Língua Portuguesa e Literatura para o Enem

Categoria: Desenvolvimento da escrita (Page 1 of 2)

Transcrição fonética – conceito, função e exemplos

A transcrição fonética consiste em um sistema de símbolos que tem como finalidade representar os sons da fala. No entanto, mais do que símbolos que transcrevem vogais e consoantes de todas as línguas, a transcrição fonética também apresenta outros fatores da pronúncia, como os acentos e a tonicidade, por exemplo. 

Além disso, ela se difere de região para região e de pessoa para pessoa, isso porque ela simboliza os diferentes sotaques que existem. Neste artigo, vamos saber mais sobre esse assunto. Acompanhe!

Sobre a transcrição fonética

Os símbolos fonéticos são determinados pelo IPA – The International Phonetic Alphabet, que, em tradução livre, significa Alfabeto Fonético Internacional. Eles estão diretamente associados com as letras do alfabeto, com algumas exceções. 

Na transcrição fonética, os símbolos são escritos entre colchetes [ ], a utilização do til indica a nasalização da vogal, e o uso do apóstrofo antes de uma sílaba faz referência a sua tonalidade. 

Por intermédio das transcrições, é possível visualizar melhor a fala, com a utilização de seus sinais gráficos próprios. Além disso, elas permitem que o professor alfabetizador reflita melhor sobre os conflitos entre a fala (pronúncia) e a escrita (ortografia). 

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Grafomotricidade – o que é e como estimular

A grafomotricidade é o conjunto dos movimentos manuais necessários para o desenvolvimento da escrita. Em outras palavras, é a soma das funções motoras que auxiliam no processo de aprendizagem da pré-escrita e da escrita. Neste artigo, vamos falar detalhadamente sobre esse assunto. Confira!

Como ocorre o desenvolvimento grafomotor das crianças?

O desenvolvimento grafomotor das crianças acontece já no início da vida, por intermédio de sua articulação gestual. Com o passar do tempo, surge um controle maior de movimentos, quando elas passam a expressar o que desejam com rabiscos e desenhos. A tentativa de mostrar traços é a maneira que elas encontram de fazer valer sua identidade, ainda que não tenham consciência disso. 

São os traços sem coordenação, que representam a etapa inicial das atividades voltadas para a grafomotricidade. Isso quer dizer que os pequenos rabiscos feitos nos papéis, paredes e demais objetos consistem na primeira etapa de um processo que resultará na evolução do ato gráfico

A escrita é o exercício mais elaborado e complexo da função manual. Por isso, o treino da motricidade fina é o que irá permitir que a criança aprenda a usar e dominar o seu próprio corpo. 

No entanto, é evidente que somente a coordenação fina não é o suficiente. Por isso, é fundamental que exista uma boa coordenação olho-mão, também chamada de óculo-manual. Além disso, as crianças, quando estão desenvolvendo o seu processo de escrita, dependem de fatores, como:

  • coordenação global ao se sentar;
  • controle da pressão realizada sobre o lápis no papel;
  • desenvolvimento da motricidade fina dos dedos das mãos;
  • desenvolvimento do psicomotor geral;
  • dissociação e demais controles de movimentos;
  • maturação do sistema nervoso. 

Ademais, é importante ressaltar que o desenvolvimento das crianças quanto a sua expressão gráfica também se sujeita a fatores culturais e ao meio em que estão inseridas. 

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Escrita espelhada: o que é, por que acontece e como resolver

A escrita espelhada ou letra espelhada consiste em um transtorno comum, que ocorre na fase inicial da aprendizagem. Nele, as crianças escrevem as letras invertidas, como se estivessem lendo através de um espelho. 

Embora não seja algo correto, a escrita espelhada não é um problema a longo prazo, uma vez que costuma desaparecer naturalmente a partir dos sete anos de idade. Além disso, nas primeiras tentativas de escrita, as crianças normalmente não entendem todas as regras que seguimos, como a da escrita da esquerda para a direita, por exemplo. 

Neste artigo, vamos explorar esse tema a fundo, destacando os principais detalhes da escrita espelhada. Acompanhe!

Letra ou escrita espelhada: entenda o conceito, as causas e as soluções.
Letra ou escrita espelhada: entenda o conceito, as causas e as soluções.
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Quando ensinar letra bastão?

