Língua Portuguesa e Literatura para o Enem

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Verbos nocionais e não nocionais – qual a diferença?

Na língua portuguesa, os verbos nocionais e não nocionais são aqueles que se relacionam com a predicação verbal, ou seja, são facilmente reconhecidos pela ligação que mantém com sujeito, verbo e seus complementos. Neste artigo, vamos explicar melhor este tema. Vejamos!

O que é núcleo do predicado?

Vamos relembrar: numa oração, tudo que está ao redor do sujeito é o predicado. Quando o predicado é verbal, o seu núcleo é um verbo que indica ação (exemplo: “Dormi mais tarde”). Esse verbo (dormi) é nocional e se relaciona com uma ação.

Quando o predicado é nominal, o seu núcleo é um substantivo ou um adjetivo, pois atribui qualidade ao sujeito (exemplo: “A menina foi compreensiva”). Esse estado do ser (foi compreensiva) é não nocional, pois não se relaciona com uma ação.

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Oração: termos essenciais, integrantes e acessórios

Os termos da oração são palavras ou grupo de palavras que exercem alguma função sintática dentro da oração. São divididos em:

  • Termos essenciais (sujeito e predicado)
  • Termos integrantes (complementos verbais, complemento nominal e agente da passiva)
  • Termos acessórios (adjunto adnominal, adjunto adverbial e aposto)

Termos essenciais da oração

São termos essenciais da oração o sujeito e o predicado.

1. Sujeito

O sujeito é o ser ou fato sobre o qual o predicado faz uma declaração. Também é o responsável pela conjugação do verbo e recebe várias classificações.

a) Sujeito simples: é o que apresenta apenas um núcleo explícito.

– Sua atitude foi brilhante.

b) Sujeito composto: é o que apresenta mais de um núcleo explícito.

Os professores e os alunos reuniram-se no ginásio.

c) Sujeito oculto, elíptico ou desinencial: é o que apresenta um núcleo implícito, mas que pode ser identificado facilmente por meio da desinência do verbo.

– Chegamos atrasados à festa. (sujeito oculto: nós)

d) Sujeito indeterminado: é aquele cujo núcleo é desconhecido e impossível de identificar mesmo o verbo indicando que houve uma ação praticada por alguém. 

– Disseram que você briga muito na escola. (Alguém disse, mas quem?)

e) Sujeito oracional: é aquele que aparece em forma de oração.

– Nota-se que todos gostam de você.

f) Sujeito inexistente (oração sem sujeito): ocorre em orações com verbos impessoais. É o único caso em que este termo essencial não aparece.

– Choveu muito durante o show.

2. Predicado

O predicado é o conjunto de todos os termos da oração, com exceção do sujeito e do vocativo. É tudo o que se declara sobre o sujeito (quando ele existe).

Em 2020, o mundo foi tomado por uma pandemia. (sujeito: o mundo)

Faz muito calor no Rio de Janeiro. (oração sem sujeito – tudo é predicado)

O predicado pode ser classificado em:

a) Predicado nominal: é aquele cujo núcleo da afirmação está contido no nome (substantivo, adjetivo, pronome), não no verbo. É constituído sempre de: verbo de ligação + predicativo do sujeito.

– Nossa casa é lindíssima!

b) Predicado verbal: é aquele cujo núcleo é qualquer verbo que não seja de ligação, ou seja, apresenta verbo nocional.

– Todos nós assistimos ao lançamento da Marvel.

c) Predicado verbo-nominal: é aquele cujos núcleos são um verbo nocional + um nome (esse nome será predicativo do sujeito ou do objeto).

– Os jogadores corriam exaustos.

Termos integrantes da oração

São termos integrantes da oração aqueles que completam o sentido de certos verbos ou nomes, como fazem os complementos verbais (objeto direto e objeto indireto), o complemento nominal e o agente da passiva.

1. Complementos verbais

São complementos do verbo o objeto direto e o objeto indireto.

a) Objeto direto: complementa o sentido de um verbo sem o auxílio de uma preposição.

– A chuva intensa prejudicou a navegação.

b) Objeto indireto: complementa o sentido de um verbo com o auxílio de uma preposição.

– Ele não confia em você.

2. Complemento nominal

O complemento nominal liga-se a um nome, o qual pode ser um substantivo, um adjetivo ou um advérbio de base adjetiva, a fim de complementar o seu sentido. É obrigatoriamente regido de preposição.

– Tenho necessidade de proteção.

3. Agente da passiva

O agente da passiva é o termo que complementa um verbo na voz passiva analítica. É obrigatoriamente regido pelas preposições por ou de.

– Os nadadores foram aplaudidos pelo público.

Termos acessórios da oração

Os termos acessórios da oração desempenham função secundária na oração, sendo dispensáveis à construção de sentido dela. São eles o adjunto adnominal, o adjunto adverbial e o aposto.

