Terceira obra publicada de Graciliano Ramos, “Angústia” foi escrita entre os anos de 1935 e 1936. Vencedor do Prêmio Lima Barreto, o livro foi eleito um dos melhores romances brasileiros, segundo críticos e escritores como: Lúcio Cardoso, Octávio de Farias e Jorge Amado.
“Angústia” é marcada pela presença da psicologia e linguagem introspectiva. O autor faz o uso de uma escrita detalhada que conta a história de Luís, um funcionário público apaixonado.
Personagens principais da obra “Angústia”, de Graciliano Ramos
Os personagens principais da obra “Angústia” – Graciliano Ramos, são:
Luís da Silva: narrador-personagem, é o protagonista da história, um funcionário público mal remunerado, de poucas palavras, que se apaixona por sua vizinha, Marina.
Marina: vizinha de Luís que acaba se envolvendo com ele, porém o troca por Julião Tavares. Ela possui uma personalidade explosiva.
Julião Tavares: rapaz rico que esbanja arrogância e desfruta de uma série de privilégios. Tem uma vida invejada por Luís da Silva.
Dona Adélia: mãe de Marina que a defende de tudo e de todos. Para ela, a garota nunca está errada.
Moisés: é de origem judaica e possui forte tendência socialista. É um dos amigos de Luís.
Uma das obras mais representativas de Guimarães Rosa, “Grande Sertão: Veredas”, foi publicada em 1956 e faz parte do modernismo brasileiro. Traduzida para diversas línguas e ganhadora de muitos prêmios, inclusive o de Machado de Assis, o romance retrata as aventuras de Riobaldo e seu grande amor, Diadorim.
Por intermédio de uma linguagem coloquial e regionalista, a história é ambientada em Goiás e nos Sertões da Bahia e Minas Gerais. Trata-se de uma obra extensa, com mais de 600 páginas, estrutura não linear e sem divisão de capítulos.
Personagens principais de “Grande Sertão: Veredas”
Os personagens principais da obra “Grande Sertão: Veredas”, são:
Riobaldo: é o narrador-personagem,protagonista da obra. Um velho fazendeiro, ex-jagunço.
Selorico Mendes: é o padrinho de Riobaldo que, na verdade, é seu verdadeiro pai.
Compadre Quelemém de Góis: é o melhor amigo de Riobaldo.
Diadorim: é o amor platônico de Riobaldo.
Nhorinhá: é uma prostituta que representa o amor carnal de Riobaldo.
Otacília: é outra paixão de Riobaldo, a qual representa o amor verdadeiro.
Zé Bebelo: é um fazendeiro que pretende acabar com os jagunços do sertão mineiro, especialmente, o bando de Joca Ramiro, devido às suas pretensões políticas.
Joca Ramiro: é o maior chefe dos jagunços e pai de Diadorim.
Ricardão e Hermógenes: assassinos de Joca Ramiro.
Medeiro Vaz: é também o chefe dos jagunços, o qual lidera a vingança contra Ricardão e Hermógenes.
Só Candelário: é um dos chefes dos jagunços, o qual se torna líder do bando de Hermógenes.
Resumo da obra “Grande Sertão: Veredas”
A obra “Grande Sertão: Veredas”, é narrada por Riobaldo, o protagonista da história, que relata fatos sobre a sua vida e apresenta as suas reflexões. O personagem também descreve os acontecimentos do sertão e da fazenda onde vive. Além disso, fala sobre um doutor que chegou ao local recentemente, pessoa a quem ele se refere como “Moço” ou “Senhor”.
Após a morte de sua mãe, Riobaldo passa a viver com Selorico Mendes, seu padrinho, na fazenda de São Gregório. No entanto, o que ele não imaginava, é que Selorico, na verdade, era seu verdadeiro pai.