A letra bastão, também chamada de letra de forma, é o primeiro contato que uma criança tem com a escrita, após os famosos “rabiscos e gravuras”, os quais ocorrem desde os primeiros meses. 

No entanto, é importante saber qual o momento certo de ensinar a letra bastão para que não se pulem etapas fundamentais para o desenvolvimento infantil. Neste artigo, vamos abordar o assunto de forma detalhada. Acompanhe!

O ensino da letra bastão e a coordenação motora

A alfabetização deve ser iniciada pela letra bastão, isso porque esse tipo de letra é de fácil visualização, reconhecimento, codificação e decodificação. 

Contudo, antes de ensinar a letra bastão para as crianças, é fundamental saber como se desenvolve a coordenação motora, uma vez que é essencial para auxiliar durante o processo. 

A coordenação motora consiste na capacidade que o corpo possui em realizar movimentos articulados, sendo estes o resultado da interação entre os sistemas esquelético, muscular, nervoso e sensorial, os quais possibilitam a realização de todas as nossas ações. 

Podemos classificar a coordenação motora em:

  • coordenação motora grossa: uso de músculos maiores e desenvolvimento das habilidades como pular, correr, subir, descer, dentre outros;
  • coordenação motora fina: uso de músculos pequenos, como os dos pés e das mãos para desenhar, pintar, e manusear objetos.

Pequenos movimentos surgem desde a gestação e se tornam cada vez mais voluntários e conscientes a partir do momento em que os pequenos passam a ter um maior contato com o mundo externo, entendendo a necessidade de se comunicar por meio da manipulação de objetos, o bater das mãos e pés, entre outros gestos e manuseios.

É importante garantir que as crianças estejam envolvidas e sejam incentivadas a desenvolver a coordenação motora de forma adequada, pois é ela quem irá acompanhá-los em todas as atividades do dia a dia, como escovar os dentes, vestir-se, comer, guardar os brinquedos, e assim por diante. 

Somente após esse desenvolvimento, é possível iniciar as atividades que ajudam com o aperfeiçoamento dessas habilidades, como ensinar a letra bastão, por exemplo. 

Por que é importante ensinar a letra bastão para as crianças?

É importante ensinar a letra bastão para as crianças, pois ela é mais simples de ser reconhecida pelos pequenos. Além disso, ainda permite que as crianças apliquem o seu esforço cognitivo à decodificação em si. 

Em razão disso, os pequenos se dedicam mais aos sons das letras e as palavras que elas podem formar durante o processo de alfabetização. 

É por volta dos 4 ou 5 anos de idade que é possível ensinar a letra bastão, iniciando de forma calma e sendo aperfeiçoada aos poucos. Dentre as atividades que podem ser aplicadas na fase de reconhecimento das letras, estão:

  • contorno das letras com lápis, canetinhas, giz de cera ou tinta guache;
  • colagem do alfabeto em murais;
  • identificação das letras do próprio nome;
  • canções sobre o abc;
  • confecção de letras com massinha ou pedaços de papel;
  • dentre outras. 

Somente após um reconhecimento claro das letras, que os exercícios podem evoluir para a escrita em si, também com pequenos avanços entre: escrever o próprio nome e construir pequenas sílabas. 

Quando iniciar a transição para a letra cursiva?

Antes de pensar na transição para a letra cursiva, é fundamental que o ensino da letra bastão já tenha sido realizado de forma eficaz. 

Além disso, é necessário que exista um alinhamento estratégico entre pais e professores e que a idade escolar também seja respeitada. Assim, é fundamental que as crianças já tenham entre 6 e 7 anos de idade. 

É importante destacar, que os pequenos não devem ter contato com a escrita cursiva antes de escreverem com a letra bastão, ou seja, a motricidade precisa ter sido bem estimulada, especialmente a grafomotricidade

Somente após as crianças terem domínio com as habilidade grafomotoras e da escrita em relação a sua codificação, isto é, facilidade em transformar sons em letras, é que a letra cursiva pode ser introduzida. Neste caso, também de forma mais lúdica. 

Ensinar a letra bastão demanda paciência e planejamento!

Ensinar a letra bastão faz parte de um processo longo e complexo para a cabeça das crianças. Ele exige o desenvolvimento pleno da coordenação motora e também de outras áreas cognitivas, como a memória e o raciocínio, por exemplo. 

