Clube do Português

Língua Portuguesa e Literatura para o Enem

Tema, tese e título na redação do Enem: qual a diferença?

Saber qual a diferença entre tema, tese e título na redação do Enem é fundamental para a construção correta do texto e para a garantia de uma boa nota. No entanto, é muito comum confundir esses três termos.

Embora pareçam o mesmo, é importante deixar claro que se trata de coisas distintas. Em resumo, tema é o recorte de um assunto, título é o nome dado a um texto e a tese é a opinião sobre o recorte. 

Para tirar as suas dúvidas, neste artigo, falaremos detalhadamente sobre cada um desses itens. Acompanhe!

Tema, tese e título na redação do Enem: como diferenciar cada conceito?

Diferenças entre tema, tese e título na redação do Enem

Nesta parte do artigo, vamos falar detalhadamente sobre os pontos que caracterizam e diferenciam os conceitos de tema, título e tese na redação do Enem. Confira!

Tema

O tema é o fator mais importante quando falamos de Enem, uma vez que a “fuga ao tema” pode te fazer zerar a redação. Assim, podemos dizer que o tema é o recorte do assunto que será a base da construção do seu texto. 

Em outras palavras, vamos imaginar que o assunto da redação seja: “Desafios da mulheres na sociedade atual”. No entanto, esse tópico é algo muito amplo. Nesse sentido, se o tema da redação fosse esse, você ficaria perdido, pois haveria milhares de possibilidades distintas de tratar esse assunto.

Além disso, a vida dos corretores de redação ficaria bem complicada, porque eles teriam que trabalhar com parâmetros muito amplos para avaliar as redações. 

Por isso, se faz um recorte mais específico no assunto, como, por exemplo foi o tema da redação do Enem de 2023: “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”.

Perceba que o tema está englobado no tópico mais geral (“Desafios da mulheres na sociedade atual”), mas traz um aspecto pontual dele. Dessa forma, discorrer sobre o assunto fica muito mais fácil, pois se tem um panorama definido. 

Para te ajudar a fixar melhor o conceito, confira abaixo a tabela de temas cobrados nas últimas provas do Enem:

Anos Tema da redação do Enem
2023“Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”
2022“Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”
2021“Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil” (tema do Enem impresso e do digital)
2020“O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira” (tema do Enem impresso)
2020“O desafio de reduzir as desigualdades entre as regiões do Brasil” (tema do Enem digital)
2019“Democratização do acesso ao cinema no Brasil”
2018“Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na Internet”
2017“Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”
2016“Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”
2015“A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”
2014“Publicidade infantil em questão no Brasil”
2013“Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil”
2012“Movimento imigratório para o Brasil no século 21”
2011“Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado”
2010“O trabalho na construção da dignidade humana”
2009“O indivíduo frente à ética nacional”
2008“Como preservar a floresta Amazônica”
2007“O desafio de se conviver com a diferença”
2006“O poder de transformação da leitura”
2005“O trabalho infantil na realidade brasileira”
2004“Como garantir a liberdade de informação e evitar abusos nos meios de comunicação”
2003“A violência na sociedade brasileira: como mudar as regras desse jogo?”
2002“O direito de votar: como fazer dessa conquista um meio para promover as transformações sociais de que o Brasil necessita?”
2001“Desenvolvimento e preservação ambiental: como conciliar interesses em conflito?”
2000“Direitos da criança e do adolescente: como enfrentar esse desafio nacional?”
1999“Cidadania e participação social”
1998“Viver e aprender”
Tabela de temas de redação Enem

Como identificar o tema da redação do Enem?

Identificar o tema da redação do Enem é um passo fundamental. Afinal, como dissemos antes, fugir ou tangenciar o tema pode te fazer perder pontos preciosos, ou até zerar a redação.

A frase tema da redação do Enem é aquela que aparece na parte da “Proposta de redação” da prova, logo depois dos textos motivadores, como você pode ver na imagem abaixo:

Como identificar o tema da redação do Enem

Tese

Além do tema, temos a tese que nada mais é que o ponto de vista que você vai defender sobre o tema. Em outras palavras, ela é a sua delimitação da temática. Dito isso, vamos retomar ao exemplo do “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”:

  • O que você pensa sobre esse tema?
  • Quais você considera os principais desafios para o enfrentamento desse problema?
  • Por quais motivos o trabalho de cuidado realizado pelas mulheres é invisilizado no Brasil?

Essas e outras perguntas são as que vão te ajudar a formular a sua opinião e a convencer o leitor a confiar nela. Inclusive, você pode estruturar a sua tese com mais de um argumento. Essa sugestão entra, por exemplo, nas vantagens e desvantagens da prática. 

Vale dizer que a exposição da tese deve vir logo na introdução e que os parágrafos do desenvolvimento devem reforçá-la e confirmá-la.

Exemplo de tese na redação do Enem

Para deixar o conceito mais claro, vamos analisar uma redação que alcançou a nota mil no Enem 20222, cujo o tema era “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”.

Na música “Imagine”, de John Lennon, é retratada uma sociedade que se une, apesar das diferenças culturais, a fim de alcançar a felicidade. Assim como na obra, fora da canção, a harmonia social é imprescindível para o desenvolvimento de uma nação. Contudo, no Brasil, desafios como a negligência estatal, somada à presença de um ideário colonial no pensamento coletivo, prejudicam a valorização das comunidades e dos povos tradicionais, impedindo a concretização dessa união. esse modo, torna-se fundamental a atuação do Estado para solucionar esse óbice.

Diante disso, é válido analisar, primeiramente, a improficuidade estatal perante o cumprimento dos benefícios normativos. Nesse sentido, segundo a Constituição Federal de 1988, todo cidadão brasileiro possui o direito à educação, cabendo ao Estado a sua efetivação no corpo social. Todavia, percebe-se, na realidade, que esse preceito não é difundido por completo, haja vista que, em virtude da escassa mobilização governamental referente à promoção de campanhas educacionais sobre as distintas comunidades tradicionais que residem no Brasil, diversas pessoas desconhecem a importância desses povos para a nação, a exemplo da utilização do conhecimento indígena para a preservação das florestas nativas, o que contribui para a desvalorização dessa população na atualidade. Logo, conclui-se que as autoridades públicas devem promover ações sensibilizadoras para reverter essa conjuntura.

Ademais, é imperioso postular como a perpetuação de um pensamento retrógrado afeta a sociedade tradicional. Nesse contexto, durante a colonização do Brasil, houve um processo de imposição da cultura eurocêntrica dos colonos nas comunidades colonizadas, ocasionando uma desvalorização dos povos tradicionais. Tendo isso em vista, observa-se, na contemporaneidade, a existência desse fenômeno, dado que persiste a exaltação de uma cultura globalizada em detrimento dos costumes das comunidades originárias, o que gera, por consequência, o apagamento de diversos hábitos tradicionais, como a mudança da vestimenta utilizada por algumas tribos indígenas, destacando a adaptação à cultura hegemônica. Dessa forma, faz-se essencial a criação de projetos governamentais que combatam esse pensamento antigo.

Evidencia-se, portanto, que atitudes são necessárias, com o fito de extinguir os desafios para valorização das comunidades e dos povos tradicionais no Brasil. Posto isso, o Estado deve, por meio do Ministério da Educação — órgão federal detentor do papel educacional da nação —, realizar parcerias com os meios de comunicação existentes, a exemplo dos canais televisivos, com a finalidade de divulgar informações acerca da importância das distintas populações que residem no país, elucidando os brasileiros e eliminando a mentalidade colonial da sociedade. Somente assim, diferentes povos serão valorizados e a harmonia cantada por Lennon se concretizará no Brasil.

Redação nota mil do estudante ZECK FERREIRA GOMES – Enem 2022

Análise: Na redação acima, marcamos em negrito na introdução a tese do estudante sobre o tema “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”.

Perceba que o candidato defende que para lidar com os desafios propostos, é preciso promover a harmonia social. Ele lista, contudo, obstáculos para alcançar esse objetivo. Com isso, ele evidencia seu ponto de vista (tese) sobre a temática proposta.

Nos dois parágrafos seguintes, ele desenvolve cada um dos argumentos que vão sustentar a sua tese.

