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Pronomes de tratamento: quais são? Aprenda a utilizá-los corretamente

Pronomes de tratamento - como usar?
Entenda quando utilizar os pronomes de tratamento.

Nosso idioma é tão rico, com muitos desdobramentos e classificações que podem, à primeira vista, parecer um tanto complicadas. Mas quando esmiuçamos, tudo fica mais fácil.

Hoje vamos falar sobre pronomes, quais são, como empregá-los e montar um compilado que vai te ajudar a entender melhor como, com quem e quando usar os pronomes. Vamos lá?

O que são pronomes de tratamento?

Existem diversos tipos de pronomes, os de tratamento especificamente, usamos quando nos direcionamos a alguém ou falamos de alguma pessoa, fazendo assim com que assumam o papel de pronomes pessoais.

O que deve ser levado em consideração é a relação que temos com a referida pessoa.

Levar em conta sua posição social, hierarquia, formalidade necessária, títulos, cargo ocupado, idade e familiaridade com ou sobre o interlocutor serão o fator que definirá o pronome a ser utilizado. 

Eles são utilizados para se referir a segmentos específicos. Neste texto, iremos detalhar quando usar cada um. 

Quando usar pronomes de tratamento?

Usamos os pronomes de tratamento quando falamos de forma mais cortês com alguém ou sobre alguém. Também podemos utilizá-los com pessoas mais familiares e com um grau maior de intimidade. 

Outros fatores que devemos levar em conta são idade e posição da pessoa com quem falamos ou sobre quem falamos.

Devemos usar os pronomes de tratamento, como dito acima, como pronomes pessoais.

Pronomes de tratamento: tabela completa

Para facilitar ainda mais a compreensão, segue uma tabela dos pronomes de tratamento, com abreviaturas no singular e plural, com quem e a forma como devemos utilizá-los.

PronomeAbreviatura (singular)Abreviatura (plural)Quando usar?
VocêV.V.Ao falar de maneira informal
Senhor(a)Sr.Sra. Srs.Sras.Ao falar de maneira mais formal, com cerimônia
Vossa AltezaV.A.VV.AA.Ao falar com príncipes e duques
Vossa EminênciaV. Ema.V. Emas., V. Em.as ou V. Em.asAo falar com cardeais
Vossa ReverendíssimaV. Revma.V. Rev.masAo falar com sacerdotes e bispos
Vossa ExcelênciaV. ExªV. Ex.as Ao falar com altas autoridades e oficiais – generais 
Vossa MagnificênciaV. Mag. V. Mag.asAo falar com reitores de universidades
Vossa SantidadeV. S. Ao falar com o papa
Vossa MajestadeV. M. VV. MM.Ao falar com reis e rainhas
Vossa Majestade ImperialV.M.I.Ao falar com imperadores e imperatrizes
Vossa SenhoriaV. Sª.V.S.asAo falar utilizando um tratamento mais respeitoso
Vossa OnipotênciaV.O.Ao “falar” com Deus

Vossa ou Sua: quando usar cada um?

Essa é uma das mais fáceis de entender. Quando estamos nos dirigindo a uma autoridade utilizamos o pronome Vossa, e quando nos referimos a autoridade utilizamos o pronome Sua. 

Vejamos os exemplos abaixo para ficar mais claro:

  • Sua excelência acabou de deixar o ministério. (falando sobre a autoridade com outra pessoa)
  • Nesse caso Vossa Excelência atuou de forma brilhante. (elogiando a própria autoridade)

Quando usar a crase antes dos pronomes de tratamento

A crase é a contração da preposição a mais o artigo definido a, ou seja, não é comum utilizar essa contração antes dos pronomes.

Por isso a crase normalmente não deve ser utilizada precedendo pronomes de tratamento, excetuando-se os casos dos pronomes senhora e senhorita, como podemos ver nos exemplos abaixo:

  • Peço à senhora que esteja pronta às dez horas, por gentileza. (crases também são usadas ao indicar hora)
  • Desejo à senhorita pronta recuperação.

Exemplos de pronomes de tratamentos em frases

  • Você vai ao estúdio hoje?
  • O senhor se recuperou do mal estar?
  • Agradeço a senhora por cuidar do meu cachorro.
  • Vossa Senhoria vai comparecer ao baile hoje?
  • Acredito que Sua Majestade vá para sua casa de campo amanhã. (Tratamento indireto)
  • O presidente de Angola se encontrará essa noite com Vossa Excelência?
  • A reunião do grupo de estudos de Sua Excelência deve ser cancelada pois ele está com problemas de saúde.
  • A celebração de hoje foi especialmente emocionante, Vossa Reverendíssima.
  • O novo escolhido para o cargo de coordenador já foi escolhido, Vossa Magnificência?
  • Sua Magnificência não definiu as datas das apresentações. (Tratamento indireto)

Curiosidade

O pronome pessoal “tu” acabou por cair em algumas partes do país, sendo substituído por você. (No caso da região Sul e no Norte do Brasil, os falantes o usam com maior frequência)

E o emprego do tu exige a conjugação de verbos na segunda pessoa, ao contrário de você, que utiliza apenas verbos na terceira pessoa.

E continuando na questão das substituições, o pronome “vós” também foi substituído por vocês, e as conjugações também mudaram de segunda do plural no caso de vós, para terceira do plural no caso de vocês.