Nessa fazenda, o protagonista conhece o bando de jagunços de Joca Ramiro e Reinaldo que, mais tarde, revela ser Diadorim, seu grande amor, embora platônico. Riobaldo, então, narra sobre esse amor impossível e também faz diversas reflexões sobre a existência de Deus e o Diabo.
Por intermédio de uma narrativa não linear e labiríntica, o leitor se depara com diferentes divagações do narrador-personagem, as quais retrata as características e vida dos personagens da obra. Além de apresentar os conflitos entre os bandos de jagunços e o bando de Zé Bebelo, até a morte de Joca Ramiro.
Macunaíma – um herói sem nenhum caráter, romance escrito por Mário de Andrade, é um dos livros mais importantes da literatura brasileira. Publicada em 1928, a obra é uma antologia do folclore brasileiro e conta a história de Macunaíma, um índio que vive grandes aventuras no Brasil, em busca de um amuleto perdido.
Vale dizer que todo o enredo é uma reflexão do escritor sobre a cultura brasileira, mesclando os dialetos e costumes das mais diferentes regiões. Além disso, a história também aborda a desigualdade social.
Personagens principais de “Macunaíma”
Os personagens principais da obra “Macunaíma”, são:
Macunaíma: é o personagem principal da história, isto é, “o herói sem nenhum caráter”.
Maanape: é oirmão de Macunaíma, o qual representa a figura do negro.
Jiguê: é o outro irmão de Macunaíma, o qual representa a figura do índio
Sofará: é a primeira esposa de Jiguê, que também se envolve com Macunaíma.
Iriqui: é a segunda esposa de Jiguê.
Ci – Mãe do mato: é o único amor de Macunaíma, a quem o presenteou com o amuleto “muiraquitã”.
Capei: é a cobra com qual Macunaíma luta.
Piaimã: é o gigante que conquista o amuleto de Macunaíma.
Ceiuci: é aesposa do gigante Piaimã, a qual tentou devorar Macunaíma.
Vei – a sol: é amulher que representa o Sol e tinha o desejo que Macunaíma casasse com uma de suas filhas.
O último romance escrito por Clarice Lispector (1920-1977), “A hora da estrela” foi publicado no mesmo ano de sua morte. Nele, há o retrato de uma jovem nordestina que precisa sobreviver na cidade grande.
O livro, considerado um clássico da Literatura Nacional, faz parte da terceira geração modernista, ou pós-modernismo, como também é chamado. A sua estrutura conta com 3 grandes eixos narrativos, o que torna o enredo fragmentado.
Personagens principais de “A hora da estrela”
Os personagens principais da obra “A hora da estrela”, são:
Rodrigo S.M: narrador do livro, que pode ser interpretado como uma representação de Clarice Lispector.
Macabéa: personagem principal da história, uma mulher sonhadora e ingênua.
Raimundo Silveira: chefe de Macabéa, o qual se mostra intolerante muitas vezes.
Olímpico de Jesus: primeiro e único namorado da protagonista, é também um nordestino muito ambicioso.
Glória: colega de trabalho de Macabéa, mulher que lhe rouba o namorado.
As quatro Marias: Maria da Penha, Maria José, Maria Aparecida e apenas Maria eram as quatro colegas de quarto de Macabéa.
Vidas secas é um romance escrito por Graciliano Ramos. A história, publicada em 1938, retrata a vida miserável de uma família de retirantes nordestinos obrigados a se deslocarem frequentemente para locais menos castigados pela seca.
O livro pertence à segunda fase do modernismo (geração de 1930), também chamada de regionalista e é considerada uma das mais bem-sucedidas obras da época.
Personagens principais de “Vidas Secas”
Os personagens principais da obra “Vidas Secas” são:
Fabiano: é um homem bruto e de poucas palavras. Um pai de família que é, muitas vezes, confundido com um bicho.
Sinhá Vitória: é a esposa de Fabiano que, assim como ele, não fala muito. O seu maior desejo é uma cama com a armação feita de couro.
