A língua portuguesa é móvel: prova disso são os substantivos que podem ser utilizados tanto no aumentativo quanto no diminutivo.
Dependendo da nossa escolha, o uso poderá ocasionar os mais variados significados. Isso é o que chamamos flexão em grau. Já se sabe que os substantivos podem variar em gênero, número e grau. É o que vamos aprender hoje.
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Substantivo é uma classe gramatical que nomeia seres e ações em geral. Quando se trata de flexão em grau, os substantivos podem experimentar três tamanhos: normal, diminutivo e aumentativo.
O grau normal do substantivo indica o tamanho normal de um objeto ou ser, com proporções normais e conhecidas, como nos exemplos: porta, boca, mulher, homem, nariz, tesoura, povo, livro, casa, voz.
O grau diminutivo do substantivo indica o tamanho diminuído de um objeto ou ser, com proporções menores que o normal, como nos exemplos: portinha, boquinha, mulherzinha, homenzinho, narizinho, tesourinha, povinho, livrinho, casinha, vozinha.
O grau aumentativo do substantivo indica o tamanho aumentado de um objeto ou ser, com proporções maiores que o normal, como nos exemplos: portão, bocarra, mulherão, homenzarrão, narigão, tesourão, povão, livrão, casarão, vozeirão.
Agora, a dúvida é: quando e como usar? O mais interessante é que a resposta será a clássica “depende”. Isto porque, além da noção de tamanho, o grau também pode indicar tom depreciativo e afetivo, conforme o contexto.
Quando usar o diminutivo?
O grau diminutivo pode indicar:
1) Tamanho ou dimensão
- Na minha casinha, não cabe nem um sofá (refere-se a uma casa pouco espaçosa).
- Ele trouxe um gatinho pra casa (refere-se a um filhote).
- A criança usou a tesourinha (refere-se a uma tesoura pequena).
2) Tom pejorativo ou depreciativo
- Que povinho! (não significa necessariamente que o povo é pequeno; logo, refere-se à personalidade);
- Eu não quero um empreguinho qualquer (significa que quero um emprego decente e não um emprego pequeno);
- Ela tem uma vozinha irritante (não é uma voz pequena; é uma forma de expressão sobre o timbre da voz);
3) Tom afetivo ou valorativo
- Por que você tá tristinha? (indica uma fala mansa, amorosa);
- Ele é tão bonitinho (indica apreciação);
- Meu filho gosta de brincar e conversar com carrinhos (indica meiguice).
Quando usar o aumentativo?
Agora, passemos ao grau aumentativo, que pode indicar:
1) Tamanho ou dimensão
- No meu casarão, cabe mais de um sofá (refere-se a uma casa espaçosa).
- Ele trouxe um gatão pra casa (refere-se a um gato adulto).
- A criança usou um tesourão (refere-se a uma tesoura grande).
2) Tom pejorativo ou depreciativo
- Que povão! (não significa necessariamente que o povo é uma multidão; logo, refere-se à personalidade);
- Eu não quero um empregão qualquer (significa que quero um emprego decente e não um emprego grande);
- Ela tem um cabeção (nesse caso, pode se referir a uma pessoa difícil de lidar, teimosa);
3) Tom afetivo ou valorativo
- Por que você tá tristão? (indica uma fala mansa, amorosa);
- Ele é tão bonitão (indica apreciação);
- Ela tem um vozeirão (indica admiração).
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