1. Adjunto adnominal

O adjunto adnominal é o termo acessório que delimita o sentido de um substantivo, caracterizando-o. É representado pelas seguintes classes gramaticais: artigo, adjetivo, locução adjetiva, pronome adjetivo, numeral adjetivo.

O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu amigo de infância.

O (artigo) e inovador (adjetivo) caracterizam o substantivo poeta;

dois (numeral) e longos (adjetivo) caracterizam o substantivo trabalhos;

o (artigo), seu (pronome adjetivo) e de infância (locução adjetiva) caracterizam o substantivo amigo.

2. Adjunto adverbial

O adjunto adverbial é o termo que indica a circunstância expressa pelo verbo. Na prática, todo advérbio e toda locução adverbial exercem função sintática de adjunto adverbial, o qual pode expressar muitas as circunstâncias, sendo as mais comuns as de: tempo, modo, lugar, causa, assunto, meio, instrumento, afirmação, negação, dúvida, intensidade, finalidade, companhia, condição e concessão.

Hoje é feriado. (tempo)

– Todos correram de medo. (causa)

– A esposa trabalha bastante. (intensidade)

3. Aposto

O aposto é um termo de valor substantivo que explica, especifica, amplia ou resume um termo sintático antecedente. Pode ser classificado em:

a) Aposto explicativo: amplia o significado do antecedente. Sempre vem isolado por pontuação.

– Neymar, o maior jogador do Brasil hoje, atualmente joga pelo Paris Saint-Germain.

b) Aposto especificativo: possui o mesmo valor semântico do antecedente e não é isolado por pontuação.

– O escritor Machado de Assis era carioca. 

c) Aposto enumerativo: enumera as partes que constituem o antecedente. Aparece após vírgula, dois-pontos ou travessão.

– Nas férias, visitei três países: Itália, França e Inglaterra.

d) Aposto resumidor: sintetiza o que foi dito anteriormente. Normalmente é um pronome indefinido.

– O sorriso, a voz, a educação, tudo nela encantava.

e) Aposto distributivo: normalmente, retoma dois ou mais termos anteriores.

– Tenho dois investimentos: um em renda fixa, outro em renda variável, 

f) Aposto de oração: refere-se a uma oração inteira.

– O furacão destruiu toda a cidade, fato lamentável.

Vocativo x aposto

Vocativo é usado para evidenciar o ser chamado ou ao qual se apela, isto é, indica a invocação de algo ou alguém. Deve sempre ser isolado por vírgula e pode se deslocar pela oração. Exemplos:

Mãe, pega a tolha pra mim!

– Que paz você me traz, ó mar!

Diferentemente do aposto, o vocativo não pertence à estrutura sintática da oração, ou seja, não se liga ao verbo nem ao nome, tampouco integra o sujeito ou o predicado. Portanto, ele não é considerado um termo da oração, apesar de ser tradicionalmente explicado na seção de termos acessórios da oração em muitas gramáticas.

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Quando “estar” não é verbo de ligação?

O verbo estar, na maioria das vezes, funciona como um verbo de ligação. Há, contudo, uma situação específica em que ele será um verbo intransitivo. Neste artigo, vamos explicar quando isso acontece.

Intransitivo

Quando o verbo estar vier acompanhado de um adjunto adverbial de lugar, ele funcionará como verbo intransitivo, ou seja, aquele que tem sentido completo e não demanda objeto direto nem indireto. Vejamos alguns exemplos:

  • Paulo estava no trabalho.
  • O carro está na loja.
  • João esteve aqui ontem.

Perceba que, em todas as orações acima, temos predicados verbais.

Verbo de ligação

Na maioria das vezes, entretanto, o verbo estar vai exercer o papel de verbo de ligação.

Verbos de ligação são aqueles que ligam o sujeito da oração ao seu predicativo e têm a função de indicar estado ou mudança de estado. Por vezes, também são chamados de verbos copulativos, relacionais ou não nocionais.

Nesses casos, teremos, em geral, um predicado nominal. Vejamos alguns exemplos:

  • O dia hoje está lindo.
  • Ontem à tarde, Marta estava muito preocupada com a situação da empresa.
  • Júlio está atrasado para seu compromisso.

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Oração sem sujeito x Sujeito indeterminado

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Qual a diferença entre sujeito indeterminado e oração sem sujeito? Neste artigo, vamos mostrar como diferenciar esses dois conceitos. Vejamos!

Oração sem sujeito

A oração sem sujeito, ou com sujeito inexistente, é aquela em que não é possível identificar um sujeito, porque ele simplesmente não está lá, não existe mesmo. Ela ocorre nos seguintes casos:

1) Com verbos ou expressões que denotam fenômenos da natureza:

ex: Fez frio na semana passada.

2) Com verbo haver no sentido de existir:

ex: Na casa, havia seis quartos.

3) Com os verbos fazer, haver e ir quando indicam tempo decorrido:

ex: Faz três anos que não visito Maceió.

4) Com verbo ser na indicação de tempo em geral:

ex: Era primavera, quando os ipês floresceram.

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