Filhos: os filhos de Fabiano e Sinhá são citados sem a referência aos nomes. O filho mais novo tem muita admiração pelo pai, já o mais velho é mais próximo da mãe.
Baleia: é a cachorra da família que se assemelha a um ser-humano. Apesar de não falar, ela consegue demonstrar os seus sentimentos.
Soldado Amarelo: é o personagem que prende Fabiano injustamente.
Tomás da boiadeira: é um homem inteligente, porém abestado. Trata-se de um personagem que vive apenas na memória da família de Fabiano.
Patrão de Fabiano: é o dono da fazenda, que contrata Fabiano para trabalhar para ele, em troca de abrigo. Homem desonesto e explorador.
Uma obra que retrata a vida de pessoas simples, “O cortiço”, de Aluísio Azevedo, foi publicado em 1890 e faz parte do naturalismo do Brasil.
O livro conta com 23 capítulos, nos quais um narrador onisciente relata todos os detalhes do cotidiano e pensamentos dos personagens. O enredo apresenta a realidade da classe baixa que vivia no Rio de Janeiro, no século XIX.
Personagens principais de “O Cortiço”
Os personagens principais da obra “O cortiço”, são:
João Romão: é um português, dono do cortiço, da pedreira e da venda.
Bertoleza: é aescrava de João Romão e, também, sua amante.
Miranda: é umportuguês burguês, que vive ao lado do cortiço e é casado com Estela.
Estela: éa mulher infiel de Miranda.
Zulmira: é a filha de Miranda e Estela e, também, a mulher de João Romão.
Rita Baiana: é uma mulher mulata muito sedutora, moradora do cortiço. Durante o enredo tem um caso com Firmo, e também se envolve com o português Jerônimo.
Jerônimo: é o português responsável pela administração da pedreira de João Romão. Ele tem um caso com Rita Baiana.
Piedade: é a esposa de Jerônimo que, ao constatar a sua traição com Rita Baiana, se torna alcoólatra.
Firmo: é o amante de Rita Baiana, o qual foi morto por Jerônimo.
Pombinha: é uma moça muito discreta e bonita, porém que se prostitui por influência de Léonie, outra prostitua.
Libório: é o mendigo do cortiço, que vive sozinho.
Virgília: amante de Brás Cubas e filha do conselheiro Dutra.
Conselheiro Dutra: personagem queocupa um cargo de político e é pai de Virgília.
Lobo Neves: também político e marido de Virgília.
Sabina: esposa de Cotrim e irmã de Brás Cubas.
Cotrim: marido de Sabina e também tio de Nhã-Loló.
Nhã-Loló: pretendente de Brás Cubas e sobrinha de Cotrim.
Luís Dutra: primo de Virgília.
Dona Plácida: personagem-testemunha da relação entre Virgília e Brás Cubas e também a empregada Virgília.
Quincas Borba: amigo de infância de Brás Cubas que se tornou filósofo morador de rua.
Marcela: mulher que se envolveu com Brás Cubas na juventude.
D. Eusébia: amiga da família de Brás Cubas.
Eugênia: filha de D. Eusébia, conhecida por ser manca.
Prudêncio: escravo de Brás Cubas.
Resumo de Memórias póstumas de Brás Cubas
A obra “Memórias Póstumas de Brás Cubas” se inicia com a declaração da morte do personagem principal, Brás Cubas, que também narra a própria história. A causa de seu falecimento é a pneumonia, doença que Brás Cubas acreditava que seria curada com um medicamento chamado “emplasto”, o qual só existia em sua imaginação.
Assim, como a criação de tal remédio não foi possível, Brás Cubas começa o seu relato contando sobre a sua morte e, consequentemente, sobre o velório que reuniu onze amigos. Além desses onze, também apareceram nove ou dez pessoas, segundo ele.
O defunto-autor (ou autor-defunto), no entanto, não fala apenas sobre a experiência do seu enterro. Ele também descreve a sua vida por meio de um ponto de vista irônico e pessimista, tornando o enredo um tanto complexo. Ademais, também aborda temas comuns da sociedade, como a hipocrisia e a natureza humana.