Título

Por fim, vamos tratar do título, que é o conceito mais fácil, pois consiste no nome que você dará ao seu texto. No entanto, é recomendado que ele seja desenvolvido por último. Isso porque somente após argumentar, você saberá como deve nomear a produção. Inclusive, não colocar título te proporciona maior liberdade de escrita. 

A principal dica, no entanto, é se atentar à coerência. Voltando ao exemplo anterior, se o seu tema foi “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”, não esqueça de citá-lo no título e de focar nas principais informações que estão na sua redação. Ou seja, nada de mencionar o tema no título, e escrever um texto que o contradiga.  

Devo colocar título na redação do Enem?

Colocar título na redação do Enem é permitido, mas não é recomendável. Afinal, a Cartilha do Participante da Redação do Enem diz que “o título é um elemento opcional na produção da sua redação. Assim, embora seja considerado linha escrita, não é avaliado em qualquer aspecto relacionado às competências da matriz de referência”.

Contudo, como ele não vai te ajudar a conseguir mais pontos na sua redação, não faz sentido desperdiçar uma linha de texto inteira com ele. Por isso, opte por não colocar título na sua redação do Enem.

Resumo: tema, tese e título

Para não esquecer qual a diferença entre tema, título e tese na redação do Enem, anote:

DEFINÇÃODICA
TEMARecorte de um determinado assuntoO tema está na parte “proposta de redação, logo após os textos motivadores
TESEPonto de vista que você vai defender sobre o tema.A tese deve aparecer logo na introdução da sua redação
TÍTULO Expressão inicial que introduz a redação, “nome” do textoApesar de ser permitido, sugerimos não colocar título na redação do Enem.

Simples, não é mesmo? Caso queira mais dicas, confira o nosso conteúdo sobre: Redação do Enem 2024: como conseguir pelo menos 900 pontos?

Compreensão e interpretação de texto para o Enem: dicas e exercícios resolvidos

Apostar em estratégias de interpretação de texto para o Enem é o melhor caminho para se dar bem nas provas. Isso porque saber interpretar é a base para responder corretamente às questões do exame. 

Assim, identificar comandos, objetivos e linguagem textual são algumas das premissas para compreender um texto e conseguir interpretá-lo. Uma vez que, quando se compreende um conteúdo, se chega à conclusão da sua mensagem. 

Em outras palavras, é importante analisar o que está explícito no texto para, só assim, entender o que está além dele. É exatamente isso que vamos lhe ensinar neste artigo. Acompanhe!

Compreensão e interpretação de textos para o Enem.

Compreensão x Interpretação

Antes de prosseguirmos, é preciso saber diferenciar questões que cobram a compreensão do texto das que cobram interpretação de texto.

Questão de compreensão de texto

Nas questões de compreensão, o que o examinador espera é que você seja capaz de idenficar informações que estão dentro do texto. Em outras palavras, esse tipo de questão não exige uma contextualização ou uma interpretação do que foi lido.

O objetivo é saber se você é capaz de navegar pela estruturar textual e gramatical e identificar pontos-chaves do que está escrito.

As questões de compreensão buscam trabalhar a competência 6 da Matriz de Referência do Enem, assim como suas habilidades:

Competência 6: Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes
linguagens como meios de organização cognitiva da realidade pela constituição de significados, expressão, comunicação e informação.
Habilidades:Identificar os elementos que concorrem para a progressão temática e para a organização e estruturação de textos de diferentes gêneros e tipos.
Analisar a função da linguagem predominante nos textos em situações específicas de interlocução
Reconhecer a importância do patrimônio linguístico para a preservação da memória e da identidade nacional.
Fonte: Matriz de Referência do Enem

Para deixar mais claro, vejamos um exemplo de questão do Enem de 2020:

O que é música?

A pergunta “o que é música” tem sido alvo de discussão há décadas. Alguns autores defendem que música é a combinação de sons e silêncios de uma maneira organizada. Vamos explicar: um ruído de rádio emite sons, mas não de uma forma organizada, por isso não é classificado como música. Essa definição parece simples e completa, mas definir música não é algo tão óbvio assim. Podemos classificar um alarme de carro como música? Ele emite sons e silêncios de uma maneira organizada, mas garanto que a maioria das pessoas não chamaria esse som de música.

Disponível em: <https://www.descomplicandoamusica.com/o-que-e-musica/>. Acesso em 23 jul. 2021.

O fragmento define o que é a música de forma simplificada. Como estratégia de construção do texto, o autor faz uso recorrente de:

a) enumerações para sustentar o ponto de vista apresentado.

b) exemplificações para ilustrar a distinção entre a música e outros sons cotidianos.

c) generalizações para sintetizar as diversas percepções sobre o que é a música.

d) adjetivações para descrever os tipos de música.

e) sinonímias para retomar as características das obras musicais.

Fonte: Brasil Escola

Resposta: Letra B. Note que a resolução da questão está dentro do próprio texto. Ao ler o artigo, você consegue identificar que o autor lança mão de exemplos para sustentar seus argumentos. Essa informação está explícita no texto. Assim, fica caracterizado um típico caso de item de compreensão de texto.

Questão de interpretação de texto

Já nas questões de interpretação, o que o avaliador deseja é que você seja capaz de fazer inferências a partir das informações que aparecem. Aqui a resposta da questão está fora do texto, está relacionada com o conhecimento de mundo do estudante. O texto é um ponto de partida.

As questões de interpretação estão relacionadas com a competência 7 da Matriz de Referência e com suas respectivas habilidades:

Competência 7: Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas manifestações específicas.
linguagens como meios de organização cognitiva da realidade pela constituição de significados, expressão, comunicação e informação.
Habilidades:Reconhecer em textos de diferentes gêneros, recursos verbais e não-verbais utilizados com a finalidade de criar e mudar comportamentos e hábitos.
Relacionar, em diferentes textos, opiniões, temas, assuntos e recursos linguísticos
Inferir em um texto quais são os objetivos de seu produtor e quem é seu público alvo, pela análise dos procedimentos argumentativos utilizados.
Reconhecer no texto estratégias argumentativas empregadas para o convencimento do público, tais como a intimidação, sedução, comoção, chantagem, entre outras.
Fonte: Matriz de Referência do Enem

Para deixar isso mais evidente, vamos conferir uma questão do Enem de 2020:

Chiquito tinha quase trinta quando conheceu Mariana num baile de casamento na Forquilha, onde moravam uns parentes dele. Por lá foi ficando, remanchando. Fez mal à moça, como costumavam dizer, tiveram de casar às pressas. Morou uns tempos com o sogro, descombinaram. Foi só conta de colher o milho e vender. Mudou pra casa do velho Chico Lourenço [seu pai]. Fumaça própria só viu subir um par de anos depois, quando o pai repartiu as terras. De tão parecidos, pai e filho nunca combinaram direito. Cada qual mais topetudo, muitas vezes dona Aparecida ouvia o marido reclamar da natureza forte do filho. Ela escutava com paciência e respondia dum jeito sempre igual:

— “Quem herda, não rouba”.

Vinha um brilho nos olhos, o velho se acalmava.

ROMANO, O. Casos de Minas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.

Os ditados populares são frases de sabedoria criadas pelo povo, utilizadas em várias situações da vida. Nesse texto, a personagem emprega um ditado popular com a intenção de:

a) criticar a natureza forte do filho.

b) justificar o gênio difícil de Chiquito.

c) legitimar o direito do filho à herança.

d) conter o ânimo violento de Chico Lourenço.

e) condenar a agressividade do marido contra o filho.

Enem 2020

Resposta: Letra B. Perceba que, nessa questão, para chegar à resposta correta, você precisa inferir que dona Aparecida usa o ditado popular para justificar o comportamento do filho, lembrando ao marido que o menino herdou dele o gênio conflituoso.

Essa informação não está explícita no texto. Para chegar a ela, é preciso fazer uma interpretação com base no que foi dito.

Como fazer uma boa compreensão e interpretação de texto para o Enem: 10 estratégias

A seguir, conheça 10 estratégias de interpretação de texto para o Enem. Lembre-se que o exame dispõe de questões com objetivos claros, porém a desatenção ou a pressa para terminar a prova pode fazer com que sejam mal interpretados.