Por essa razão, tanto o ensino de letra bastão quanto o de letra cursiva dependem de um caminho que requer estratégia e paciência, devendo ser alinhado de acordo com o ritmo e dificuldade de cada uma das crianças para que os resultados sejam efetivos. 

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Gostou do artigo? Então, vale a pena aprofundar seus conhecimentos com o Guia da Alfabetização.

Como ensinar o que é parágrafo?

Encare inicialmente a ideia de parágrafo como uma questão espacial, como uma forma convencionada na escrita de ocupar certos espaços na folha de papel (no ambiente digital também, claro).

Esqueça por ora as questões ligadas ao conteúdo e foque a atenção para a convenção formal. Estou falando das linhas do caderno, mas, sobretudo de margens e de pontuação. Afinal, são esses fatores que delimitam o que chamamos parágrafo.

É quase como um aquário. A água, os peixinhos, eventualmente algumas plantinhas, devem ficar circunscritos à sua forma. Nenhum conteúdo tem permissão para extravasar as paredes de vidro.

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Alfabetização e psicomotricidade – qual a relação?

Você sabe de que maneira a psicomotricidade contribui para a alfabetização? Neste artigo vamos pontuar os principais benefícios de se alfabetizar em conjunto com os exercícios psicomotores. Confira!

Qual o objetivo da psicomotricidade na alfabetização?

Psicomotricidade e alfabetização são duas áreas interligadas no que diz respeito à educação, isso porque, antes de uma criança ler ou escrever, ela precisa ter o domínio do próprio corpo.

Ao apresentarmos uma folha de papel para um aluno, antes de mais nada, precisamos ensiná-lo a dimensão de espaço das linhas do caderno, a superfície que ela ocupa, a forma de conduzir o lápis. E tudo isso se dá por meio da psicomotricidade. 

O período de alfabetização é, sem dúvida, um dos mais importantes no processo de crescimento de um indivíduo e é papel da escola e dos pais tornar essa etapa mais proveitosa e agradável. 

A criança, desde os primeiros meses de vida, passa a ter noção do mundo por intermédio dos movimentos corporais: ela se arrasta no chão, engatinha, toca nos objetos, leva-os à boca, ou seja, explora o seu arredor com o auxílio do corpo. 

Quando ingressa na escola, esse desenvolvimento continua, porém com a introdução da leitura e da escrita, ou seja, o conhecimento das letras, números, atividades em grupos, jogos, dentre outros. 

O desenvolvimento motor é o antecessor de todas as demais áreas, isto é, para ler e escrever bem, para a progressão do raciocínio, concentração e memória, é necessário, primeiramente, ter-se o controle corporal, e isso só é possível através da psicomotricidade.

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Como desenvolver a letra cursiva?

A alfabetização é um processo complexo e envolve vários pontos importantes para a criança e para seu respectivo professor, dentre eles está o desenvolvimento da letra cursiva

A evolução da escrita é um dos primeiros marcos da criança na escola, porém, deve ser regada de cuidado e atenção. Neste artigo vamos ver como desenvolver a escrita cursiva. Confira!

Conhecendo a letra cursiva

Ao iniciar na escola, as crianças se deparam com muitas descobertas, um mundo até então desconhecido por elas, e uma imensa carga de informações novas. Dentre elas, está o primeiro contato com as letras, que se dá de forma natural. 

A dinâmica do ensino da escrita inicia-se com a letra bastão, mais conhecida como “letra de forma”, que é executada com um traçado mais simples e de fácil aprendizagem.

Para a criança que ainda está em desenvolvimento da leitura, usar a letra cursiva, por emendar uma letra na outra, dificulta esse processo. Por esse motivo, a letra de mão só é apresentada após as primeiras etapas da alfabetização, ou seja, quando o aluno já tem a noção da leitura.

Assim, a escrita cursiva, também conhecida como “letra de mão”,  é apresentada aos pequenos aos 5 ou 6 anos, geralmente de forma mais lúdica.  

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Transtornos de escrita – quais são e como tratar?

O caminho até a fluência da escrita nem sempre é livre de percalços. Certas transtornos mentais impõem inúmeros obstáculos ao processo de alfabetização.

Há, por exemplo, três transtornos específicos de aprendizagem listados na edição mais recente do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), que é uma das bases de diagnósticos de saúde mental mais conhecidas no mundo. São eles: a dislexia (que causa prejuízos à leitura); a disortografia (relacionada à expressão escrita); e a discalculia (que afeta as habilidades matemáticas).