Brás Cubas fala sobre os eventos de sua infância, juventude e vida adulta e dá ênfase a sua relação com o seu escravo, negrinho Prudêncio, e com seu amigo da escola, Quincas Borba. Nessa narrativa, é possível notar o tom de superioridade do protagonista em comparação ao negrinho e também o triste fim de Borba, que se torna filósofo, porém vira mendigo.
Um dos fatos relatados pelo narrador-personagem é o seu envolvimento com Marcela, uma mulher mais velha, por quem se apaixonou na juventude. Embora a relação tenha sido pautada por interesse, Cubas destaca que Marcela o amou durante meses. Esse relacionamento foi o responsável por sua mudança de país. O pai de Brás Cubas, preocupado, tomou a decisão de mandá-lo estudar fora.
Relacionamento com Virgília
Assim, Cubas conta que foi para Coimbra, em Portugal e se formou em Direito. No entanto, ao retornar ao Brasil, relata que se apaixonou por Virgília, mas a moça se casou com Lobo Neves. Isso ocorreu devido ao status que o casamento traria a vida dela, por se tratar de um marido com cargo político e influente.
Contudo, o defunto-autor destaca que o casal ainda se encontrava às escondidas em uma casa alugada para esses fins. E era Dona Plácida, empregada de Vigília, a pessoa que encobria todos os adultérios.
Por fim, o narrador também entra para a política em busca de status, mesmo sabendo da mediocridade de seu trabalho. Afinal, ele percebe e narra ao leitor que as aparências era o que realmente importava.
Estilo literário de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”
A obra machadiana inaugurou o realismo no Brasil e se manteve oposta ao romantismo, movimento que enaltece a vida burguesa. O realismo, por sua vez, tinha um olhar crítico e, no caso de Machado, irônico sobre a burguesia, o que fez com que a classe burguesa não apreciasse essa literatura.
Além disso, o realismo no Brasil se iniciou em um contexto político de grande tensão entre conservadores e progressistas, resultando na Abolição da Escravatura, em 1888, e na Proclamação da República, em 1889.
Nesse contexto, Machado de Assis conseguiu, por intermédio de sua obra “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, relatar um pouco da decadência da burguesia do Rio de Janeiro, associada ao conservadorismo.
Desta forma, o escritor ironizou os costumes da classe burguesa da época e ainda criticou toda a futilidade e hipocrisia dessas pessoas.
Análise literária de Memórias Póstumas de Brás Cubas
O romance de Machado de Assis apresenta um narrador-personagem que relata a própria vida na posição de defunto-autor. Isso porque todos os fatos são contados após a sua morte. É possível notar que, na maioria dos capítulos, o narrador fala diretamente com o leitor, como se estivessem conversando. Esse recurso é chamado de “interlocução”.
A obra é dividida em tempo cronológico e psicológico. O primeiro está relacionado com o desdobramento dos fatos na vida de Cubas e o segundo com as divagações e memórias do narrador-personagem.
Vale dizer que a história é ambientada no Rio de Janeiro, com alguns detalhes focados em Gamboa, bairro pertencente à cidade. Além disso, alguns momentos também se passam em Coimbra, quando o protagonista vai estudar fora do Brasil.
O enredo é repleto de metáforas, eufemismo e ironias, tudo isso usado para retratar as críticas de Machado à classe burguesa da época. Ademais, é possível perceber que a estrutura da narrativa sobre mudanças em seu começo, meio e fim, marcando a nova fase literária.
Quebra com a literatura tradicional
É importante mencionar que a obra foge totalmente ao que era considerado tradicional da literatura da época. Isso porque os leitores estavam acostumados com finais felizes e Cubas conclui a sua história com tudo que ocorreu de mais negativo em sua trajetória.