1. Inicie pelo comando da questão

Iniciar a questão pelo seu comando é uma das formas mais simples de conseguir interpretá-la. O ideal é ler o enunciado mais de uma vez, para ter a certeza do que a pergunta está pedindo. 

Para facilitar, encontre o verbo de comando e grife. A partir dessa compreensão, você conseguirá entender o que deve executar na proposta e terá mais segurança para responder o exercício. 

Exemplo de questão

Para você entender como o comando da questão já permite eliminar várias alternativas erradas, vamos conferir um item do Enem de 2019:

De vez em quando, nas redes sociais, a gente se pega compartilhando notícias falsas, fotos modificadas, boatos de todo tipo. O problema é quando a matéria é falsa. E, pior ainda, se é uma matéria falsa que não foi criada por motivos humorísticos ou literários (sim, considero o “jornalismo ficcional” uma interessante forma de literatura), mas para prejudicar a imagem de algum partido ou de algum político, não importa de que posição ou tendência.
Inventa-se uma arbitrariedade ou falcatrua, joga-se nas redes sociais e aguarda-se o resultado. Nesse caso, a multiplicação da notícia falsa (que está sempre sujeita a ser denunciada juridicamente como injúria, calúnia ou difamação) se dá em várias direções.
Antes de curtir, comentar ou compartilhar, procuro checar as fontes, ir aos links originais.
TAVARES, B. Disponível em: www.cartafundamental.com.br. Acesso em: 20 jan. 2015 (adaptado).

O texto expõe a preocupação de uma leitora de notícias on-line de que o compartilhamento de conteúdos falsos pode ter como consequência a:
A) displicência natural das pessoas que navegam pela internet.
B) desconstrução das relações entre jornalismo e literatura.
C) impossibilidade de identificação da origem dos textos.
D) disseminação de ações criminosas na internet.
E) obtenção de maior popularidade nas redes.

Enem/2019 – PPL

Resposta: Letra D. Note que apenas com a leitura atenta do comando da questão já é possível eliminar várias alternativas. Perceba que o examinador usa a palavra “consequência”, ou seja, ele quer saber um desdobramento do compartilhamento de conteúdos falsos.

Só com essa informação, já podemos riscar as letras A e C, pois ambas indicam problemas anteriores ao compartilham da notícia falsa.

Outra palavra-chave é “preocupação”. Ela indica algo negativo, que pode trazer problemas para alguém. Assim, podemos eliminar também a letra E, pois popularidade nas redes não é uma consequência danosa e não gera preocupação.

Viu que só lendo o comando da questão já foi possível eliminar metade dos itens? Daí, ficamos entre as letras B e D. Como a alternativa B não faz nenhum sentido com o que foi dito no texto, a resposta está na letra D.

2. Identifique o objetivo do texto

Além do comando da questão, identificar o objetivo do texto faz parte das estratégias de interpretação de texto para o Enem. Para isso, você deve se perguntar:

  • Qual é a ideia básica do texto?
  • O que o autor queria mostrar ao leitor?
  • O que todos os parágrafos têm em comum?
  • Se fosse necessário resumir o texto, qual fragmento não poderia faltar?

As questões da prova sempre se referem ao objetivo do texto. Por isso, entender as intenções do autor fará com que a sua interpretação seja mais simples e clara.

É válido dizer que nem sempre interpretamos um texto de forma única. No entanto, compreender a mensagem transmitida ajuda na formação de uma opinião com base em fatos.

3. Grife as palavras mais significativas

Uma forma muito eficaz para melhorar a interpretação é grifar as palavras mais significativas do texto. Dessa forma, você reconhecerá o que há de mais importante no conteúdo e ampliará as chances de responder à questão sem erros.

Em geral, essas palavras-chaves são representadas pelos substantivos e pelos verbos. Afinal, o substantivos dão nome às coisas e os verbos trazem as ações realizadas.

4. Releia a questão pausadamente

Após identificar o verbo de comando, os objetivos do texto e grifar as palavras mais significativas, você deve reler a questão pausadamente. Isso porque a leitura se tornará mais dinâmica e profunda. Inclusive, o ideal é realizar a interpretação de texto para o Enem de parágrafo a parágrafo. 

Uma estratégia interessante é ficar de olho nos termos que atuam como modalizadores discursivos. Mas o que é isso? São palavras que indicam o posicionamento do autor em um texto, conforme você pode ver no quadro abaixo.

MODALIZADORES DISCURIVOS
TipoDescriçãoExemplos
Asseverativos Expressam certeza, podendo ser afirmativos ou negativosafirmativos: sim, com certeza, evidentemente, claramente, absolutamento, sem dúvida, lógico, etc.
negativos: não, de forma alguma, de jeito nenhum, nunca, etc.
DubtáveisExpressam dúvida, impressão ou incertezatalvez, quem sabe, possivelmente, em tese, é provávle que, etc.
DelimitadoresEstabelecem uma delimitação ou um campo de observaçãoquase, tipo de, espécie de, tecnicamente, linguisticamente, matematicamente, geograficamente
DeontológicosExpressam obrigatoriedades, proibições e permissõesnecessariamente, obrigatoriamente, definitivamente, sem exceções, indistintamente, etc.
AfetivosIndicam emoções ou o estado de espírito do autorinfelizmente, curiosamente, espantosamente, sinceramente, francamente, lamentavelmente, etc.

5. Conheça os principais gêneros textuais

Os gêneros textuais são formatos de textos que apresentam uma função social, ou seja, apresentam uma finalidade. São padrões pré-definidos de escrita que foram se consolidando com o tempo. Por exemplo, uma carta, uma receita, uma lista de compras, uma história em quadrinho, um conto, um bilhete, etc.

Exemplo de questão

Muitas vezes, é possível resolver uma questão só identificando a qual gênero o texto pertence. Vejamos uma exemplo do Enem de 2023:

Carta aberta à população brasileira

      Prezados Cidadãos e Cidadãs,
    O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial. Infelizmente, nosso país ainda não está preparado para atender às demandas dessa população.
     Este é o retrato da saúde pública no Brasil, que, apesar dos indiscutíveis avanços, apresenta um cenário de deficiências e falta de integração em todos os níveis de atenção à saúde: primária (atendimento deficiente nas unidades de saúde da atenção básica), secundária (carência de centros de referência com atendimento por especialistas) e terciária (atendimento hospitalar com abordagem ao idoso centrada na doença), ou seja, não há, na prática, uma rede de atenção à saúde do idoso.
      Diante desse cenário, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) vem a público manifestar suas preocupações com o presente e o futuro dos idosos no Brasil. É preciso garantir a saúde como direito universal.
        Esperamos que tanto nossos atuais quanto os futuros governantes e legisladores reflitam sobre a necessidade de investir na saúde e na qualidade de vida associada ao envelhecimento.
         Dignidade à saúde do idoso!
         Rio de Janeiro, 15 de setembro de 2014.

Disponível em: www.sbgg.org.br. Acesso em: 20 out. 2021 (adaptado).

O objetivo desse texto é:

a) sensibilizar o idoso a respeito dos cuidados com a saúde.

b) alertar os governantes sobre os cuidados requeridos pelo idoso.

c) divulgar o trabalho da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.

d) informar o setor público sobre o retrocesso da legislação destinada à população idosa.

e) chamar a atenção da população sobre a qualidade dos serviços de saúde pública para o idoso.

Enem 2023

Resposta: Letra E. Note que o texto é do gênero “carta aberta”, que tem como objetivo evidenciar o posicionamento de uma instituição ou grupo da sociedade civil sobre determinado tema relevante para a sociedade. Trata-se de uma carta direcionada ao público em geral, sem um remetente específico a princípio. Sabendo disso, já fica claro qual o objetivo do texto.

Agora, o próximo passo é verificar sobre qual tema a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia está se posicionando. Isso fica claro no seguinte trecho: “vem a público manifestar suas preocupações com o presente e o futuro dos idosos no Brasil.” Em outras palavras, a carta não foco em um agente ou em uma ação específica, como o governo ou a legislação.

Ela fala sobre a qualidade dos serviços em geral para a população idosa. Por isso, a alternativa E é a correta.

6. Considere os elementos não verbais

Quando pensamos em estratégias de interpretação de texto para o Enem, não podemos esquecer que algumas questões contam com elementos não verbais, ou seja, pode haver tabelas, gráficos, imagens, charges e assim por diante.

