Qual o plural de abajur?

Qual é o plural de bar: “bares” ou “bars”? E o de mar: “mares” ou “mars”? Por que então ao flexionar a palavra “abajur” a gente titubeia e chega a pensar que poderia ser “abajurs”?

Está claro que, mesmo quando apagado, o abajur é flexionado no plural como “abajures”. Então, anote aí: a versão “abajurs” está incorreta; não existe na língua portuguesa.

A mesmíssima regra de formação do plural adotada aqui é relativa à dos substantivos terminados em “r”. Neles, o plural é formado pelo acréscimo de “es” ao termo no singular. Assim:

  • Açúcar – açúcares
  • Mar – mares
  • Bar – bares
  • Mulher – mulheres
  • Abajur – abajures

Veja exemplos:

  • João trocou as lâmpadas dos abajures do salão de festas.
  • Maria quer novos abajures para a casa nova.

Substantivos plurais que terminam em “es”

Pela norma culta, não é só a formação do plural dos substantivos terminados em “r” que é feita acrescentando-se o “es”, como por exemplo em “hambúrguer/hambúrgueres”. O mesmo fenômeno se dá com os verbetes que acabam em “z” e “s” (neste último caso, a exceção é quando os substantivos são paroxítonos e ficam invariáveis no plural, como “lápis/lápis” ou “ônibus/ônibus”):

  • Raiz – raízes
  • Gravidez – gravidezes
  • Rapaz – rapazes
  • Português – portugueses
  • País – países
  • Freguês – fregueses

Estrangeirismos

É possível que a insegurança venha do fato de que a palavra abajur é um estrangeirismo. Sua origem é francesa: abat-jour. Mas sua grafia foi adaptada para abajur, respeitando a pronúncia e as regras da língua portuguesa.

É importante notar que há estrangeirismos que são utilizamos em português na sua forma original (é o caso de palavras como “mouse”, “delivery” e “shopping”), mas que em outros casos os termos sofrem mudanças que remetem à pronúncia aportuguesando a grafia (como “batom”, “maionese”, “gol”, “déficit”). É esta a situação de abajur.

Por ter sido “aceita” no clube dos verbetes em língua portuguesa, essas palavras adaptadas acabam recebendo o mesmo tratamento de suas “irmãs nativas”: taí a razão pela qual vale a regra do “es” no plural.

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