Língua Portuguesa e Literatura para o Enem

Categoria: Sintaxe (Page 2 of 4)

Oração: termos essenciais, integrantes e acessórios

Os termos da oração são palavras ou grupo de palavras que exercem alguma função sintática dentro da oração. São divididos em:

  • Termos essenciais (sujeito e predicado)
  • Termos integrantes (complementos verbais, complemento nominal e agente da passiva)
  • Termos acessórios (adjunto adnominal, adjunto adverbial e aposto)

Termos essenciais da oração

São termos essenciais da oração o sujeito e o predicado.

1. Sujeito

O sujeito é o ser ou fato sobre o qual o predicado faz uma declaração. Também é o responsável pela conjugação do verbo e recebe várias classificações.

a) Sujeito simples: é o que apresenta apenas um núcleo explícito.

– Sua atitude foi brilhante.

b) Sujeito composto: é o que apresenta mais de um núcleo explícito.

Os professores e os alunos reuniram-se no ginásio.

c) Sujeito oculto, elíptico ou desinencial: é o que apresenta um núcleo implícito, mas que pode ser identificado facilmente por meio da desinência do verbo.

– Chegamos atrasados à festa. (sujeito oculto: nós)

d) Sujeito indeterminado: é aquele cujo núcleo é desconhecido e impossível de identificar mesmo o verbo indicando que houve uma ação praticada por alguém. 

– Disseram que você briga muito na escola. (Alguém disse, mas quem?)

e) Sujeito oracional: é aquele que aparece em forma de oração.

– Nota-se que todos gostam de você.

f) Sujeito inexistente (oração sem sujeito): ocorre em orações com verbos impessoais. É o único caso em que este termo essencial não aparece.

– Choveu muito durante o show.

2. Predicado

O predicado é o conjunto de todos os termos da oração, com exceção do sujeito e do vocativo. É tudo o que se declara sobre o sujeito (quando ele existe).

Em 2020, o mundo foi tomado por uma pandemia. (sujeito: o mundo)

Faz muito calor no Rio de Janeiro. (oração sem sujeito – tudo é predicado)

O predicado pode ser classificado em:

a) Predicado nominal: é aquele cujo núcleo da afirmação está contido no nome (substantivo, adjetivo, pronome), não no verbo. É constituído sempre de: verbo de ligação + predicativo do sujeito.

– Nossa casa é lindíssima!

b) Predicado verbal: é aquele cujo núcleo é qualquer verbo que não seja de ligação, ou seja, apresenta verbo nocional.

– Todos nós assistimos ao lançamento da Marvel.

c) Predicado verbo-nominal: é aquele cujos núcleos são um verbo nocional + um nome (esse nome será predicativo do sujeito ou do objeto).

– Os jogadores corriam exaustos.

Termos integrantes da oração

São termos integrantes da oração aqueles que completam o sentido de certos verbos ou nomes, como fazem os complementos verbais (objeto direto e objeto indireto), o complemento nominal e o agente da passiva.

1. Complementos verbais

São complementos do verbo o objeto direto e o objeto indireto.

a) Objeto direto: complementa o sentido de um verbo sem o auxílio de uma preposição.

– A chuva intensa prejudicou a navegação.

b) Objeto indireto: complementa o sentido de um verbo com o auxílio de uma preposição.

– Ele não confia em você.

2. Complemento nominal

O complemento nominal liga-se a um nome, o qual pode ser um substantivo, um adjetivo ou um advérbio de base adjetiva, a fim de complementar o seu sentido. É obrigatoriamente regido de preposição.

– Tenho necessidade de proteção.

3. Agente da passiva

O agente da passiva é o termo que complementa um verbo na voz passiva analítica. É obrigatoriamente regido pelas preposições por ou de.

– Os nadadores foram aplaudidos pelo público.

Termos acessórios da oração

Os termos acessórios da oração desempenham função secundária na oração, sendo dispensáveis à construção de sentido dela. São eles o adjunto adnominal, o adjunto adverbial e o aposto.

1. Adjunto adnominal

O adjunto adnominal é o termo acessório que delimita o sentido de um substantivo, caracterizando-o. É representado pelas seguintes classes gramaticais: artigo, adjetivo, locução adjetiva, pronome adjetivo, numeral adjetivo.

O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu amigo de infância.

