Sala de aula invertida na alfabetização: como e quando usar?

Trabalhar com a sala de aula invertida na alfabetização é uma das estratégias usadas no campo das metodologias ativas. Em outras palavras, trata-se de uma experiência na qual os alunos se tornam protagonistas no processo de ensino-aprendizagem. 

Não é surpresa para ninguém que as abordagens em sala de aula tenham se modificado ao longo do tempo. Isso porque é necessário que as instituições de ensino se adequem ao contexto atual dos estudantes. 

Essas mudanças incluem, principalmente, a utilização da tecnologia e a implementação de ferramentas digitais, que transformam o ritmo da vida de toda a comunidade escolar e impactam na forma como os alunos aprendem e os professores ensinam.

Nesse cenário, é necessário criatividade e inovação para que as aulas se tornem mais dinâmicas. Neste cenário, entra a sala de aula invertida, que estimula a autonomia e a interação dos alunos com os conteúdos ensinados. Neste artigo, vamos detalhar melhor esse tema. Confira!

5 dicas de como usar sala de aula invertida na alfabetização

O que é e como funciona a sala de aula invertida?

A sala de aula invertida é o conceito que altera a dinâmica convencional de ensino. Isso significa que, nela, o professor atua como mediador, enquanto os alunos assumem o protagonismo na aquisição de conhecimento. Para sermos mais específicos, a sala de aula invertida funciona como uma espécie de modelo híbrido de ensino, no qual se combinam a aprendizagem física e a virtual. 

Assim, os alunos estudam a parte teórica das disciplinas em casa, por meio de plataformas tecnológicas, com prévia orientação do professor e supervisão dos pais. Já no espaço escolar, são realizadas discussões e atividades práticas sobre os assuntos abordados, à medida que os estudantes trazem seus estudos e descobertas para a sala de aula. 

Dessa forma, há um primeiro contato com a matéria, ao realizar consultas e pesquisas de forma autônoma, e o aprofundamento do tema em classe, junto com o professor e  com os colegas. Em outras palavras, a sala de aula se torna um ambiente de aprendizagem ativa, e o professor um mediador do processo de aprendizagem, e não apenas o transmissor de conteúdo. 

Mas como usar a sala de aula invertida na alfabetização? Na Educação Infantil, as crianças ainda não possuem autonomia suficiente para utilizar a internet e a maioria também não sabe ler e escrever. Então, como essa dinâmica é possível?

Antes de tudo, é preciso entender que essa estratégia não se trata simplesmente de repassar conteúdos para os estudantes pesquisarem nos buscadores e anotarem suas percepções. A sala de aula invertida é uma maneira de tornar o processo de ensino multidirecional, isto é, promovendo diversas experiências ao mesmo tempo. 

No caso das crianças em fase de alfabetização, a sala de aula invertida é uma excelente forma de potencializar o processo de aprendizagem da leitura e da escrita. Isso porque, além de aproveitarem mais as reflexões em sala de aula, ainda aprimoram o conhecimento em casa. A seguir, veremos como usar a sala de aula invertida na alfabetização!

Passo a passo de como usar sala de aula invertida na alfabetização

Para usar sala de aula invertida na alfabetização, é importante seguir um passo a passo. Acompanhe!

1. Monte um planejamento

Assim como em qualquer sequência didática, montar um planejamento é fundamental. No caso da sala de aula invertida na alfabetização, esse documento deve conter:

  • objetivos a serem alcançados;
  • ferramentas disponíveis;
  • materiais que serão fornecidos;
  • canais de contato;
  • cronograma de aulas. 

2. Faça um comunicado antecipado aos pais e alunos 

O planejamento não deve ser somente para o professor, mas também para os pais e alunos, uma vez que determinadas atividades serão realizadas em casa. É importante comunicar a proposta com antecedência para que os responsáveis se organizem para não haver empecilhos.

O ideal é inserir a dinâmica no calendário escolar e desenvolver uma pauta com todas as informações necessárias para instruir os pais antes e durante as atividades.  

3. Instrua em sala e envie as atividades para os pais

Na data estipulada, é necessário instruir os alunos em sala, bem como enviar as atividades para os pais auxiliarem no processo. Suponhamos que a dinâmica seja a plantação de um feijão no algodão, algo bem comum na Educação Infantil. 

É importante explicar para as crianças como a atividade deve ser feita e enviar, na agenda ou caderno, todas as instruções e materiais que elas devem utilizar. Também é fundamental reforçar o objetivo pedagógico da iniciativa, para que os pais possam atuar de maneira assertiva e complementar ao educador.

4. Reserve um dia para a apresentação da atividade em sala de aula

Ainda usando o feijão no algodão como exemplo, é fundamental reservar um dia para os alunos trazerem os potes plantados para a sala e apresentarem o seu trabalho para as outras crianças.

Nesse dia, eles precisam explicar como todo o processo ocorreu, quais dúvidas tiveram e o que acharam da experiência. Esta é a hora ideal para a troca de conhecimento e o enriquecimento da aprendizagem. Em outras palavras, ao invés de o professor falar sobre como um feijão é plantado, as crianças descobrem sozinhas e compartilham entre si o conhecimento.

Nesse contexto, a partir da troca de experiência das crianças, o educador pode trabalhar o processo de alfabetização, usando palavras do dia a dia dos próprios estudantes para desenvolver a escrita e a leitura. 

Assim, o fluxo de aprendizagem fica muito mais fluido e contextualizado, o que contribui para a fixação do conhecimento.

5. Faça reflexões sobre a atividade

Por fim, é importante fazer reflexões sobre a atividade. Este, também, é o momento perfeito para dar continuidade à dinâmica, agregando atividades de leitura e escrita. Dentre tantas opções podemos destacar:

  • leitura do conto: João e o Pé-de-feijão;
  • identificação de palavras que envolvem a experiência (planta, regador, água);
  • escrita de pequenas histórias sobre o processo de plantar e regar. 

Vale dizer que não há limites de atividades para a sala de aula invertida. Além de materiais como os usados para a plantação do feijão, também é possível contar com a tecnologia. Assim, é interessante apostar no envio de materiais por plataformas, por exemplo, como vídeos, fotos, desenhos e demais possibilidades para auxiliar nas tarefas.

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Gostou do artigo? Então, vale a pena aprofundar seus conhecimentos com o Guia da Alfabetização.

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