São muitas as diferenças entre português e inglês, tanto na escrita, quanto na pronúncia e na estrutura das frases. Essas diferenças, muitas vezes, dificultam o aprendizado dos brasileiros e causam problemas de comunicação entre falantes dos dois idiomas.

Para evitar que isso aconteça com você, reunimos aqui alguns dos principais pontos em que as duas línguas divergem. Vamos entender?

Principais diferenças entre português e inglês 

Pronúncia

Uma das principais diferenças entre português e inglês está justamente na pronúncia. É por isso que a maioria das pessoas tem dificuldade de alcançar a fala perfeita na língua inglesa, apesar de se dedicar anos para isso.

Geralmente, o problema de pronúncia acontece quando nos deparamos com palavras formadas por muitas consoantes e poucas vogais. Como exemplo, vamos utilizar um termo básico, que aprendemos nas primeiras aulas de inglês: “school”.

Sabe qual é a dificuldade? Quem fala português tende a colocar uma vogal em cada sílaba da palavra. Logo, para falar “school”, sem perceber podemos tentar colocar um “i” antes do “s”.

A mesma regra vale para “student”, que, além de colocar o “i” no início, costumamos colocar a mesma letra ou “e” no final da palavra. Esse é um dos motivos para ganharmos um sotaque único na língua inglesa que, para muitos nativos, pode soar engraçado.

Outra diferença é que o inglês tem sons que não temos em português. Se você já estudou o idioma em algum nível, deve conhecer a dificuldade que temos de pronunciar “there”, “thought”, “three” ou “mouth”. Até os estudantes mais aplicados se atrapalham com a pronúncia.

Terminação das palavras

A terminação das palavras é uma grande divergência quando comparamos os idiomas, ainda que mais simples de lidar. Enquanto no português falamos “revolução”, no inglês temos “revolution”.

Costumeiramente, mas não sendo possível aplicar como regra, temos nossa terminação “ão” transformada em “ion”. Veja mais exemplos:

  • discussão = discussion;
  • invasão = invasion;
  • religião = religion;
  • terminação = termination.

Verbos precisam de sujeito

Em inglês, toda oração precisa de sujeito. “Chove”, por exemplo, é “it rains”. Além disso, como a conjugação verbal na língua inglesa é infinitamente mais simples quando comparada com o português, a falta do sujeito pode gerar incômodos na comunicação. 

Como assim? Por exemplo, em nosso idioma podemos facilmente dizer “gosto de você” ou “gostamos de você”, certo? Em inglês, essas frases ficariam iguais e até podem se transformar em outro sentido: “like you” e “like you” = como você.

Portanto, para esclarecer o sujeito e evitar ruídos na mensagem, precisamos da sentença completa, que seria “I like you” e “We like you”.

Verbos auxiliares

Vale ressaltar que, em inglês, precisamos de verbos auxiliares para fazer perguntas e negações. Esse é um problema e tanto para quem fala português, uma vez que na nossa língua não dependemos dessa construção para perguntar ou negar qualquer coisa.

Por exemplo:

  • “Você entende o que quero dizer?” / “Eu não entendo.”
  • Do you understand what I mean?” / “I don’t understand.”

Como você pode observar, em inglês a linguagem funciona um pouco diferente. Para perguntar, você precisa colocar o verbo auxiliar no início da frase, assim como para responder, que o mesmo verbo deve ser utilizado de forma afirmativa ou negativa.

Ordem das palavras

Você já deve saber que uma “good girl” é uma “boa menina” em português, certo? E que um “good job” é um “bom trabalho”.

Dessa forma, em português, podemos entender os dois exemplos como elogios, mas, quando permitimos que troquem de lugar, podem ser lidos como características dos substantivos.

No inglês, essa diferença na construção não existe, uma vez que o adjetivo vem sempre antes do substantivo.

A divergência de sentido só é percebida no contexto da situação. Alguém pode elogiar seu bom trabalho, assim como também pode afirmar que você tem um trabalho bom.

Vale destacar que “good” é tanto “boa” quanto “bom”, pois os adjetivos em inglês não têm gênero. Muitos substantivos também não têm, como “doctor” ou “teacher”, por exemplo. Isso pode facilitar a aprendizagem dos estudantes de inglês.