Um ponto que merece destaque é o fato de o autor conseguir trabalhar os personagens da burguesia, porém inserir figuras consideradas de baixa classe, como Dona Plácida e a prostituta pela qual se apaixona.
Ademais, o fato de o narrador estar morto e contando a sua história de outro plano o faz não ter discernimento algum quanto a moralidade. Em outras palavras, ele não se preocupa com o que vão pensar e usa e abusa das ironias.
Informações-chaves de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”
Confira na tabela abaixo os principais pontos dessa obra de Machado de Assis:
Informações-chaves de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”
Autor
Machado de Assis
Ano de publicação
1881
Movimento literário
Realismo
Contexto histórico
Ascenção da burguesia carioca, urbanização, exôdo rural, Abolição da Escravatura e Proclamação da República
Onde se passa a história
Rio de Janeiro
Tipo de narrador (foco narrativo)
Narrador-personagem
Características de linguagem
Interlocução (conversa com o leitor), ironia, humor crítico e uso de eufemismos e metáforas
Tipo de enredo
Não linear (divisão entre tempo cronológico e psicológico)
Adaptação no cinema de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”
A obra “Memórias Póstumas de Brás Cubas” fez tanto sucesso que, no ano de 2001, ela foi adaptada para as telas de cinema. O longa-metragem foi baseado na obra de Machado e dirigido por André Klotzel.
Sua aceitação foi tanta que o filme levou 5 troféus no Festival de Gramado, sendo eles:
melhor filme;
melhor atriz coadjuvante – Sônia Braga;
melhor direção de arte;
melhor montagem;
melhor produção.
Sobre o autor Machado de Assis
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em 21 de junho de 1839, no morro do Livramento, no Rio de Janeiro. De origem humilde, Machado perdeu a mãe muito cedo. Por isso, que o criou foi sua madrasta.
Devido à sua falta de recursos, o autor estudou de forma autodidata, publicando com apenas 14 anos, o seu soneto intitulado de “À Ilma Sra. D.P.J.A”. Em 1956, Machado foi aprendiz de tipógrafo pela sua admiração por livraria e tipografia, e em 1858 se tornou revisor no Correio Mercantil.
No ano de 1860, ocupou o cargo de redator no Diário do Rio de Janeiro e passou a escrever para: “O espelho”, a “Semana Ilustrada” e o “Jornal das Famílias”. Assim, em 1864, publicou o seu primeiro livro de poesias, chamado “Crisálidas”.
Machado de Assis também foi censor teatral em 1862. Em 1867, trabalhou como diretor de publicação do Diário Oficial. Já em 1869, o autor se casou com Carolina Augusta Xavier de Novais, quem lhe ajudava com a revisão dos livros.
Em 1872 se tornou o primeiro oficial da Secretaria de Estado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. No entanto, continuou escrevendo folhetins que, aos poucos, se tornaram livros. O autor também fundou, em 1896, a Academia Brasileira de Letras, se tornando o presidente no ano seguinte à fundação.
Em 1904, Machado perde a sua esposa e escreve o poema “A Carolina” em sua homenagem e em 1908, já debilitado pela epilepsia, escreve o seu último romance, intitulado de “Memorial de Aires”.
Principais obras
No dia 29 de setembro de 1908, Machado morre, vítima de câncer e deixa um legado de obras. As principais são:
Memórias Póstumas de Brás Cubas – 1881;
Quincas Borba – 1891;
Dom Casmurro – 1899;
Esaú e Jacó – 1904;
Memorial de Aires – 1908.
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Romance indianista de José de Alencar, Iracema foi publicado no ano de 1865. A obra faz parte do romantismo brasileiro e apresenta a história de amor entre uma índia e um guerreiro branco.
Escrito em prosa poética, o enredo conta com a presença de elementos mitológicos, indígenas e históricos do início de 1600. O livro compõe o indianismo, que foi um movimento relacionado à primeira fase do romantismo no Brasil.
