Os verbos são a classe de palavras que caracteriza uma determinada ação, estado, ou fenômeno da natureza. A classificação dos verbos é determinada por meio de suas flexões e podem ocorrer conforme o número, pessoa, modo, tempo, aspecto e voz.

Neste contexto, na Língua Portuguesa, os verbos têm uma série de classificações: regulares, irregulares, anômalos, abundantes, defectivos, pronominais, auxiliares, principais, de ligação e significativos. Vamos conhecer cada uma delas? Acompanhe!

Verbos regulares

Os verbos regulares são aqueles nos quais a conjugação não provoca nenhum tipo de alteração no radical, ou seja, eles se encaixam nos modelos fixos de conjugação, como o verbo “amar”, por exemplo: 

  • amar;
  • amei;
  • amarei;
  • amava;
  • amasse.

É possível notar que, ao flexioná-lo, o seu radical (am) não sofre nenhuma modificação.

Verbos irregulares

Já os verbos irregulares, são aqueles que tanto os radicais, quanto suas terminações passam por alterações durante a conjugação. Esse é o caso do verbo “fazer”:

  • faço;
  • fazia;
  • fiz;
  • fizera;
  • faria;
  • farei. 

Como você pode perceber, nos exemplos destacados, o verbo fazer sofreu mudanças tanto em seu radical (faz), quanto em suas terminações que variaram. 

Verbos anômalos

Os verbos anômalos passam por grandes modificações quando são conjugados. Podemos citar os verbos “ir” e “ser”, para exemplificar:

Verbo “ir”

  • fui;
  • vou;
  • irei;
  • ia;
  • iriam.

Verbo “ser”

  • sou;
  • era;
  • foste;
  • sereis;
  • seja;
  • seriam.

Verbos abundantes

Na classificação dos verbos, os abundantes dispõem de duas maneiras aceitas na gramática, isto é, são encontrados no particípio regular, bem como no irregular. Em outras palavras, se, no infinitivo, os verbos são “entregar”, “expulsar”, “eleger” e “inserir”, por exemplo, no particípio regular ficam:

  • entregado;
  • expulsado;
  • elegido;
  • inserido. 

Já no particípio irregular se tornam:

  • entregue;
  • expulso;
  • eleito;
  • inserto.

Verbos defectivos

Os verbos defectivos não apresentam todas as formas verbais devido aos fatores morfológicos, fonéticos ou semânticos. Isso significa que não podem ser conjugados em alguns tempos, pessoas ou modos. Assim, eles são categorizados como:

Impessoais

Os verbos impessoais não possuem sujeito e são, normalmente, conjugados somente na terceira pessoa do singular. Esse é o caso do verbo “haver” (existir) e do verbo “fazer” (tempo decorrido). Acompanhe os exemplos:

  • Havia muita comida no prato dele.
  • Houve uma apresentação na escola hoje a tarde.
  • Faz duas horas que ela saiu de casa.
  • Faz dois anos que eu estou na faculdade.

Vale dizer que, além dos verbos mencionados, todos os que apresentam fenômenos naturais também são classificados como impessoais, como, por exemplo:

  • amanhecer;
  • chover;
  • escurecer;
  • esquentar;
  • trovejar;
  • ventar. 

Esses verbos só podem ser conjugados quando estão no sentido figurado, no contexto literário. Exemplo: “Amanheci com dor nas costas”. 

Unipessoais

Os unipessoais, mesmo apresentando um sujeito, são os verbos cuja conjugação é feita apenas em terceira pessoa do singular ou plural. Eles servem para caracterizar as ações ou vozes de animais e indicar sensação e necessidade em orações subordinadas substantivas. Observe abaixo:

  • Os gatos miaram durante o banho.
  • Meu cachorro late demais para os vizinhos.
  • É fundamental que você estude para a prova.
  • Custa antecipar o pagamento do boleto?

Assim como ocorre nos verbos impessoais, a conjugação só é possível se a frase apresentar sentido figurado. Exemplo: “Eu rosnei de raiva, quando soube”.

Pessoais

Os verbos pessoais também apresentam sujeito, no entanto, não possuem determinadas flexões por razões eufônicas e morfológicas. Podemos citar o verbo “falir”, como exemplo. Quando ele é conjugado no presente do indicativo, expõe um formato idêntico ao verbo “falar”, gerando confusão no momento de interpretar. 

Já o verbo “computar” quando conjugado no presente do indicativo, apresenta sonoridade indelicada e, por vezes, é substituído por sinônimos. Observe o exemplo:

  • Ela computa as folhas de pagamento.
  • Ela calcula as folhas de pagamento. 

Verbos pronominais

Os verbos pronominais se juntam aos pronomes oblíquos átonos, ou seja, “me, te, se, nós, vós, se”, durante a conjugação. Estes pronomes estão sempre associados à pessoa do sujeito ou ao pronome reto, formando as conjugações a seguir:

  • Pronominal reflexiva: ocorre quando a ação remete ao sujeito, como, por exemplo: “ela se maquia” ou “ela maquia-se”. 
  • Pronominal recíproca: ocorre quando a ação remate a cada um dos sujeitos, quando a frase está no plural, como, por exemplo: “ele se casou” ou “ele casou-se”.

Além disso, os verbos pronominais são classificados em:

  • Essenciais: usados somente nas formas pronominais (zangar-se, arrepender-se, queixar-se);
  • Acidentais: usados tanto na forma pronominal, como na forma simples (esquecer/esquecer-se, lembrar/lembrar-se, secar/secar-se).

Verbos auxiliares

Dentro da classificação dos verbos, os auxiliares consistem nos que acompanham as formas nominais do verbo principal, indicando o tempo, número, modo ou pessoa da ação. Eles são utilizados nos tempos compostos, voz passiva e locuções verbais. Podemos destacar como exemplo os verbos: “ser”, “estar”, “ir”, “ficar”.

Verbos principais

Como o próprio nome entrega, os verbos principais são os que não necessitam de outros para a interpretação. Dentre eles: “brincar”, “correr”, “andar”, cantar”, “estudar”.

Verbos de ligação

Os verbos de ligação também conhecidos como “copulativos”, são aqueles que apresentam um estado ao associar um atributo ao sujeito. Acompanhe os exemplos:

  • Maria é muito bonita.
  • Eu estou desanimada.
  • João parece muito alegre. 

Verbos significativos

Por fim, na classificação dos verbos, os significativos são os que apresentam uma ação. Eles podem ser intransitivos ou transitivos (direto, indireto, ou direto e indireto), conforme os exemplos abaixo:

  • Verbos intransitivos: não precisam de objeto direto ou indireto para que a oração faça sentido. Exemplo: “nascer”, “viver”, “morrer”;
  • Verbos transitivos: precisam de um complemento verbal para que a oração tenha sentido. Exemplo “quebrar”, “ler”, “fazer” (verbo transitivo direto), “acreditar”, “saber”, concordar” (verbo transitivo indireto), “agradecer”, “perdoar”, “pagar” (verbo transitivo direto e indireto).

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