Tanto morto quanto morrido estão corretos, mas devem ser utilizados em contextos diferentes. Neste artigo, vamos explicar quando usar cada um. Vejamos!
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Antes de tudo, é preciso dizer que morrer é um verbo abundante. De acordo com o gramáticos Celso Cunha e Lindley Cintra, “são chamados de abundantes os verbos que possuem duas ou mais formas equivalentes. […] Na quase totalidade dos casos, essa abundância ocorre apenas no particípio”.
Em outras palavras, nesse caso, o verbo tem dois particípios: um regular (morrido) e outro irregular (morto).
Quando usar “morrido”?
O particípio regular (aquele terminado em -do) deve ser utilizado na constituição de tempos compostos da voz ativa acompanhados dos verbos ter e haver. Vejamos alguns casos de uso desse termo:
- Se não fosse o trabalho rápido dos bombeiros, o homem teria morrido.
- Quando a ambulância chegou, o acidentado já havia morrido.
- Os animais tinham morrido por causa da seca.
Quando usar “morto”?
Em contrapartida, o particípio irregular deve ser utilizado quando a locução verbal for formada pelos verbos ser e estar. Vamos conferir alguns exemplos:
- Aquele menino foi morto por bandidos.
- Quando os socorristas chegaram, o paciente já estava morto.
- Os assaltantes foram mortos em troca de tiro com os policiais.
Em geral, o particípio irregular é usado em frases na voz passiva.
Adjetivo e substantivo
Segundo as pesquisadoras Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz, os particípios irregulares podem ser usados como adjetivo e substantivo. É o caso de morto.
- A funerária vestiu o morto para o enterro. (substantivo)
- O animal morto foi retirado da rua. (adjetivo)
Nesses casos, vale ressaltar, os termos podem apresentar variação de gênero e de número:
- A funerária vestiu a morta para o enterro. (variação de gênero)
- Os animais mortos foram retirados da rua. (variação de número)
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