Personagens principais de Iracema
Os personagens principais da obra Iracema são:
Iracema: protagonista que deu origem ao título da obra. É uma índia da tribo dos tabajaras.
Caubi: irmão de Iracema, também é um índio da tribo tabajara.
Araquém: pai de Iracema e Caubi, ele é o pajé da tribo tabajara.
Andira: velho guerreiro da tribo tabajara e irmão de Araquém.
Martim: português que se tornou amigo dos índios potiguaras e foi batizado com o nome de Coatibo.
Irapuã: chefe dos guerreiros da tribo tabajara, apaixonado por Iracema e inimigo de Martim.
Moacir: o primeiro brasileiro miscigenado, filho de Martim e Iracema.
Poti: amigo de Martim e herói dos índios potiguaras.
Jacaúna: irmão de Poti e chefe dos guerreiros potiguaras.
Japi: cão de Martim.
Batuirité: avô de Poti e Jacaúna. Pessoa que teve a visão sobre os portugueses que destruiriam o seu povo.
Resumo de Iracema
Iracema é uma obra que retrata a história de amor entre uma índia Tabajara e um colonizador europeu. No entanto, José de Alencar usa essa narrativa para representar o processo de colonização do Brasil e da América. Além disso, o autor valoriza o elemento indígena nacional por meio da linguagem selvagem, aproximando os leitores do movimento indianista.
O enredo se passa no Brasil colonial, durante os primeiros anos da colonização europeia, e se inicia com Martim, português encarregado de colonizar a região atual do Ceará. É nesse momento que ele se depara com Iracema, uma índia da tribo tabajara, que se banha no rio.
Contudo, a índia, citada na obra como “a virgem dos lábios de mel”, se assusta com a presença de Martim e acerta uma flecha que o fere. Arrependida de seu ato, Iracema leva o branco guerreiro até a sua tribo, a fim de ajudá-lo.
Martin na terra dos Tabajaras
Já aos cuidados dos tabajaras, Martim aprende a língua nativa e se torna amigo de Poti, considerado o rei da tribo. Assim, vai surgindo um amor entre Iracema e o branco guerreiro, porém ambos sabem que o relacionamento entre eles é proibido por uma série de questões, como as diferenças culturais e a luta entre os índios e colonizadores europeus.
Para evitar que se relacionem, Martim sugere que Iracema lhe dê o vinho de tupã, o qual provoca efeitos alucinógenos, para que pudessem se imaginar juntos apenas uma vez. Entretanto, a índia se entrega verdadeiramente ao amado e esse fato no livro faz referência à invasão dos portugueses no Brasil, que gerou a destruição da natureza.
José de Alencar retrata a colonização por intermédio de Iracema, que perde a sua identidade indígena, assim que é tocada por Martim. O mesmo processo ocorre no Brasil, que é transformado durante a colonização. Em outras palavras, o autor usa do romance e fantasia, para ilustrar a realidade.
Irapuã x Martin: a briga pelo amor de Iracema
Durante a trama, Irapuã, o chefe da tribo tabajaras, se apaixona por Iracema e se torna o principal inimigo de Martim. Assim, Irapuã tenta matar Martim diversas vezes, mas não consegue. Além dessa rivalidade, a obra também apresenta o conflito entre as tribos tabajaras e pitiguaras.
Durante um desses embates entre as tribos, Martim e Iracema decidem abandonar tudo e viver em uma cabana. Assim, a índia deixa de lado sua tribo e suas tradições, menos Poti, que segue a vida junto ao casal.
Nesse período, a gravidez de Iracema é revelada e a índia dá à luz a Moacir. No entanto, o nascimento ocorre enquanto Poti e Martim estão fora, lutando. Quando retornam, infelizmente já não há o que fazer. Iracema, muito debilitada, acaba morrendo e é enterrada no “pé do coqueiro, à beira do rio”. Local conhecido posteriormente como Ceará.