O (artigo) e inovador (adjetivo) caracterizam o substantivo poeta;

dois (numeral) e longos (adjetivo) caracterizam o substantivo trabalhos;

o (artigo), seu (pronome adjetivo) e de infância (locução adjetiva) caracterizam o substantivo amigo.

2. Adjunto adverbial

O adjunto adverbial é o termo que indica a circunstância expressa pelo verbo. Na prática, todo advérbio e toda locução adverbial exercem função sintática de adjunto adverbial, o qual pode expressar muitas as circunstâncias, sendo as mais comuns as de: tempo, modo, lugar, causa, assunto, meio, instrumento, afirmação, negação, dúvida, intensidade, finalidade, companhia, condição e concessão.

Hoje é feriado. (tempo)

– Todos correram de medo. (causa)

– A esposa trabalha bastante. (intensidade)

3. Aposto

O aposto é um termo de valor substantivo que explica, especifica, amplia ou resume um termo sintático antecedente. Pode ser classificado em:

a) Aposto explicativo: amplia o significado do antecedente. Sempre vem isolado por pontuação.

– Neymar, o maior jogador do Brasil hoje, atualmente joga pelo Paris Saint-Germain.

b) Aposto especificativo: possui o mesmo valor semântico do antecedente e não é isolado por pontuação.

– O escritor Machado de Assis era carioca. 

c) Aposto enumerativo: enumera as partes que constituem o antecedente. Aparece após vírgula, dois-pontos ou travessão.

– Nas férias, visitei três países: Itália, França e Inglaterra.

d) Aposto resumidor: sintetiza o que foi dito anteriormente. Normalmente é um pronome indefinido.

– O sorriso, a voz, a educação, tudo nela encantava.

e) Aposto distributivo: normalmente, retoma dois ou mais termos anteriores.

– Tenho dois investimentos: um em renda fixa, outro em renda variável, 

f) Aposto de oração: refere-se a uma oração inteira.

– O furacão destruiu toda a cidade, fato lamentável.

Vocativo x aposto

Vocativo é usado para evidenciar o ser chamado ou ao qual se apela, isto é, indica a invocação de algo ou alguém. Deve sempre ser isolado por vírgula e pode se deslocar pela oração. Exemplos:

Mãe, pega a tolha pra mim!

– Que paz você me traz, ó mar!

Diferentemente do aposto, o vocativo não pertence à estrutura sintática da oração, ou seja, não se liga ao verbo nem ao nome, tampouco integra o sujeito ou o predicado. Portanto, ele não é considerado um termo da oração, apesar de ser tradicionalmente explicado na seção de termos acessórios da oração em muitas gramáticas.

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Orações reduzidas – conceito e exemplos

As orações reduzidas são, em geral, orações subordinadas que não se iniciam por conjunção subordinativa nem por pronome relativo, além de o verbo estar numa das suas formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

Esse tipo de oração se opõe às orações desenvolvidas, que além de serem iniciadas por conjunção subordinativa ou pronome relativo, possuem verbos no modo indicativo, imperativo ou subjuntivo. Exemplos:

  • Oração subordinada desenvolvida: Era preciso que usássemos máscara.
  • Oração reduzida de infinitivo: Era preciso usarmos máscara.
  • Oração subordinada desenvolvida: Quando andava para o trabalho, vi um acidente.
  • Oração reduzida de gerúndio: Andando para o trabalho, vi um acidente.
  • Oração subordinada desenvolvida: Tirou férias do trabalho, assim que começou as férias da faculdade.
  • Oração reduzida de particípio: Tirou férias do trabalho começada as férias da faculdade.

Vejamos todos os tipos de orações reduzidas abaixo.

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Oração subordinada – conceito e exemplos

Oração subordinada é aquela que exerce alguma função sintática em relação a outra oração, denominada oração principal. A subordinada pode vir antes ou após a oração principal, também sendo possível que apareça no meio dela. Exemplos:

a) Antes da oração principal:

Quando os filhos são sinceros, os pais ficam felizes.

b) Após a oração principal:

– Os filhos estavam temerosos de que os pais descobrissem a verdade.

c) No meio da oração principal:

– Os filhos que são sinceros estão tranquilos.

Juntas, oração principal e oração subordinada, formam o que chamamos de período composto por subordinação. Além disso, conforme a função que exercem, as orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais. Vejamos cada uma.