Outra curiosidade sobre o pronome de tratamento você, é que ele é oriundo de uma redução do pronome Vossa Mercê, que foi diminuindo ao longo dos anos e se tornou o nosso popular e íntimo.

Vossa mercê → Vosmecê → Você

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Te x Lhe – você, tu e o uso do pronome oblíquo

TE-x-LHE

Pergunta do leitor: Quando utilizar ‘te’ e ‘lhe’?

Quando usar os pronomes oblíquos te e lhe? Neste artigo, vamos resolver essa dúvida e mostrar quando utilizar cada um dos termos. Vejamos!

3ª pessoa x 2ª pessoa

É mais comum do que parece a confusão entre os pronomes pessoais do caso reto (eu, tu, ele, nós, vós, eles) e seus correspondentes oblíquos (o,a, te, lhe, vos, os, as).

Vemos frases como: “Ontem encontrei com você e te convidei para jantar”.

Perceba que “você” é um pronome de 3º pessoa e “te” de 2ª pessoa. Logo, a frase anterior deveria ser reescrita das seguintes maneiras:

“Ontem encontrei contigo e te convidei para jantar”.

Ou

“Ontem encontrei você e o convidei para jantar”.

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Pronome do caso reto x pronome do caso oblíquo

pronome-reto-pronome-obliquo Pronomes pessoais são aqueles que tomam o lugar dos substantivos e que representam as pessoas do discurso. Eles se dividem em retos e oblíquos. Neste artigo, vamos explicar cada um desses conceitos e quando utilizar cada um desses grupos de pronomes. Vejamos!

Retos

O pronomes pessoais do caso reto são aqueles que exercem a função sintática de sujeito ou predicativo do sujeito. ex: Eles lhe compraram doces. (sujeito) ex: As pessoas mais felizes dessa cidade são eles. (predicativo do sujeito) Eles estão divididos assim:

– 1ª pessoa do singular: eu

– 2ª pessoa do singular: tu

– 3ª pessoa do singular: ele, ela

– 1ª pessoa do plural: nós

– 2ª pessoa do plural: vós

– 3ª pessoa do plural: eles, elas

Oblíquos

Os pronomes pessoais do caso oblíquo são aqueles que exercem o papel de complemento nominal, objeto direto e objeto indireto.

ex: Deram-lhes doces.

Eles se dividem em átonos e tônicos. Vejamos como e quando usar cada grupo.

Pronome oblíquo átono

Átonos são os que não são precedidos de preposição e possuem acentuação fraca (átona).

Ex: Eu o vi no mercado ontem.

Os pronome oblíquos átonos estão divididos da seguinte maneira:

– 1ª pessoa do singular (eu): me

– 2ª pessoa do singular (tu): te

– 3ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe

– 1ª pessoa do plural (nós): nos

– 2ª pessoa do plural (vós): vos

– 3ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes

Pronome oblíquo tônico

Já os pronomes oblíquos tônicos são, geralmente, precedidos por preposições (a, para, de e com). Esses pronomes exercem a função sintática de objeto indireto.

ex: Eles entregaram os presentes para mim.

Os oblíquos tônicos estão divididos da seguinte forma:

– 1ª pessoa do singular (eu): mim, comigo

– 2ª pessoa do singular (tu): ti, contigo

– 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela

– 1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco

– 2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco

– 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas

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“Você” é 2ª ou 3ª pessoa? Wesley Safadão ajuda a explicar

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Afinal de contas o pronome você é segunda ou terceira pessoa do singular? Neste artigo, vamos resolver essa dúvida. Para isso, vamos analisar uma famosa música do Wesley Safadão.

Assista aí de camarote

Na letra de uma das suas músicas, o cantor Wesley Safadão diz o seguinte: “agora assista aí de camarote eu bebendo gela e tomando Círoc”. Será que a conjugação adotada está correta?

Vejamos. No caso, “assista” é o imperativo afirmativo do verbo “assistir”, referente à terceira pessoa do singular.  Na frase, está subentendido que o verbo se refere ao pronome você (assista você). Para verificar se a conjugação adotada está correta, é preciso definir se você é segunda ou terceira pessoa do singular.

Pessoa do discurso x pessoa gramatical

Antes de tudo, é preciso fazer um distinção. Na língua portuguesa, há uma diferença entre pessoas do discurso e pessoas gramaticais.

Quando falamos de pessoas do discurso, a classificação é feita de acordo com a posição no ato comunicativo:

  • 1ª pessoa – Aquela que fala (eu, nós);
  • 2ª pessoa – Aquela para quem se fala (tu, vós, você, vocês);
  • 3ª pessoa – Aquele de quem se fala (ele, ela, eles, elas).

Nesse sentido, no tocante a pessoas do discurso, você é classificado como segunda pessoa.

Já as pessoas gramaticais indicam qual flexão verbal adotar, qual pronome oblíquo utilizar entre outros.  Assim, nesse tipo de classificação, você é enquadrado como terceira pessoa do singular.

Logo, Wesley Safadão emprega corretamente o verbo “assistir”. Ponto para ele!

Gostou do texto? Então, vale a pena assistir ao vídeo em que explicamos como fazer um parágrafo perfeito:

Aprofunde seus estudos e conheça os principais casos de concordância verbal e nominal:

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