Dito isso, é importante que você também analise esses elementos, pois há possibilidade de encontrar a resposta neles. Uma charge, por exemplo, pode trazer detalhes que contribuem para identificar a alternativa correta.

Exemplo de questão

Para ilustrar essa situação, vamos analisar a questão abaixo:

Arte de “João Montanaro”. Disponível em: <https://relatividade.wordpress.com/2010/11/06/olha-mae-um-twitter/>. Acesso em 23 jul. 2021.

O humor na charge é provocado porque a personagem comete um deslize referente a um dos fatores pragmáticos do texto, sendo ele:

a) a intencionalidade, considerando que o deslize cometido pela personagem foi proposital.

b) a informatividade, pois a personagem desconhece a figura de um pássaro, assim como desconhece o símbolo da rede social mencionada.

c) a situacionalidade, já que a situação comunicativa permite facilmente que um pássaro seja confundido com o símbolo de uma conhecida rede social.

d) a informatividade, uma vez que o humor decorre do fato de que ele não conhece o pássaro e faz referência ao símbolo do Twitter devido ao seu desconhecimento de mundo e conhecimento de mídias sociais.

e) a intertextualidade, visto que a personagem propositalmente menciona a rede social Twitter com a única intenção de que o diálogo entre os textos desperte o humor na narrativa.

Fonte: Brasil Escola

Resposta: Letra D. Para resolver essa questão, é preciso saber interpretar os elementos não verbais da charge. Assim, você consegue fazer um paralelo entre a imagem do pássaro e o símbolo da rede social. É daí que nasce a mensagem que o texto deseja passar ao leitor.

7. Tenha atenção às vozes do discurso

Ter atenção às vozes do discurso é fundamental para uma boa interpretação. Em outras palavras, saber quem está contando e como está contando já garante um passo à frente na compreensão do texto.

Em um poema, por exemplo, é importante saber que existe o eu lírico e o eu poético. Assim como é essencial entender todas as denominações possíveis de um discurso. Para isso, você precisa analisar pronomes e verbos para identificar a voz do texto e conseguir interpretá-lo mais facilmente.

8. Lembre-se das escolas literárias 

Quando a poesia e a prosa caem em uma questão do Enem, normalmente elas reforçam as escolas literárias. Por essa razão, você deve conhecer as principais características de cada um dos períodos para uma melhor interpretação. 

Assim, será mais fácil de encontrar a resposta correta, quando a pergunta fizer referência às particularidades dos movimentos. 

9. Analise a linguagem textual

Analisar a linguagem textual do autor é uma das melhores estratégias de interpretação de texto para o Enem. Isso porque as expressões, as gírias e até mesmo a forma de pontuar pode dizer muito sobre uma mensagem. 

Basta pensar na forma como você se expressa com seus amigos e com seu professor, por exemplo. O tom formal ou informal pode deixar explícito as intenções de um texto. Em razão disso, é importante analisar sempre a linguagem para entender os motivos de o autor ter feito o uso dela. 

Exemplo de questão

Para entender melhor a utilidade da análise textual, vamos conferir uma questão do Enem de 2023:

Era um gato preto, como convinha a um cultor das boas letras, que já lera Poe traduzido por Baudelaire. Preto e gordo. E lerdo. Tão gordo e lerdo que a certa altura observei que ia perdendo inteiramente as qualidades características da raça, que são em suma o ódio de morte aos ratos. Já nem os afugentava! Os ratos de Ouro Preto são também dignos e solenes — não ria — tradicionalistas… descendentes de outros ratos que naqueles mesmos casarões presenciaram acontecimentos importantes da nossa história… No sobrado do desembargador Tomás Antônio Gonzaga, imagine o senhor uma reunião dos sonhadores inconfidentes, com os antepassados daqueles ratos a passearem pelo sótão ou mesmo pelo assoalho por entre as pernas dos homens absortos na esperança da independência nacional! E depois, os ancestres daqueles roedores que eu via agora deslizar sutilmente no meu quarto podiam ter subido pelo poste da ignomínia colonial, onde estava exposta a cabeça do Tiradentes! E quando as órbitas se descarnaram ignominiosamente, podiam até ter penetrado no recesso daquele crânio onde verdadeiramente ardera a literatura, com a simplicidade do heroísmo, a febre nacionalista…

ALPHONSUS, J. Contos e novelas. Rio de Janeiro: Imago; Brasília: INL, 1976.

Descrevendo seu gato, o narrador remete ao contexto e a protagonistas da Inconfidência para criar um efeito desconcertante centrado noAlternativasA

a) desenho imaginativo do casario colonial de Ouro Preto. 

b) efeito de apagamento de limites entre ficção e realidade. 

c) vínculo estabelecido entre animais urbanos e literatura.

d) questionamento sutil quanto à sanidade dos inconfidentes.

e) contraste entre austeridade pomposa e imagem repugnante

Enem 2023

Reposta: Letra E. Note que o autor mescla palavras pomposas sobre os inconfidentes com termos altamente pejarativos sobre seu gato. O objetivo aqui é mostrar como, em um mesmo ambiente, em tempos diversos, poderiam viver seres tão distintos.

10. Esquematize o texto

Esquematizar o texto com as suas próprias palavras, pode ajudar e na compreensão e na interpretação. Fazer um resumo ou criar um mapa mental também pode ser uma excelente estratégia.

É claro que nem sempre será possível seguir essa estratégia para todos os textos, devido ao tempo de prova. Mas, em algumas questões, essa prática pode ajudar muito em uma melhor compreensão da mensagem do autor.

Interpretação de texto é uma prática relevante não apenas para as provas de humanas, como também para as outras áreas de conhecimento contidas na avaliação do Enem. Ou seja, para se dar bem em um exame é fundamental que você saiba interpretar todo o tipo de questão. 

Por isso, não basta estudar somente os conteúdos, é necessário ler bastante e treinar constantemente por meio de simulados e provas anteriores. Inclusive, apostar em estratégias de interpretação de texto para o Enem é uma forma de se dar bem na avaliação. 

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Literatura no Enem: temas que mais caem

Uma das premissas para obter uma boa nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é estudar os conteúdos de Literatura que mais caem na prova. Isso porque essa disciplina é uma das que compõem a avaliação de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

As questões de Literatura abordam, normalmente, as escolas literárias, bem como suas principais obras e autores. No entanto, você não precisa estudar tudo o que diz respeito ao assunto em detalhes. Até porque, como sabemos, a prova do Enem é extensa e há muitas outras áreas e temas abordados. 

Para lhe ajudar, neste artigo, você terá acesso aos conteúdos de Literatura que mais caem no Enem. Dessa forma, poderá planejar os seus estudos, apostando nas temáticas que mais aparecem na avaliação. Acompanhe!

Literatura no Enem: guia dos temas mais cobrados

Quais são os conteúdos de Literatura que mais caem no Enem?

Os conteúdos de Literatura que mais caem no Enem são os relacionados às escolas literárias. Eles vão desde a interpretação de textos literários, até o reconhecimento de estilos da época.

Entretanto, é fundamental que você também estude estrutura textual, gêneros literários e figuras de linguagem, assuntos muito presentes na prova.

A seguir, falaremos sobre cada um deles, detalhadamente. Confira!

Escolas literárias

Como dito anteriormente, as escolas literárias fazem parte dos conteúdos de Literatura que mais caem no Enem. Dentre elas, podemos destacar:

É fundamental que você saiba os principais pontos de cada uma dessas escolas e conheça as suas particularidades. Isso porque as questões costumam pedir para que você identifique a qual escola determinado texto ou obra pertence. 