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Orações coordenadas – conceito e exemplos

As orações coordenadas são aquelas que exercem relação de independência sintática uma da outra, apesar de serem dependentes semanticamente. Em outras palavras, ligam-se pelo sentido ao mesmo tempo em que cada uma possui estrutura sintática completa.

Quando falamos de estrutura sintática completa, quer dizer que cada oração possui, pelo menos, sujeito (ainda que esteja oculto) e predicado. No caso das orações sem sujeito, estas apresentam apenas predicado.

Além disso, por apresentarem dois ou mais verbos, podemos dizer que as orações coordenadas constituem um período composto por coordenação

Existem dois tipos de orações coordenadas: as assindéticas e as sindéticas. Vejamos cada uma a seguir.

Orações coordenadas assindéticas

As orações coordenadas assindéticas são aquelas que não possuem síndeto. O prefixo a- significa “não”, e síndeto vem do grego “sýndetos”, que significa “conjunção” ou “conectivo”, logo “assindética” significa ausência de conjunção.

Exemplo:

Faz muito frio lá fora – leve agasalho!

1ª oração: Faz muito frio lá fora;

2ª oração: leve agasalho!

Perceba que não há nenhuma conjunção ligando essas duas orações, por isso ambas são classificadas como orações coordenadas assindéticas.

Outros exemplos:

Subo por uma velha escada de madeira mal iluminada, chego a uma espécie de salão. (Moacyr Scliar)

Grita, sacode a cabeleira negra, agita os braços, para, olha, ri. (Érico Veríssimo)

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Quando “estar” não é verbo de ligação?

O verbo estar, na maioria das vezes, funciona como um verbo de ligação. Há, contudo, uma situação específica em que ele será um verbo intransitivo. Neste artigo, vamos explicar quando isso acontece.

Intransitivo

Quando o verbo estar vier acompanhado de um adjunto adverbial de lugar, ele funcionará como verbo intransitivo, ou seja, aquele que tem sentido completo e não demanda objeto direto nem indireto. Vejamos alguns exemplos:

  • Paulo estava no trabalho.
  • O carro está na loja.
  • João esteve aqui ontem.

Perceba que, em todas as orações acima, temos predicados verbais.

Verbo de ligação

Na maioria das vezes, entretanto, o verbo estar vai exercer o papel de verbo de ligação.

Verbos de ligação são aqueles que ligam o sujeito da oração ao seu predicativo e têm a função de indicar estado ou mudança de estado. Por vezes, também são chamados de verbos copulativos, relacionais ou não nocionais.

Nesses casos, teremos, em geral, um predicado nominal. Vejamos alguns exemplos:

  • O dia hoje está lindo.
  • Ontem à tarde, Marta estava muito preocupada com a situação da empresa.
  • Júlio está atrasado para seu compromisso.

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Gostou do texto? Então, vale a pena ler também esses outros artigos:

Oração subordinada substantiva subjetiva e predicativa: como diferenciar?

Uma dúvida muito comum no campo da análise sintática é como diferenciar as orações subordinadas substantivas subjetivas das predicativas. Assim, neste artigo, vamos mostrar como distinguir esses dois tipos de oração.

Orações subjetivas

As orações subordinadas substantivas subjetivas são aqueles que exercem a função de sujeito de uma outra oração. Nesse contexto, o verbo aparece sempre na 3ª pessoa do singular em uma das quatro situações abaixo:

1) Verbos como convém, parece, urge, consta, ocorre, acontece, entre outros:

  • Convém que eles cheguem cedo.
  • Parece que vai fazer frio amanhã.

2) Verbo na voz reflexiva no sentido passivo:

  • Entende-se que tudo vai correr bem.
  • Sabe-se que a situação é delicada.

3) Verbo na voz passiva (ficar, ser, estar) + particípio:

  • Ficou acertado que você passaria aqui às 8h.
  • Está previsto que a reunião começará mais cedo amanhã.

4) Verbos “estar”, “ficar” e “ser” + adjetivo ou substantivo:

  • Está claro que ele não chegará no horário.
  • Ficou nítido que ele dominava o assunto.

Vale ressaltar que as orações subjetivas também são conhecidas como sujeito oracional.