Os transtornos da expressão escrita, de acordo com os critérios diagnósticos do Manual, são manifestados pela:

  • Capacidade significativamente inferior à média das habilidades de expressão escrita para a idade cronológica da criança, ou de sua capacidade intelectual e nível de escolaridade;
  • Dificuldade na expressão escrita apresentada pelo indivíduo, que interfere de modo significativo nas atividades cotidianas que requeiram habilidades de escrita, como escrever frases gramaticalmente corretas e parágrafos organizados;
  • Presença de algum déficit sensorial, que dificulta sobremaneira a escrita;
  • Falta de habilidade na composição de textos, em gramática e pontuação e má organização dos parágrafos, com erros frequentes de ortografia e caligrafia precária.
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Coordenação motora fina e alfabetização – entenda a relação

Massinha, costura e bordados, colagens com letrinhas de macarrão, grãos, miçangas. O que tudo isso tem em comum? São todas atividades interessantes capazes de ajudar a desenvolver a coordenação motora fina, sem a necessidade de realizar exercícios maçantes e repetitivos que deixam as crianças cansadas.

E, sabe-se, a coordenação motora fina, que é a capacidade de coordenar movimentos decorrente da integração entre cérebro, músculos e articulações, é uma habilidade fundamental para o processo de alfabetização.

Ao lado da evolução cognitiva, o desenvolvimento motor vai além de aprender a agarrar objetos ou de seguir desenhos pontilhados. Essa motricidade deve começar a crescer ainda nas séries iniciais – na verdade, ela começa nos primeiros passinhos, sob a forma de coordenação motora ampla, ligada a atividades relacionadas ao impulso físico, como quando a criança ainda rasteja no chão, ou quando pula e dança.

Já a coordenação motora fina é a capacidade de usar com precisão os músculos menores, localizados principalmente nas mãos e nos pés, para realizar movimentos delicados e específicos. É por meio dela que a criança se torna capaz de manusear objetos e de realizar atividades como recortar, costurar, desenhar, pintar e, claro, escrever.

Manusear o lápis

Manipular de forma correta um lápis não é algo nato. Precisa ser aprendido, e essa é a tarefa número um do processo de alfabetização infantil. Se a coordenação motora fina for bem-sucedida, será mais fácil passar, em breve, escrever com o lápis.

Exercitar as mãos de modo coordenado, portanto, é imperativo. Isso deve ser feito de modo criativo e criterioso.

É preciso atentar para os detalhes desse processo. Ensinar desde cedo a pegar corretamente no lápis, por exemplo, é muito importante. Pensando nisso, até o tamanho do objeto faz diferença e evita problemas ergonômicos e de caligrafia.

É fato que a criança que segura o lápis errado costuma se cansar mais ao resolver as tarefas – tentar usar um toquinho de lápis pode exigir um esforço muscular muito maior do aluno. Por outro lado, um lápis muito longo pode tornar a escrita instável e difícil.

O educador deve demonstrar qual é a pressão adequada a ser exercida sobre o lápis e, se necessário, auxiliar a criança a posicionar o lápis no ponto inicial do traçado e parar no ponto final da linha – aí está um dos exercícios mais comuns nas escola: o de descrever traçados dentro de uma trilha pontilhada, mantendo uma só orientação da folha.

Competências fundamentais

A partir daí, vale incentivar um conjunto de prática como recortar, pintar, desenhar, apertar e bater palmas de modo ritmado, colocando em prática competências fundamentais para o desenvolvimento cognitivo da criança, entre elas a atenção, a manutenção da atenção, a sequência, a memória e a imitação.

E os estudos mostram a importância da atividade motora em lugar do uso indiscriminado de tecnologias, pelo menos nessa fase da primeira infância. Várias pesquisas provam que a criança em fase de alfabetização que é exposta ao uso de lápis ou giz de cera apresenta muito mais ativação neurológica, se comparada a outra que utiliza um tablet. Isso revela como o movimento das mãos (mais incentivado pelo uso do lápis) determina o estímulo a competências mais efetivas.

A seguir, você pode ver quais são as tarefas que mais auxiliam a coordenação motora fina:

– Massinha: a criança pode manuseá-la, apertar, fazer bolinhas, em movimentos de sobe e desce com os dedinhos. Esse exercício lúdico trabalha a força das mãos, mas precisa de supervisão, para que os pequenos não levem o material à boca.