Exemplo de questão sobre escolas literárias

Para entender melhor como as escolas literárias são cobradas no Enem, vejamos uma questão do Enem de 2016 sobre esse tema:

Estas palavras ecoavam docemente pelos atentos ouvidos de Guaraciaba, e lhe ressoavam n’alma como um hino celestial. Ela sentia-se ao mesmo tempo enternecida e ufana por ouvir aquele altivo e indómito guerreiro pronunciar a seus pés palavras do mais submisso e mavioso amor, e respondeu-lhe cheia de emoção: — Itajiba, tuas falas são mais doces para minha alma que os favos da jataí, ou o suco delicioso do abacaxi. Elas fazem-me palpitar o coração como a flor que estremece ao bafejo perfumado das brisas da manhã. Tu me amas, bem o sei, e o amor que te consagro também não é para ti nenhum segredo, embora meus lábios não o tenham revelado. A flor, mesmo nas trevas, se trai pelo seu perfume; a fonte do deserto, escondida entre os rochedos, se revela por seu murmúrio ao caminhante sequioso. Desde os primeiros momentos tu viste meu coração abrir-se para ti, como a flor do manacá aos primeiros raios do sol.

GUIMARÃES, B. O ermitão de Muquém. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 7 out. 2015.

O texto de Bernardo Guimarães é representativo da estética romântica. Entre as marcas textuais que evidenciam a filiação a esse movimento literário está em destaque a

a) referência a elementos da natureza local.

b) exaltação de Itajiba como nobre guerreiro.

c) cumplicidade entre o narrador e a paisagem.

d) representação idealizada do cenário descrito.

e) expressão da desilusão amorosa de Guaraciaba.

Resposta: Letra A. Uma das princiapais característica do movimento literário chamado Romantismo é a exaltação do nacionalismo, da natureza e da pátria, como vemos no texto desta questão.

Interpretação de textos literários

Outro assunto que faz parte dos conteúdos de Literatura que mais caem no Enem é a interpretação de textos literários. A maioria das questões dessa área são desenvolvidas com o intuito de avaliar qual o seu nível de compreensão desse tipo de texto. 

É válido dizer que um conteúdo está interligado ao outro, ou seja, mesmo conhecendo todas as escolas literárias, é preciso também saber interpretar as obras de cada movimento. Normalmente, as questões trazem trechos de narrativas e poemas dos mais diversos períodos e você deve compreendê-los para identificar a qual escola pertencem.

Exemplo de questão sobre interpretação de textos literários

Para entender melhor como esse tema é cobrado nas provas do Enem, vejamos um exemplo de questão:

Sou um homem comum

brasileiro, maior, casado, reservista,

e não vejo na vida, amigo

nenhum sentido, senão

lutarmos juntos por um mundo melhor.

Poeta fui de rápido destino

Mas a poesia é rara e não comove

nem move o pau de arara.

Quero, por isso, falar com você

de homem para homem,

apoiar-me em você

oferecer-lhe meu braço

que o tempo é pouco

e o latifúndio está aí matando

[…]

Homem comum, igual

a você,

[…]

Mas somos muitos milhões de homens

comuns

e podemos formar uma muralha

com nossos corpos de sonhos e margaridas.

FERREIRA GULLAR. Dentro da noite veloz. Rio de Janeiro: José Olympio, 2013 (fragmento).

No poema, ocorre uma aproximação entre a realidade social e o fazer poético, frequente no Modernismo. Nessa aproximação, o eu lírico atribui à poesia um caráter de

a) agregação construtiva e poder de intervenção na ordem instituída.

b) força emotiva e capacidade de preservação da memória social.

c) denúncia retórica e habilidade para sedimentar sonhos e utopias.

d) ampliação do universo cultural e intervenção nos valores humanos.

e) identificação com o discurso masculino e questionamento dos temas líricos.

Resposta: Letra A. Note que, para resolver essa questão, você não precisa necessariamente saber as características do movimento modernista, pois estamos diante de uma questão de interpretação de texto. Perceba que o poema fala sempre sobre a importância do trabalho em conjunto e do poder que ele tem para transformar a realidade (“Mas somos muitos milhões de homens comuns e podemos formar uma muralha com nossos corpos de sonhos e margaridas.”)

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Como estudar Linguagens para o Enem: guia para tirar 700+

Ter dúvidas sobre como estudar Linguagens para o Enem é algo muito comum. Isso porque a prova de Linguagens contempla 45 questões, ao todo, divididas em Língua Portuguesa, Literatura e Língua Estrangeira. 

Aplicada no primeiro dia do Enem e com a duração de 5h30, a avaliação de Linguagens é considerada a mais extensa e cansativa segundo os estudantes. Não é para menos, uma vez que, além dos longos textos que antecedem às perguntas, ainda é necessário responder às 45 questões de Ciências Humanas e produzir a redação final

Em razão disso, preparar-se para essa prova, em um primeiro momento, pode parecer uma tarefa bem complicada. No entanto, adotar a estratégia certa e focar nos fatores que mais importam pode ser um diferencial e tanto para se dar bem no exame. 

Pensando nisso, neste artigo, preparamos para você um guia completo de como estudar Linguagens para o Enem. Reunimos dicas que, certamente, vão te ajudar a melhorar o seu desempenho nessas disciplinas. Acompanhe!

Como estudar Linguagens para o Enem?

Saiba como estudar Linguagens para o Enem

Como dito anteriormente, a prova de Linguagens abrange 45 questões divididas em Língua Portuguesa, Literatura e Língua Estrangeira. Inclusive, contempla textos dos mais diversos temas e gêneros. Por esta razão, é fundamental estudar cada uma das disciplinas, explorando os conteúdos que mais caem na avaliação. Confira as nossas dicas, a seguir!

Língua Portuguesa

Interpretação de texto, variações linguísticas, funções da linguagem, figuras de linguagem, tipologia textual e gêneros textuais, são os temas que mais caem na prova de Linguagens. Em razão disso, separamos as sugestões de como estudar Linguagens para o Enem quando a disciplina é Língua Portuguesa. 

1. Leia bastante

Muita gente acredita que a única leitura válida para se dar bem na prova do Enem é a que faz referência aos livros de Língua Portuguesa e Literatura. Entretanto, não é bem assim que funciona. 

Em outras palavras, todo e qualquer texto lido ajuda a melhorar a compreensão das questões avaliativas e ainda ampliar o vocabulário. Inclusive, a leitura auxilia no entendimento das variações linguísticas e nas funções da linguagem. 

Além disso, os livros de histórias, as notícias, os poemas e até mesmo os quadrinhos podem auxiliar na construção da redação.

2. Pratique a escrita

Praticar a escrita pode parecer uma dica errônea quando o assunto é saber como estudar Linguagens no Enem. Contudo, ela é essencial, por diversos motivos. O principal deles é o aprimoramento das habilidades de argumentação e análise crítica. Fatores fundamentais para interpretar os textos contidos nas questões.

Além disso, quanto melhor for a sua escrita, melhor será a sua forma de se expressar com coerência, o que também é um ponto muito importante para a redação final.

3. Aprenda tipologia textual e gêneros textuais

A prova de Linguagens do Enem contempla os mais diversos tipos e gêneros textuais. Por essa razão, você precisa saber distinguir um texto narrativo de um dissertativo, por exemplo. Bem como, um conto de uma resenha. 

Ter um bom conhecimento das características de cada texto, vai ajudar você a não se confundir na hora de responder perguntas sobre eles. 

4. Estude as figuras de linguagem

As figuras de linguagem são vistas com frequência na prova de Linguagem para o Enem. Esse tipo de recurso expressivo é encontrado nos textos e em inúmeras questões. Inclusive, é um tema muito recorrente também na avaliação de Literatura.

Por essa razão, é indicado que você as estude com riqueza de detalhes. Normalmente, as que mais aparecem no Enem são:

  • metáfora;
  • metonímia;
  • eufemismo;
  • personificação;
  • comparação;
  • sinestesia;
  • pleonasmo;
  • hipérbole;
  • paradoxo;
  • ironia.

5. Não esqueça da gramática

Embora não seja o foco do Enem, o domínio da gramática permite que você tenha uma melhor compreensão textual, evitando interpretações erradas. Isso porque as regras gramaticais estão totalmente conectadas às questões de Língua Portuguesa.

Isso significa que, se você não souber o que é uma conjunção coordenativa, por exemplo, pode não entender a função dela em uma determinada questão.

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Uso de maiúsculas e minúsculas em palavras com hífen

Ex-presidente ou Ex-Presidente? Vice-Reitor ou Vice-reitor? Afinal, nas palavras compostas separadas por hífen, devemos escrever os dois termos em maiúscula ou somente o primeiro deles? Neste artigo, vamos resolver esta dúvida. Confira!

