No campo da estilística, existem diversas formas de usar a repetição de palavras ou frases para melhorar sua argumentação. Neste artigo, vamos mostrar 15 figuras de linguagem desse tipo para você aprimorar seus textos.
1) Epizeuxe ou paliologia
A epizeuxe é uma figura de linguagem que, segundo o dicionário Michaelis, consiste na repetição da mesma palavra sem o uso da conjunção.
O objetivo é amplificar um argumento, exprimir compaixão ou fazer uma exortação.
Ex: Corra, corra, corra, que a aula já vai começar!
2) Epanáfora
Epanáfora é a repetição de uma mesma palavra no início de todas frases ou versos.
ex: A escrita é filha da leitura. A escrita é irmã da experiência. A escrita é gêmea da personalidade.
3) Polissíndeto
O polissíndeto é um recurso estilístico que é caracterizado pela repetição da conjunção. A ideia, em geral, é passar a impressão de sucessão repetitiva de tarefas.
ex: Ele acorda, e trabalha, e come, e dorme.
4) Paralelismo
O paralelismo é a repetição de estruturas sintáticas. Esse recurso contribui para a coesão do texto e também para dar ritmo à escrita.
ex: Ele viajou de norte a sul, do Oiapoque ao Chuí.
5) Anáfora
Trata-se de uma figura similar à epanáfora, mas na anáfora a repetição da palavra não precisa ocorrer no início de todas as frases ou versos.
Essa figura é caracterizada pela repetição de termos no começo de duas ou mais orações ou versos (entenda melhor no vídeo abaixo).
ex: Quando tinha nada, eu quis. Quando tudo era ausência esperei.
6) Epífora ou Epístrofe
A epífora é o inverso da anáfora. Nessa figura de linguagem, a repetição de palavras ocorre no final dos versos ou das frases.
ex: A fonte de alimento do peixe: a boca. O fim da vida do peixe: a boca.
7) Anadiplose
A anadiplose consiste em repetir na oração seguinte uma palavra da oração anterior.
ex: Vou trabalhar de casa, custe o que custar. E, mal sabia eu, custa mesmo.
8) Antanáclase
A antanáclase é uma figura de linguagem que se caracteriza pela repetição de um termo com significados diferentes.
ex: Adoro o cheiro de rosa da minha camisa rosa.
Note que, no primeiro caso, estamos falando de uma flor; já no segundo, estamos nos referindo a uma cor.
9) Epanalepse
A epanalepse é um recurso estilístico que coloca o mesmo termo no início e no final da frase.
ex: As mulheres são as maiores adversárias das mulheres.
10) Poliptoto
O poliptoto é uma figura que usa a mesma palavra flexionada de formas diferentes ou vários vocábulos que são derivados da mesma palavra.
ex: Se você errou, mas não aprendeu com o erro, você está mais errado do que nunca.
11) Paranomásia
A paranomásia consiste no uso de palavras que têm sonoridade similar. Isso é feito por meio do uso de termo que são parônimos, ou seja, palavras que tem grafia diferente, mas sons parecidos.
Ex: O tráfego de pessoas nas bocas de fumo é o que alimento o tráfico.
12) Assonância
A assonância é a repetição de sons vocálicos, de vogais (veja mais no vídeo abaixo).
ex: A água alimenta a alma.
13) Aliteração
A aliteração tem um funcionamento similar ao da assonância, mas aqui ocorre a repetição de sons consonantais, de consoantes (veja mais no vídeo abaixo).
Ex: Não haveria som, se não houvesse o silêncio.
14) Tricolon
O tricolon é uma figura de linguagem que consiste em repetir a mesma estrutura sintática três vezes em cada oração ou verso.
ex1: Vim, vi e venci.
ex2: Liberdade, igualdade e fraternidade.
ex3: Em nome do pai, do filho e do espírito santo;
ex4: Sangue, suor e lágrimas.
15) Trocadilho ou calembur
O trocadilho, também conhecido como calembur, é uma figura de linguagem similar à paranomásia. Contudo, ele usa a repetição de palavras semelhantes para fazer um gracejo ou uma ironia. Ele geralmente se aproveita do duplo sentido das palavras.
Ex1: Temos que trabalhar para viver e não viver para trabalhar.
Ex2: Sem o conserto do instrumentos, não há concerto da orquestra.
Ex3: Nem todo homem grande é um grande homem.
Repetição boa x Repetição ruim
A repetição de palavras, quando utilizada como um recurso retórico de forma consciente, é uma das estratégias mais poderosas que existem para construir uma argumentação convincente.
Contudo, quando ela é feita de maneira acidental, em decorrência da falta de vocabulário de quem escreve, ela configura um vício de linguagem. Para contornar esse problema, nós listamos sete estratégias para evitar a repetição viciosa.
Gostou do texto? Então, vale a pena conferir a playlist que preparamos sobre figuras de linguagem:
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