Língua Portuguesa e Literatura para o Enem

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A altura, À altura e Há altura– quando utilizar cada termo?

As construções “há altura“, “a altura” e “à altura” existem na língua portuguesa, mas têm significados distintos. Neste artigo, vamos mostrar quando usar cada uma. Vejamos!

Há altura

Em “há altura“, temos o encontro do verbo haver (na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo) com o substantivo feminino altura. Vejamos alguns exemplos:

  • Pelo que vi, não há altura suficiente para fazer a fundação da casa aqui.
  • Há altura para construir uma piscina nesse terreno?
  • Não há altura para praticar saltos nessa região.

A altura

Já na construção “a altura“, temos o encontro do artigo definido feminino “a” com o substantivo feminino “altura”:

  • Preciso saber a altura correta para projetar os móveis.
  • A altura daquele senhor espantava a todos.
  • Vou pesquisar qual a altura do monte Everest.

À altura

Por fim, à altura, com crase, é um locução que significa “como a situação exige” ou “como deveria ser”. Vamos conferir alguns casos:

  • Eu me sinto à altura da tarefa.
  • Esse homem está à altura da missão
  • Espero estar à altura das suas expectativas.

Vale dizer que, na língua portuguesa, todas as locuções que têm núcleo feminino devem receber o acento grave.

É importante ressaltar ainda que, se houver algum outro termo entre a preposição “a” e o substantivo feminino “altura”, não devemos utilizar a crase (ex: a certa altura, a meia altura, a essa altura, etc.)

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Exijo x Exigo – qual a forma correta?

A grafia correta é exijo, com “j”. A forma exigo não existe na língua portuguesa e, por isso, não deve ser utilizada. Neste artigo, vamos fazer uma análise do termo. Vejamos!

Exijo

Exijo é a conjugação do verbo exigir na primeira pessoa do singular do presente do indicativo:

  • Eu exijo;
  • Tu exiges;
  • Ele exige;
  • Nós exigimos;
  • Vós exigis;
  • Eles exigem.

De acordo com o dicionário Aulete, exigir possui cinco significados distintos:

  1. Requerer (algo) em função de direito fundado ou suposto; REIVINDICAR.
  2. Impor (algo) a (alguém), usando autoridade ou direito; IMPOR; ORDENAR.
  3. Estipular por meio de regras, normas; ESTABELECER; PRECEITUAR.
  4. Ter necessidade de; PRECISAR; REQUERER.
  5. Solicitar de modo exigente, autoritário; ORDENAR.
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A tarde, À tarde e Atarde – quando usar cada um?

As expressões a tarde, à tarde e atarde existem na língua portuguesa, mas elas possuem funções e significados diferentes. Neste artigo, vamos mostrar quando usar cada uma. Vejamos!

1) A tarde

A expressão a tarde representa o simples encontro entre o artigo definido feminino “a” e o substantivo feminino “tarde”. Vejamos alguns exemplos:

  • A tarde estava muito ensolarada naquele dia. Por isso, decidimos sair para passear.
  • A tarde parece mais do quente que a manhã.
  • A parte do dia que mais gosto é a tarde, porque é quando encontro meus amigos.
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É correto dizer “vou ir”?

A locução “vou ir” está correta e pode ser utilizada para indicar uma ação no futuro. Neste artigo, vamos explicar por que não há erro algum nesse tipo de expressão. Vejamos!

Locução verbal

Na construção “vou ir”, o termo “vou” funciona como verbo auxiliar da locução verbal indicativa de futuro. Nesse sentido, ele pode ser usado com diversos outros verbos no infinitivo. Vejamos alguns exemplos:

  • Eu vou ir ao teatro amanhã.
  • Eu vou correr no parque hoje à tarde.
  • Se não chover, eu vou sair para caminhar.
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Viva a ciência x Viva à ciência – tem crase?

A palavra viva pode ou não vir seguida do acento indicativo de crase. Isso vai depender da função morfológica do termo. Neste artigo, vamos abordar todos os casos. Vejamos!

“Viva” como verbo

O termo viva pode exercer a função de verbo para indicar uma oração optativa, ou seja, uma oração que expressa um desejo. Nesse caso, viver atua como verbo intransitivo. Logo não devemos usar crase.

ex: Viva a ciência!