Martim se muda do Ceará com o filho, representando pelo autor, a primeira emigração de um cearense. Contudo, retorna mais tarde com outros brancos e um sacerdote para plantar cruz na terra selvagem. Ato este que, José de Alencar retrata como processo de colonização.
Estilo literário de Iracema
A obra Iracema faz parte do Romantismo, movimento literário que teve origem na Alemanha, no século XIX, e espalhou-se pelo mundo. No Brasil, o movimento iniciou em 1836, com a obra “Suspiros poéticos e saudades” de Gonçalves de Magalhães.
Dividido por três gerações, o romantismo dispunha de características e temas bem diferentes. Iracema foi escrita na primeira geração, inspirada pelo forte nacionalismo e indianismo.
Análise literária de Iracema
Com a idealização do índio como herói e um excesso de sentimentalismo, Iracema, escrita em terceira pessoa e de narrador onisciente, apresenta um romance repleto de elementos da natureza e representação de fatos históricos.
A obra está ambientada no Brasil, no ano de 1600, e mostra os colonizadores em luta pela conquista do novo território. José de Alencar usa diferentes metáforas e comparações por meio de um enredo em forma de poesia com ritmo e aliteração.
Além disso, a melodia verbal da história, repleta de descrições de imagens e cores, ajudam o leitor a contrastar a história com o espaço geográfico em que ela se passa.
Qual a mensagem que o livro Iracema passa?
Iracema é a representação da índia submissa à cultura europeia, e seu nome é um anagrama para a América. Já Martim, é a referência do guerreiro branco colonizador e conquistador com seu nome relacionado a Marte, o deus greco-romano da Guerra.
O romance entre os dois simboliza a lenda da criação do Ceará, conhecido por “canto da jandaia”. Uma vez que Iracema é enterrada em um coqueiro no qual sua ave de estimação, Jandaia, cantava em lamento a sua morte.
Além disso, o bebê do fruto do relacionamento entre o casal, tem o nome de Moacir, cujo significado é “filho do sofrimento”. A frase representa o primeiro cearense e a concepção da nacionalidade brasileira que se deu pela união da indígena com o colonizador.
Adaptação no cinema da obra de Iracema
Em 1979, Iracema ganhou as telas do cinema, numa adaptação que ganhou o título de “Iracema, a virgem dos lábios de mel”, e foi dirigida por Carlos Coimbra, o também roteirista da história. No entanto, a versão cinematográfica não foi muito bem aceita pelos críticos, pois erotizou a figura da índia, além de enfraquecer a personagem.
A remodelação de Iracema fez com que ela perdesse o protagonismo nas cenas nas quais precisava se posicionar perante aos personagens masculinos. No filme, a índia se mostra passiva e submissa, enquanto, no livro, é ela quem tem o domínio na maioria das cenas.
Quem foi José de Alencar?
Nascido em 1829 no Ceará, José Martiniano de Alencar foi dramaturgo, jornalista, romancista, crítico e político. Filho do presidente da província do Ceará, Alencar se mudou para o Rio de Janeiro ainda criança e também passou parte de sua vida em São Paulo, lugar onde cursou a Faculdade de Direito e publicou seus primeiros textos.
No entanto, se mudou para Pernambuco, local onde concluiu o curso em 1848 e teve seu primeiro contato com obras de outros cronistas da época. Em 1850, Alencar retornou a São Paulo para tratar de uma tuberculose e foi para o Rio de Janeiro exercer a profissão de advogado.
Contudo, em 1854, passou a escrever pequenas crônicas no jornal Correio Mercantil e se tornou editor-chefe no jornal Diário do Rio, carreira que abandonou devido a sua inserção na política. Alencar atuou por quatro legislaturas seguidas como deputado do Ceará pelo Partido Conservador, porém não conseguiu ser senador.
Assim, voltou a escrever, publicando seu primeiro romance em 1856, intitulado de “Cinco Minutos”. Já em 1956 iniciou a publicação de “O Guarani” em folhetins, o que o tornou conhecido pelos leitores.