Maiúsculas e minúsculas em palavras com hífen

De acordo com o Manual de redação da Presidência da República, “em palavras com hífen, após se optar pelo uso da maiúscula ou da minúscula, deve-se manter a escolha para a grafia de todos os elementos hifenizados” (p.26).

Em outras palavras, ou grafamos ambos os termos com letra minúscula, ou ambos com maiúscula:

  • O Ex-Presidente (ou ex-presidente) realizou discurso na última semana.
  • O Vice-Reitor (ou vice-reitor) abriu o congresso com uma aula magna.

Nomes próprios

Para finalizar este artigo, vale destacar que, em nomes próprios, a única opção é utilizar todos os termos com letra maiúscula:

  • Grã-Bretanha;
  • Timor-Leste;
  • República Centro-Africana;
  • Associação Latino-Americana de Psicologia Social;
  • Jogos Pan-Americanos.

Questão sobre uso hífen para o Enem

1. Assinale a alternativa em que todas as palavras estão em concordância com as regras de uso de maiúsculas e minúsculas em compostos com hífen:

a) Ex-presidente, Guiné-Bissau, pan-americano;

b) vice-presidência, Timor-Leste, Sub-Regente;

c) Grã-bretanha, Vice-Reitor, Associação Inter-Regional para Cooperação;

d) União Pan-Africana de Nações, vice-Governador, Torneio Sul-Americano de Basquete.

Resposta:

A alternativa correta é a letra “b”. Perceba que ela segue todas as regras citadas no artigo.

Vamos analisar agora os erros nas demais alternativas:

  • Na letra “a”, a grafia “Ex-presidente” está incorreta, pois mistura o uso de maiúsculas e minúsculas.
  • Na letra “c”, a grafia “Grã-bretanha” está incorreta. Como se trata de um nome próprio, ambos os termos devem ser grafados com letra maiúscula.
  • Na letra “d”, a grafia “vice-Governador” está incorreta, porquanto também mescla indefidamente o uso de maiúsculas e minúsculas.

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Gostou do texto? Então, aprofunde seus estudos com nosso Guia do Hífen.

Contação de histórias: papel no processo de aprendizado e como otimizar a prática

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A contação de histórias é uma das formas mais antigas e poderosas de transmitir conhecimentos, valores e emoções. Afinal, desde os tempos mais remotos, os seres humanos usam as histórias para se comunicar, se divertir, educar e se inspirar. 

Dentre outras coisas, as histórias estimulam a imaginação, a criatividade, atenção, expressão e empatia. Elas também contribuem para o desenvolvimento da linguagem oral e escrita, da leitura e da interpretação de textos.

Na educação, a contação de histórias é uma estratégia pedagógica que pode ser utilizada em diferentes níveis e áreas de ensino. Desde a alfabetização até o ensino superior, passando pelo ensino fundamental e médio. A contação de histórias pode favorecer o aprendizado de conteúdos curriculares, o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, a formação de valores éticos e morais, a construção da identidade cultural e a promoção da cidadania.

Por isso, hoje vamos apresentar algumas dicas interessantes para ajudar você a aprimorar essa arte milenar e transformadora. Leia até o fim e confira!

Contação de histórias

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Contar uma história é algo realmente poderoso. Afinal, não é à toa que o registro da evolução da humanidade pode ser observado e sentido por meio das histórias que se contam sobre ela. 

Segundo Malba Tahan (1961, p. 24), até nossos dias, todos os povos civilizados ou não, têm usado a história como veículo de verdades eternas, como meio de conservação de suas tradições, ou da difusão de ideias novas.

Sendo assim, contar histórias vai além de apenas passar informações, mas é também uma forma de eternizar a expressividade cultural. E para conseguir extrair o máximo de resultados da contação de histórias como prática pedagógica, é possível seguir algumas dicas.

Conheça o seu público

Antes de escolher e contar uma história, é importante conhecer o seu público: 

  • Quem são?
  • Quantos são?
  • Qual a faixa etária?
  • Quais os interesses, necessidades, dificuldades, expectativas e conhecimentos prévios que eles têm?

Essas informações vão ajudar você a selecionar as histórias mais adequadas, que sejam relevantes, significativas, desafiadoras e motivadoras para os seus ouvintes.

Além disso, é importante adaptar a linguagem, o vocabulário, o ritmo, o tom e o estilo da narrativa de acordo com o perfil do público. Por exemplo, se você for contar uma história para crianças pequenas, você pode usar uma linguagem mais simples, lúdica e repetitiva, com rimas, onomatopeias, gestos e sons. Agora, se a história for para adolescentes, é interessante utilizar uma linguagem mais informal, atual e provocativa, com humor, ironia, gírias e referências culturais.

Escolha com critério o material para contação de histórias

A escolha das histórias é um dos aspectos mais importantes da contação na educação. Assim, elas devem estar alinhadas com os objetivos pedagógicos, conteúdos curriculares, temas transversais e projetos educativos que você pretende trabalhar. Elas também devem ter uma estrutura clara, com começo, meio e fim, e uma mensagem central, que seja coerente, consistente e significativa.

As histórias devem ter personagens, cenários, conflitos e soluções que sejam interessantes, verossímeis e atraentes para os ouvintes. Também é importante que elas tenham um equilíbrio entre o real e o imaginário, o conhecido e o desconhecido, o simples e o complexo. Lembre-se de que elas devem provocar a curiosidade, a surpresa, a reflexão, a emoção e a ação dos ouvintes.

Prepare-se para contar a história

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Depois de escolher a história, é preciso se preparar para contá-la. Isso envolve ler, reler, estudar, compreender, interpretar, memorizar e ensaiar. Para contar com desenvoltura, você deve dominar o conteúdo, a estrutura, a linguagem e a mensagem da história. 

Dessa forma, mesmo que seja superficialmente, planeje como você vai iniciar, desenvolver e concluir a narrativa. Também é interessante ter uma espécie de script sobre como vai interagir com os ouvintes, usar os recursos expressivos e tecnológicos, e avaliar o resultado da contação.

Para isso, procure ensaiar a história algumas vezes, sozinho ou com a ajuda de alguém, se possível. Assim, é possível verificar o tempo, ritmo, entonação, postura, gestuário, etc.

É bom lembrar que você precisa estar preparado para improvisar, adaptar, modificar ou corrigir a história, caso seja necessário. Isso de acordo com o feedback dos ouvintes, situações imprevistas, erros ou dificuldades que possam surgir.

Use recursos expressivos e tecnológicos na contação de histórias

A contação de histórias pode ser enriquecida com o uso de recursos expressivos e tecnológicos, que ajudam a criar um clima e a estimular sensorialmente os ouvintes. A saber, esses recursos podem ser sonoros, visuais, táteis, olfativos, gustativos, etc. Também podem ser naturais, artificiais, tradicionais, modernos, etc.

Exemplos de recursos expressivos naturais são:

  • A voz;
  • O corpo;
  • O rosto;
  • O olhar;
  • Os gestos;
  • Movimento, etc. 

Dessa forma, você pode usar esses recursos para dar vida, personalidade, emoção, intenção, etc. aos personagens, cenários, situações e conflitos da história. 

Já os recursos tecnológicos podem ser:

  • Microfone;
  • Alto-falante;
  • Projetor;
  • Computador;
  • Celular;
  • Câmera;
  • Gravador;
  • Fone de ouvido, etc. 

Eles podem ser usados para ampliar e editar a voz, o som, a imagem, o vídeo da história. Assim, sua audiência pode escutar e compreender melhor a narrativa, o que contribui para a compreensão da história em um nível mais profundo.

Dica de recurso tecnológico para contação de histórias

Um recurso tecnológico que pode ser muito útil para a contação de histórias na educação é o CapCut Online, uma ferramenta online que permite editar vídeos de forma simples e rápida, sem precisar baixar ou instalar nenhum programa. 

Com esse editor de vídeo online, você pode criar vídeos impressionantes para contar histórias de forma criativa e envolvente. Entre outras coisas, é possível usar o CapCut Online para cortar, redimensionar, girar, inverter, acelerar, desacelerar, mesclar, dividir, recortar, etc. os seus vídeos. 

