é feita de maneira acidental, em decorrência da falta de vocabulário de quem escreve, ela configura um vício de linguagem.
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