José de Alencar foi um dos maiores representantes do romantismo brasileiro, ligado ao nacionalismo e ao indianismo, pois se preocupava com a consolidação da cultura do país. Escreveu diversos romances e ainda produziu peças para o teatro, abordando a política e a diplomacia.
O dramaturgo faleceu em 1877, sendo considerado um dos maiores autores de sua época, elogiado, inclusive, por Machado de Assis.
Principais obras de José Alencar
Dentre as suas obras, podemos destacar:
O Guarani, 1857.
Cinco minutos, 1857.
A viuvinha, 1860.
Iracema, 1865.
A pata da gazela, 1870.
O Garatuja, 1873.
Ubirajara, 1874.
Senhora, 1875.
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Publicada no ano de 1854, “Memórias de um Sargento de Milícias”, do autor Manuel Antônio de Almeida, faz parte da primeira fase do Romantismo no Brasil. A obra é dividida em 2 tomos com 48 capítulos e gira em torno da vida de Leonardo, um personagem que cresce no Rio de Janeiro, durante o período colonial.
Um retrato satírico da sociedade da época, no qual se destacam fatores como hipocrisia, corrupção e as particularidades da vida urbana. Além disso, se trata de um livro que quebra a idealização romântica da época, tendo como protagonista um anti-herói.
Personagens principais de Memórias de um Sargento de Milícias
Os personagens principais de “Memórias de um Sargento de Milícias” são:
Leonardo: protagonista da trama, cuja vida é o foco central da história. Filho de Maria da Hortaliça e Leonardo-Pataca.
Maria da Hortaliça: camponesa e mãe de Leonardo, ela abandona a família após ser flagrada com outro homem pelo próprio marido.
Leonardo-Pataca: um mineiro que atua como oficial de justiça. É o pai de Leonardo, traído pela mulher Maria da Hortaliça.
Compadre: barbeiro e padrinho de Leonardo. Ele consegue a guarda do afilhado após a criança ser abandonada pelos pais.
Comadre: é a parteira da vizinhança e madrinha de Leonardo.
Chiquinha: filha da parteira, ela é a mulher que atrai Leonardo-Pataca.
Luizinha: uma menina pela qual Leonardo se apaixona.
Dona Maria: é avó de Luizinha, uma mulher rica que possuía disputas judiciais.
José Manuel: é o amigo da família de Luizinha, cujo interesse é apenas no patrimônio deles.
Vidinha: uma mulher muito bonita, a qual Leonardo se atrai.
Major Vidigal: é o representante da lei e quem decreta a prisão de Leonardo.
Importante tendência literária do final do século XIX, o Movimento Simbolista, ou Simbolismo, como também é chamado, nasceu na França, após a publicação do livro de poemas de Charles Baudelaire. A obra “As flores do mal” foi a primeira a propor um resgate dos símbolos, isto é, de uma linguagem que era capaz de compreender todo o universo.
Marcadas pelas visões de mundo pessimistas e com um vocabulário impreciso e sugestivo, as prosas e poemas simbolistas permitem que adentremos em um território de sentimentos e perspectivas de determinadas sociedades existentes antes da Primeira Guerra Mundial. Neste artigo, vamos conhecer o contexto, as características e os autores do Movimento Simbolista. Acompanhe!
Origem do Movimento Simbolista
O livro de poemas de Charles Baudelaire, publicado em 25 de junho de 1857, foi a obra que deu origem ao Movimento Simbolista. Depois dela, muitos outros escritores passaram a escrever no estilo baudelaireno e se intitularam decadentistas, revolucionando a literatura europeia.
Os decadenstistas foram então considerados os primeiros simbolistas da Europa. No Brasil, o movimento só chegou após a Abolição da Escravatura, ocorrida em 1888, e da Proclamação da República, em 1889. Ele manteve grande parte das características do simbolismo europeu.
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