Você também pode usar o CapCut Online para adicionar filtros, efeitos, transições, textos, músicas, efeitos sonoros e muito mais. Aliás, ele também permite remover o fundo do vídeo, converter texto em voz e voz em texto, traduzir o vídeo, etc. E o melhor é que CapCut Online é uma ferramenta gratuita, fácil de usar e você nem precisa baixar nada.

Portanto, esse é um recurso tecnológico muito interessante.

Agora que você já sabe como a contação de histórias pode ser poderosa no processo de aprendizado, coloque essas dicas em prática e eleve essa técnica milenar a um novo patamar!

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Classificação das sílabas: regras e uma análise completa

Para que seja possível aprender de forma mais completa tudo sobre a gramática da língua portuguesa, saber as regras de classificação das sílabas quanto a sua tonicidade e seu número é extremamente importante.

Então temos que entender melhor como funcionam a acentuação e a separação das sílabas para que saibamos fazer de forma correta a sua classificação, e as regras que devemos utilizar para fazer a classificação de sílabas.

Pensando nisso, compilamos as informações que são necessárias para que seja possível entender totalmente o conceito de sílaba, como classificá-las, separá-las, sua importância no nosso idioma e criamos um guia com alguns exemplos práticos para tornar mais simples a compreensão.

Classificação das sílabas: guia completo e atualizado

Definição e conceito de sílaba

As sílabas são os menores componentes das palavras, são pequenos pedacinhos que juntos formam palavras que são capazes de passar sentido e significado. Gramaticalmente falando, as sílabas são fonemas que transmitem, sozinhas ou juntas, a ideia que queremos informar, e em cada sílaba sempre vai haver uma vogal. Através das sílabas, podemos fazer a classificação das palavras, quanto ao número (de sílabas) e tonicidade. 

O que é classificação das sílabas?

Para fazermos a classificação das palavras é em primeiro lugar necessário fazer a classificação das sílabas em função do número e da de cada pedacinho da palavra ou fonema. Ou seja, é preciso saber separar as sílabas e contá-las, e também verificar onde se encontra a sílaba mais forte da palavra, ou a sílaba tônica.

Classificação das palavras quanto ao número de sílabas 

Para fazer a classificação de uma palavra através do número de sílabas que a compõem, é preciso saber que temos uma regra que nomeia as palavras de acordo com a quantidade de sílabas que a formam. São elas as monossílabas, dissílabas, trissílabas e polissílabas. Vamos explicar abaixo como fazer a classificação do número de sílabas de cada palavra:

Monossílabas 

Apresentam apenas uma única sílaba, é uma palavra indivisível. 

Exemplos: Sol; mar; céu; lar; luz.

Dissílabas

Palavras que ao serem divididas, apresentam duas sílabas. 

Exemplos: Casa; luva; mesa; sopa; café.

Trissílabas

No caso das palavras trissílabas, as sílabas são três.

Exemplos: Careta; macaco; viagem; fedelho; fogaréu.

Polissílabas

Por fim vêm as palavras polissílabas, que apresentam quatro ou mais sílabas.

Exemplos: Comemoração; protuberante; escarnecer; paralelepípedo; consultoria; despreparado.

Separação e classificação das sílabas

Para que possamos classificar as palavras quanto ao número de sílabas, é preciso que saibamos algumas regras na hora de fazer a separação das sílabas. A regra principal é bastante simples, e diz que a separação de sílabas se dá de acordo com o número de fonemas (ou sílabas) pronunciados de uma única vez. Vejamos como fica a classificação do número de sílabas de cada palavra:

Exemplos:

  • Caráter: ca – rá – ter (trissílaba)
  • Papel: pa – pel (dissílaba)
  • Característica: ca – rac – te – rís – ti – ca (polissílaba)
  • Suéter: su – é – ter (trissílaba)

Dentro das sílabas existem as vogais e as semivogais “i” e “u” que aparecem em determinadas palavras.

Exemplos: 

Papai: pa – pai (sendo o “i” uma semivogal que se apoia no “a” da segunda sílaba).

Troféu: tro – féu (sendo o “u” uma semivogal que se apoia no “e” presente na segunda sílaba da palavra).

  • Os ditongos e tritongos devem obrigatoriamente permanecer na mesma sílaba, são indivisíveis.

Exemplos:

Melaleuca: me – la – leu – ca

Uruguai: U –  ru –  guai

Paraguai: Pa – ra – guai

  • Os dígrafos “ch”, “lh”, “nh”, “gu” e “qu” são inseparáveis.

Exemplos:

Cachorro: ca – chor- ro

Palhaço: pa – lha – ço

Miguel: Mi – guel

Brinquedo: brin – que – do

  • Os dígrafos “ss”, “rr”, “sc”, “sç”, “xs”, e “xc” devem ser separado

Exemplos:

Carroça: car – ro – ça

Sessão: ses – são

Desço: des – ço

Possesso: pos – ses – so

Excelente: ex – ce – len – te

  • Os hiatos são obrigatoriamente divididos em sílabas diferentes

Exemplos:

Dia: di – a

Matriarcado: ma – tri – ar – ca – do

Esaú: E – sa – ú

  • Encontros consonantais devem ser divididos em sílabas diferentes, exceto os que a segunda consoante é “l” ou “r”.

Exemplos:

Treco: tre – co

Classe: clas – se

Broto: bro – to

  • Os encontros consonantais que iniciam as palavras devem permanecer juntos na mesma sílaba

Exemplos:

Pneumático: pneu – má – gi – co

Gnomo: gno – mo

Classificação das palavras por tonicidade

A segunda forma de classificação de sílabas ou de fonema, é quanto a sua tonicidade, e consequentemente cada palavra recebe um tipo diferente de classificação de acordo com a posição que sua sílaba tônica ocupa, como veremos abaixo:

Oxítonas

São as palavras em que sua sílaba tônica, ou a sílaba forte, é a última.

Exemplos: chá; jiló; gari; amém; sopé; maracujá.

Paroxítonas

No caso das palavras paroxítonas, a sílaba tônica é a penúltima da palavra.

Exemplos: recente; látex; surpresa; caráter; poliéster; teatro; catéter; separado.

Proparoxítona

E por último temas as palavras classificadas como proparoxítonas, em que a sílaba tônica fica em antepenúltimo lugar dentro da palavra.

Exemplos: propósito; característica; próximo; ágape; pretérito; tâmara; último.

Se houver qualquer tipo de dúvida sobre qual é a sílaba forte da palavra, há um truque que pode ajudar a encontrá-la mais facilmente. Pronuncie a palavra em voz alta, de forma interrogativa. A sílaba forte ficará rapidamente em evidência. Depois dessas informações, com certeza a classificação de sílabas se tornará ainda mais fácil para você.

Tudo sobre o grau comparativo de superioridade

No dia a dia utilizamos muitos recursos da língua portuguesa sem nos dar conta, e esse é o caso do grau comparativo de superioridade, que é bastante usado mas muitas vezes nem percebemos isso, ao utilizarmos adjetivos.

Quando pintar uma dúvida sobre o que é correto fazer com relação ao comparativo de superioridade de adjetivos, basta dar uma lida no texto abaixo que ficará mais fácil saber empregar corretamente o comparativo.

Para que você perceba a diferença entre o grau comparativo de superioridade e o grau superlativo, como identificar e empregar esse recurso em textos, e perceber de forma prática nas frases, redigimos um pequeno manual sobre o tema. Vamos saber mais sobre o assunto!

O que é grau comparativo de superioridade?

Os adjetivos existem para empregar qualidades ao sujeito das frases. Além disso, em alguns casos, os adjetivos também são utilizados para comparar pessoas ou coisas. 

É quando existe essa comparação entre as partes utilizando adjetivos que o grau comparativo é utilizado, tanto para expressar uma ideia de igualdade, quanto de superioridade ou inferioridade. Entenda as diferenças a seguir e saiba tudo sobre o grau comparativo de superioridade.

Entenda a diferença entre comparativo de superioridade e igualdade

Ainda que todos os graus comparativos se utilizem de adjetivos para exercer algum tipo de comparação entre as partes, os três graus comparativos possuem diferenças bem claras.

No caso do grau comparativo de superioridade, existe uma comparação para aumentar a característica de uma ou uma das partes em relação a outra ou outras. Enquanto isso, o grau comparativo de igualdade põe as partes do sujeito num mesmo nível. 