O sentido da frase acima seria o mesmo de “eu desejo que a ciência viva”. Nesses casos, o termo que vem após o verbo é o sujeito, e não o objeto.

Assim, quando mudamos o número do sujeito, devemos ajustar a conjugação do verbo para manter a concordância.

ex: Vivam os reis! (o mesmo sentido de “eu desejo que os reis vivam.”)

Vale destacar, contudo, que, segundo o dicionário Aulete, a forma invariável do termo é consagrada pelo uso e pode ser utilizada também (ex: Viva os professores!).

Nesses casos, o termo viva estaria funcionado como interjeição, e não como verbo.

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Pôs x Pois – quando utilizar cada um?

Por conta da proximidade da pronúncia, muitas pessoas confundem os termos pôs e pois. Por isso, neste artigo, vamos mostrar quando utilizar cada um. Vejamos!

Quando utilizar “pôs”?

Pôs é a conjugação do verbo por na terceira pessoa do singular no pretérito perfeito. Vejamos alguns exemplos de uso dessa palavra:

  • Maria pôs o leite para ferver antes de preparar o lanche.
  • Ele pôs a chave em cima da mesa quando chegou.
  • Para preservar a pintura, Rui pôs uma capa de proteção no carro.

Vale acrescentar que por é um verbo irregular. Isso quer dizer que, quando conjugado, sofre alteração em seu radical.

Quando utilizar “pois”?

Pois pode exercer três funções distintas: conjunção explicativa, conjunção conclusiva e conjunção adversativa. Vamos ver cada um desses casos.

Conjunção explicativa

Nesse caso, pois é sinônimo de porque, visto que, dado que, etc.:

  • Não poderei ir a sua festa, pois tenho que estudar.
  • Marquei a consulta com o cardiologista, pois que fazer um check-up.

Conjunção conclusiva

Nessa situação, pois é utilizado no lugar de logo, portanto, dessa forma, etc.:

  • Já que não chegamos a uma conclusão, devemos, pois, marcar uma nova reunião para discutir esse tema.
  • Essa pessoa cometeu um crime. Ele deve, pois, ser condenada.

Ressalta-se que, quando funciona como conjunção conclusiva, o pois deve vir sempre após o verbo e entre vírgulas.

Conjunção adversativa

Nessa função, pois transmite uma ideia de oposição e é sinônimo de porém, mas, contudo, etc.:

  • Você acha que manda em mim? Pois eu sou uma pessoa livre.
  • Você está esperando o ônibus? Pois a empresa está em greve.

Resumo

  • Pôs – conjugação do verbo por;
  • Pois – conjunção.

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Apressar x Apreçar – qual a diferença?

As palavras apressar e apreçar existem na língua portuguesa, mas possuem significados bem diferentes. Neste artigo, vamos mostrar como e quando usar cada uma. Vejamos!

Apressar

Apressar é um verbo de 1ª conjugação, derivado do substantivo pressa. Segundo o dicionário Aulete, ele tem dois significados:

  1. Tornar ou tentar tornar mais rápido;
  2. Fazer ou tentar fazer acontecer antes do tempo previsto, antecipar.

Nesse sentido, vejamos alguns exemplos de uso desse termo:

ex1: Maria se apressou para não chegar atrasada à reunião.

ex2: Tivemos que nos apressar para não perder o voo.

ex3: Jonas e Rodrigo se apressaram para chegar ao ponto de ônibus na hora certa.

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Regência verbal – conceito e principais casos

Regência verbal é a relação entre o verbo e os seus possíveis complementos, o que pode ou não ocorrer com auxílio de preposição.

O verbo é considerado o termo regente e os seus complementos são os termos regidos. Como complementos do verbo temos o objeto direto (não preposicionado) e o objeto indireto (preposicionado). Veja por qual tipo de verbo cada um deles é exigido:

– Verbo transitivo direto (VTD): exige apenas objeto direto;

– Verbo transitivo indireto (VTI): exige apenas objeto indireto;

– Verbo transitivo direto e indireto (VTDI): exige tanto o objeto direto quanto o objeto indireto.