No entanto, quando juntamos palavras soltas em expressões maiores, a ordem de cada termo tende a se complicar um pouco mais, como:

  • residential building = edifício residencial;
  • zoological garden = jardim zoológico;
  • cheese bread = pão com queijo (o nosso “pão de queijo mineiro” eles não conhecem, viu?);
  • gas station = posto de gasolina.

O que você percebeu? A ordem fica invertida e, em português, acrescentamos uma preposição em casos específicos. Isso fica mais destacado quando estudamos tópicos de pertencimentos, como em “teacher’s book”, que se torna “livro do professor”.

Palavras totalmente diferentes

Ao mesmo tempo que temos termos em espanhol exatamente como em português, existem palavras em inglês que não têm qualquer semelhança com a língua portuguesa, como:

  • apple = maçã;
  • glass = vidro;
  • street = rua;
  • house = casa;
  • bread = pão.

Podemos explicar isso graças às origens semânticas de cada idioma, que têm raízes completamente diferentes. O inglês é uma língua germânica ocidental, o que significa que foi formada a partir de dialetos com berço na Alemanha e Países Baixos.

Só por curiosidade, em alemão, por exemplo, as palavras “Apfel”, “Glas”, “Straße”, “Haus”, “Brot” são parecidas, respectivamente, com as citadas acima. Isso não é à toa, uma vez que o inglês veio do mesmo lugar.

Já o português é uma língua derivada do latim, linguagem utilizada por romanos na Península Itálica. Em conjunto com o espanhol, italiano e francês, é considerado um idioma neolatino com influências de dialetos galegos e de outras tribos da região.

Falsos cognatos

Existem também palavras semelhantes nas duas línguas, mas é preciso tomar cuidado com algumas delas. Afinal, embora sejam parecidas na escrita ou na fala, têm significados diferentes. São os “falsos cognatos”.

Para evitar que, no aeroporto, você tente “puxar” a porta ao ler “push”, fique sabendo que o termo significa “empurrar”, que, por sua vez, em inglês, é “pull”. Estranho, não?

Não há como fugir de todos eles. Em algumas ocasiões, você pode aprender na prática, como quando você precisar utilizar a palavra “pretend”. Se você quer dizer o que “pretende” fazer, não use esse termo, porque em inglês é o mesmo que “fingir”.

Você pode ser mal interpretado, mas nada que desculpas e correções não resolvam. Pretender é “intend”.

Algumas semelhanças entre português e inglês

Nem só de diferenças vivem essas línguas. Existem semelhanças, embora sejam mais raras. Palavras do vocabulário tecnológico, por exemplo, muitas vezes surgem em inglês e torna-se referência para outros idiomas.

A expressão “save a file” em inglês, por exemplo, virou “salvar um arquivo” em português. A tradução correta, porém, seria “gravar” ou “armazenar”. Afinal, se traduzirmos “salvar” de volta, o termo em inglês seria “rescue”.

Ou seja, estaríamos realizando um salvamento ou resgate de um arquivo. Não faz muito sentido. No entanto, é assim que as línguas operam no mundo globalizado: copiamos a expressão original, sem adaptá-las como deveria.

A seguir, conheça outros exemplos que permanecem inalterados:

  • mouse;
  • tablet;
  • smartphone;
  • monitor;
  • download;
  • surf;
  • skate;
  • animal;
  • banana;
  • chocolate;
  • cinema;
  • drama;
  • show;
  • hospital;
  • hotel;
  • real.

Há também palavras com escrita semelhante nas duas línguas. São as “palavras cognatas”. Às vezes, a origem nem é o inglês, pode vir de civilizações andarilhas muito mais antigas.

Alguns exemplos são bem conhecidos, como:

  • “tomato” e “tomate”;
  • “name” e “nome”;
  • “vehicle” e “veículo”;
  • “plant” e “planta”;
  • “tractor” e “trator”.

Um fato curioso é a transformação que alguns termos atravessam após serem criados por meio de fatos históricos. Uma expressão interessante é “jeep”, que teve origem militar.

Durante a 2ª Guerra Mundial, a sigla GP, que significava “general purpose vehicle”, caracterizava um veículo militar preparado para uso em terreno difícil. A partir disso, a palavra evoluiu para “jeep” e se tornou “jipe” em português.

Portanto, os idiomas são organismos vivos, que crescem e se transformam, conforme as sociedades os utilizam e as necessidades de cada tempo. Mesmo que existam diferenças entre português e inglês, a realidade é que, em qualquer caso, estudar se torna uma viagem prazerosa por costumes e histórias.