Entenda a diferença entre comparativo de superioridade e inferioridade

Como dito acima, os adjetivos servem para aplicar qualidades aos sujeitos das frases, além de tecer comparações entre os componentes do sujeito. No entanto, optar por usar o grau comparativo de superioridade ou de inferioridade vai depender do que você quer expressar.

O grau comparativo de superioridade serve para demonstrar que um dos sujeitos têm maiores ou melhores características que o outro.  Já no grau comparativo de inferioridade, como o próprio nome já indica,  funciona de maneira exatamente oposta, colocando uma das partes do sujeito com características inferiores às do outro ou dos outros. 

Continue a leitura para conferir exemplos de grau comparativo de superioridade!

Qual a diferença entre o grau comparativo de superioridade e superlativo?

É muito importante destacar que o grau comparativo envolve pelo menos duas partes para que possa haver a comparação entre eles, e então se apresentam as formas de igualdade, inferioridade ou superioridade. Essa é uma das maneiras de diferenciar esses dois graus que se utilizam de adjetivos. 

No caso do grau superlativo, o que podemos observar é que a caraterística atribuída pelo adjetivo é intensificada e não há comparação. Além disso, pode ser feita de forma relativa quando envolve mais de uma pessoa ou grupo, ou de forma absoluta quando se refere a um componente ou grupo do sujeito.

Exemplos de frases no comparativo de superioridade

Para que fique mais clara e fácil a compreensão, vamos dar exemplos de frases do grau comparativo de superioridade, e assim será possível perceber a estrutura utilizada nele:

Exemplos: 

  • Essa comida está melhor que a que experimentamos aqui na última semana.
  • Sua pulseira é mais bonita que a minha.
  • Para escrever discursos, Paulo é melhor que Mario. 
  • Descrevendo assim, percebo que sua mãe é mais carinhosa que seu pai.
  • Esse utilitário é mais caro que o meu.
  • Meu time tem mais títulos que o seu.
  • A comida fresca é muito mais saudável que comida pronta e congelada.

E aí? Já sabe tudo sobre o grau comparativo de superioridade? Se quiser continuar aprendendo ainda mais, confira todos os nossos conteúdos sobre gramática e domine a língua portuguesa!

Frase Optativa: O que é e como identificá-la

Existem dentro da nossa gramática variados tipos de frases, com diferentes estruturas. E uma das que usamos com certa frequência tanto ao redigir textos quanto em conversas do cotidiano é a frase optativa, que será nosso tema de hoje.

Para que saibamos identificar as frases optativas é necessário saber seu significado, que tipo de frase ela é, e suas principais características. Vamos relembrar esse assunto.

Para que sua identificação seja rápida, fácil, e seja possível diferenciá-la dos outros tipos de frases de maneira acertada, seguem algumas informações relevantes sobre as frases optativas, como sua estrutura, pontuação e exemplos.

O que é uma frase optativa?

As frases optativas são aquelas em que se deseja algo a alguém, e ao final geralmente se utiliza um ponto de exclamação para reforçar a ideia. É a frase onde se expressa claramente uma opinião, um desejo de que algo ocorra, uma benção, votos ou realizações.

Exemplos de frases optativas

Seguem abaixo alguns exemplos de frases optativas, para melhor compreensão:

  • Que Deus te proteja!
  • Espero que consiga a vaga de emprego!
  • Torcendo pela sua pronta recuperação!
  • Tenha uma ótima viagem!
  • Boa sorte no novo emprego!

Tipos de frases optativas

Existem dois tipos de frases optativas, as que são classificadas como optativas nominais e as optativas verbais.

Frase optativa nominal

As frases classificadas como optativas nominais não possuem em sua estrutura nenhum verbo, nada que indique ação.

Exemplos de frases optativas nominais:

  • Que bela jóia.
  • Nossa, que casa mais arrumada!
  • Lindo vestido!
  • Garoto esperto!
  • Que funcionário dedicado!

Frase optativa verbal

Já no caso das frases optativas verbais, sempre vai haver em sua estrutura um verbo, que pode compor sozinho a frase, ou vir acompanhado de outras palavras.

Exemplos de frases optativas verbais:

  • Amanheceu!
  • Seja feliz!
  • Desejo muita saúde ao bebê!
  • Tenha um ótimo dia!
  • Espero que vença a prova!

Diferença entre frase optativa e frase exclamativa

Com o objetivo de facilitar sua vida, e para que não reste nenhuma dúvida na hora de identificar as frases optativas, e que seja mais claro diferenciá-la das frases exclamativas, seguem a explicação do que diferencia as duas.

As frases optativas podem ser confundidas com as frases exclamativas uma vez que geralmente levam o ponto de exclamação ao fim. E é bom ressaltar que as frases optativas expressam o desejo a alguém, ou votos ou bênçãos. Enquanto as frases exclamativas sempre serão pontuadas com um ponto de exclamação, e sua entonação é sempre mais veemente.  

Diferença entre frase optativa e frase declarativa

Para estabelecer a diferença entre frases optativas e declarativas é bastante simples, uma vez que as frases declarativas estão fazendo algum tipo de declaração ou constatação sobre algo ou alguém. Enquanto as frases optativas estão desejando algo e sua entonação é mais exclamativa que as das frases declarativas.

Para melhor compreensão e utilização é preciso conhecer bem as características e regras da gramática portuguesa, especialmente depois do Novo Acordo Ortográfico, que unificou o nosso idioma aos de outros países de língua portuguesa.
Agora que você mergulhou no universo da gramática e já sabe o que é frase optativa, por que não explorar mais? Convidamos você a visitar nossa categoria Revisão de Texto, onde oferecemos uma variedade de conteúdos, desde a correção de erros comuns até dicas de edição avançada. Aperfeiçoar seu texto nunca foi tão fácil! 🖊️

Possui ou Possue: qual a forma correta?

A forma correta é possui, com “i” no final da palavra. A grafia possue, com “e”, está incorreta.

Possui é a conjugação do verbo possuir na 3.ª pessoa do singular do presente do indicativo (ele possui, ela possui, você possui) ou na 2.ª pessoa do singular do imperativo (possui tu):

Verbo possuir – presente do indicativo

Vejamos a conjugação do verbo possuir no presente do indicativo:

1ª pessoa do singularEu possuo
2ª pessoa do singularTu possuis
3ª pessoa do singularEle possui
1ª pessoa do pluralNós possuímos
2ª pessoa do pluralVós possuís
3ª pessoa do pluralEles possuem

Verbo possuir – imperativo

Agora vamos conferir a conjugação do verbo possuir no imperativo:

1ª pessoa do singularEu —
2ª pessoa do singularTu possui
3ª pessoa do singularEle possua
1ª pessoa do pluralNós possuamos
2ª pessoa do pluralVós possuí
3ª pessoa do pluralEles possuam

Conjugação dos verbos terminados em -uir

Em regra, os verbos terminados em -uir formam a 3.ª pessoa do singular do presente do indicativo com a terminação -i:

  • arguir – argui;
  • atribuir – atribui;
  • concluir – conclui
  • contribuir – contribui;
  • delinquir – delinqui ou delínqui;
  • diminuir – diminui;
  • possuir – possui.

Exemplos com “possui”

  • Marcos possui uma casa muito bem avaliada no mercado imobiliário.
  • A empresa americana possui uma filial em Vitória da Conquista, a aproximadamente 580km de Salvador.
  • Possui apenas o que te é de direito e serás feliz com o que tens.

Uso correto do verbo possuir

Para finalizar este artigo, vale destacar que o verbo possuir deve ser utilizado somente quando quisermos indicar uma relação de posse ou de propriedade.

Nesse sentido, o verbo não deve ser usado como substituto de “ter”. Por exemplo, não é correto dizer: “este apartamento possui três suítes.” Nesse caso, não há relação de posse. Assim, o melhor é dizer “este apartamente tem três suítes”.

Da mesma forma, não é adequado dizer: “aquela moça possui manchas no rosto.”. Mais uma vez, não se configura uma relação de propriedade, mas sim de característica. Nesse sentido, o melhor é dizer: “aquela moça tem manchas no rosto”.

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