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Tipos de sujeito: conceito e exemplos

O sujeito é o ser ou fato sobre o qual o predicado faz uma declaração. Além de ser considerado um termo essencial da oração, o sujeito é o responsável pela conjugação do verbo e recebe várias classificações.

Neste artigo, vamos analisar todos os tipos de sujeito e apresentar exemplos de cada um deles.

Índice do artigo:

Como identificar o sujeito de uma oração

A forma mais fácil de identificar os tipos de sujeito é começando a análise pelo verbo. Perguntar “o quê?” ou “quem?” para o verbo ajuda na maioria das vezes, além do fato de saber que o verbo concorda em número e pessoa com o núcleo do sujeito.

Exemplo:

O novo apartamento do condomínio está à venda.

O verbo da oração acima é “está”. Ao perguntarmos para ele “o que está à venda?”, a resposta será “O novo apartamento do condomínio”, logo esse é o sujeito.

Perceba também que o verbo está na terceira pessoa do singular igual ao núcleo do sujeito, que é a palavra “apartamento”. O núcleo, portanto, é a palavra mais importante desse termo.

Mas não pense que o sujeito estará sempre antes do verbo! Nos casos de orações na ordem indireta, o sujeito pode aparecer depois dele. Exemplo:

– Correu desesperadamente da polícia o criminoso.

Verbo: Correu (terceira pessoa do singular)

Pergunta: Quem correu?

Resposta: o criminoso (sujeito na terceira pessoa do singular).

Podem ser núcleos do sujeito as seguintes classes gramaticais: 

– substantivo (ou palavra substantivada)

– pronome

– numeral

– verbo no infinitivo

Além dessas classes, temos as orações subordinadas substantivas subjetivas.

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Predicativo do sujeito: o que é e como identificar?

O predicativo do sujeito é o termo da oração que está no predicado nominal ou verbo-nominal e faz referência ao sujeito, caracterizando-o. Essa caracterização pode expressar estado, qualidade ou uma condição do ser.

Como identificar?

Analisemos a oração a seguir:

– A rua imunda ficou limpíssima.

  • Sujeito: A rua imunda
  • Núcleo do sujeito: rua
  • Verbo de ligação: ficou
  • Predicado nominal: ficou limpíssima.

Perceba que temos uma característica do núcleo do sujeito (rua) dentro do predicado (ficou limpíssima), e ela é o adjetivo “limpíssima”. É justamente essa característica do sujeito que está presente no predicado que recebe o nome de predicativo do sujeito.

Em alguns casos, é possível que o predicativo do sujeito venha preposicionado, ou seja, precedido de preposição:

  • A janela é de vidro.
  • Estou com medo.
  • O filme foi de assustar.
  • A árvore ficou sem frutos.
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Adjunto adnominal – o que é, como identificar e exemplos

O adjunto adnominal é um termo acessório da oração que especifica, explica ou determina um substantivo. Essa função sintática pode ser exercida por um adjetivo, por uma locução adjetiva, por um artigo, por um numeral ou por um pronome.

Neste artigo, vamos detalhar cada uma dessas situações. Também vamos mostrar como diferenciar o adjunto adnominal do complemento nominal, do adjunto adverbial e do predicativo do objeto. Vejamos!

Exemplos de adjunto adnominal representado por adjetivo

  • Eu comprei uma casa antiga.
  • Mário é um rapaz animado.
  • Nessa longa estrada da vida, vou andando e não posso parar.
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Aposto: 7 tipos que você precisa conhecer

A imagem mostra um caderno sobre uma mesa. Em cima, há uma tarja na qual está escrito: aposto - o que é, tipos e exemplos.
Aprenda quando utilizar cada tipo de aposto.

Um aposto é um termo usado junto a outro com valor substantivo ou pronominal para explicá-lo ou especificá-lo melhor.

Neste artigo, vamos explicar os 7 tipos que existem. Também vamos te mostrar quando utilizar cada um. Vamos lá!

1 – Aposto resumidor ou recapitulativo

Resume uma sequência de termos, usando os pronomes indefinidos “tudo”, “nada”, “nenhum”.

Deve-se usar pontuação antes do pronome indefinido.

Ex1: Falei com Márcia, Rafaela e Daniel, todos estavam bem.

Ex2: Bebida, festas, viagens, nada me alegrava.

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