– Papel: ao amassar papel e fazer bolas, a criança movimenta as mãos e vai se aperfeiçoando no manuseio de objetos e no próprio controle das mãos. Ela pode ainda rasgar papel, realizando movimentos simultâneos e alternados.

– Fios e barbantes: pegar e usar algum objeto de modo criativo também ajuda a desenvolver a coordenação motora fina. A criança pode fazer colares, pulseiras e outros itens de decoração.

– Pintura: os desenhos com a mão, pincéis ou esponjas também otimizam a coordenação motora dos pequenos.

– Dobraduras: outra forma de exercitar as mãos que eleva a habilidade de manipular objetos de uma forma bem mais precisa.

É bom ressaltar que o ambiente doméstico pode ajudar muito a desenvolver as crianças, mas, seja como for, o papel de pedagogos e educadores é fundamental para estimular o contato seguro com objetos e desenvolver a coordenação motora fina das crianças.

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Níveis de escrita: pré-silábico, silábico, silábico-alfabético e alfabético

É passo a passo, degrau a degrau, que a criança em fase de alfabetização desenvolve a capacidade de escrever. Antes mesmo de chegar ao ponto de dominar a escrita, ela passa por várias etapas.

Em cada uma ela leva em conta as informações que recebe, mas também acrescenta, sempre e ao mesmo tempo, algo de pessoal nesse processo. Assim, esse processo obedece a uma linha evolutiva, que passa por quatro grandes níveis de escrita (ou hipóteses de escrita): pré-silábico, silábico, silábico alfabético e alfabético.

Neste artigo, vamos detalhar cada um desses níveis e mostrar quais são suas características. Vejamos!

Psicogênese da língua escrita

Os níveis de escrita foram desenvolvidos pela psicóloga Emília Ferreiro e pela psicopedagoga Ana Teberosky, influenciadas pelas teorias do pesquisador suíço Jean Piaget.

A definção dos níveis resultou de uma pesquisa sobre a psicogênse da língua escrita. Segundo o dicionário Oxford na internet, a psicogênese consiste na origem e desenvolvimento dos processos psicológicos ou mentais.

Isso significa que o termo se refere à análise do comportamento da mente ou da personalidade, diante de fatos, atividades e experiências psicológicas.

Quando falamos sobre a alfabetização, sabemos que o contato com a leitura e a escrita é um dos maiores marcos de aprendizagem para as crianças. Com base nisso, a psicogênese da língua surgiu para que o processo de aprender a ler e a escrever seja visto muito além do convencional. 

Em outras palavras, Ferreiro e Teberosky descobriram que havia uma falha de rendimento nas crianças em fase de alfabetização. Chegaram, então, à conclusão que, antes de os alunos desenvolverem e compreenderem o alfabeto, eles construíam diversas hipóteses sobre a escrita.

Conforme as autoras, as crianças são leitoras do seu mundo, antes mesmo de se alfabetizarem. Por essa razão, a aprendizagem da leitura e da escrita não pode ser feita de maneira mecânica. 

Nível pré-silábico: desenhos e rabiscos de letras

O nível pré-silábico é o primeiro dos quatro níveis de escrita. Nele a criança inicia seu processo de distinção entre desenho e escrita. Nesse período, ela ainda não conhece direito o alfabeto, mas já percebe que a escrita representa o que ela diz, mesmo que ainda se expresse por meio de rabiscos e desenhos.

Sem dominar o uso das letras, é comum que a criança use critérios quantitativos, variando a quantidade de letras para obter escritas diferentes, e qualitativos, a fim de variar o repertório das letras ou a posição delas, sem alterar a quantidade.

Em geral, a criança demonstra intenção de escrever por meio do traçado linear com formas diferentes e pode caracterizar uma palavra com a letra inicial. Ela também apresenta leitura global, individual e instável do que escreve, de modo que só ela sabe o que realmente escreveu. Nessa fase, contudo, a criança não estabelece vínculo entre fala e escrita e acaba usando letras do próprio nome ou números e letras na mesma palavra.

Confira abaixo dois exemplos (nível 2 e nível 1) de escrita pré-silábica:

Níveis de escrita: pré-silábico nível 2
Fonte: Fundação Cecierj
Níveis de escrita: pré-silábico nível 1
Fonte: Fundação Cecierj
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