A expressão “grande maioria” não é considerada um pleonasmo vicioso. Neste artigo, vamos explicar por que o uso dessa construção é totalmente legítimo na língua portuguesa. Vejamos!

Toda maioria é grande?

A palavra maioria é um substantivo feminino que indica a maior parte de um grupo. Um ponto importante a se observar é que existe uma gradação no tamanho de uma maioria.

Para entender melhor essa situação, vamos imaginar uma eleição com dois candidatos. No primeiro cenário, o eleito conquistou 51% dos votos e o perdedor ficou com os outros 49%.

Perceba que estamos diante de uma diferença de apenas dois pontos percentuais. Isso significa que o vencedor recebeu o apoio de uma pequena maioria.

Agora vamos supor que, nesse mesmo pleito, o candidato eleito recebesse 95% dos votos, contra apenas 5% do opositor. Aqui podemos afirmar, sem medo, que o vencedor teria conquistado uma grande maioria.

Percebeu como o uso do adjetivo “grande” não é redundante. Ele acrescenta uma informação importante ao substantivo “maioria”, que nos permite captar detalhes da situação descrita.

Pleonasmo

Pleonasmo é uma figura de linguagem que indica o uso de palavras ou expressões redundantes. Diferentemente do que muitas pessoas acreditam, ele pode ser usado como um recurso estilístico válido.

ex: Ele viu o crime com os próprios olhos.

Aqui a redundância não acontece por descuido do autor. Ela tem um papel de reforço.

Em contrapartida, em outros casos, o uso indevido desse recurso pode indicar uma pobreza vocabular. Nesses contextos, estamos diante de um pleonasmo vicioso, que configura um vício de linguagem.

ex: Subir para cima, descer para baixo, entrar para dentro, fato real, elo de ligação.

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