Obs.: verbos intransitivos não exigem complemento.

Confira alguns exemplos de regência verbal:

1. Este aparelho aspira o pó.

Aqui o verbo aspirar significa sorver, sugar. Nesse sentido, quem aspira, aspira algo, portanto o complemento do verbo é o objeto direto “o pó”, que não apresenta preposição.

2. Esses homens apenas aspiram ao lucro.

Agora, o verbo aspirar significa desejar, almejar. Nesse sentido, quem aspira, aspira a alguma coisa, por isso o complemento do verbo é o objeto indireto “ao lucro”, introduzido pela preposição a.

Por meio desses dois exemplos já é possível perceber como a mudança de regência de um verbo pode acarretar também na mudança de seu sentido. 

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Verbo: tudo sobre essa classe gramatical

Verbo é uma palavra que exprime ação, fenômeno natural, estado, mudança de estado ou um fato. Também é uma classe gramatical que varia em modo, tempo, número e pessoa. Veja alguns exemplos:

– O menino joga bola como um profissional. (ação / fato – presente)

Trovejou demais durante a viagem. (fenômeno natural – passado)

Estou feliz por você. (estado – passado)

Estrutura do verbo

Do ponto de vista morfológico, o verbo apresenta os seguintes elementos:

1. Radical: é a base do verbo, parte invariável que contém o sentido que ele carrega. Identificamos esta parte apenas retirando as terminações –ar, –er ou –ir do infinitivo.

and-ar corr-er emit-ir

2. Vogal temática: é a vogal que se junta ao radical, indicando a qual conjugação o verbo pertence.

-a- (indica verbos da primeira conjugação): and-a-r

-e- (indica verbos da segunda conjugação): corr-e-r

-i- (indica verbos da terceira conjugação): emit-i-r

Importante: verbos terminados em –or, como pôr e seus derivados propor, compor, repor etc., são de segunda conjugação. No português arcaico, esse verbo era poer e tinha o –e– como vogal temática, porém essa letra desapareceu da palavra com o passar do tempo.

3. Tema: é a junção do radical + vogal temática.

anda-mos corre-rei emiti-u

4. Desinências modo-temporais: parte variável do verbo que se anexa ao radical e à vogal temática para indicar o modo e o tempo a que ele pertence.

anda-va: indica o pretérito imperfeito do indicativo

corre-sse: indica o pretérito imperfeito do subjuntivo

emitir-ei: indica o futuro do presente do indicativo

5. Desinências número-pessoais: parte variável do verbo que se anexa ao radical e à vogal temática para indicar o número e a pessoa do discurso a que ele faz referência.

and-o: 1ª pessoa do singular – eu

corre-s: 2ª pessoa do singular – tu

emiti-mos: 1ª pessoa do plural – nós

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Tempos verbais: conceito e exemplos

Tempo verbal é uma das flexões do verbo, o qual também pode flexionar em modo, número e pessoa. Dentre essas variações, o tempo é a única que indica a relação de presente, pretérito (ou passado) e futuro entre o fato expresso no discurso e o momento do ato de fala.

Na prática, o nosso ato de fala só pode ocorrer no tempo presente, pois é somente nele que vivemos, enquanto o nosso discurso, além de poder expressar um fato do presente, também pode expressar um fato do pretérito ou do futuro. Isso só é possível por causa dos verbos, única classe gramatical que nos permite “viajar” no tempo por meio do discurso.

Agora, imagine a seguinte situação: você está no trabalho lendo os artigos do Clube do Português, quando o seu chefe o interrompe para dar a seguinte notícia:

Estou muito feliz! O nosso cliente da Bélgica fechou o contrato! Viajaremos para lá na sexta-feira que vem para encontrá-lo, ok?”

Perceba que no discurso acima temos três verbos em negrito, e cada um deles está em um tempo verbal. Vejamos o porquê:

“Estou” – verbo no tempo presente, porque indica que o fato em questão (a felicidade do seu chefe) ocorre no mesmo momento em que ele fala.

“Fechou” – verbo no tempo pretérito, porque indica que o fato em questão (o fechamento do contrato) ocorreu antes do momento da fala do seu chefe.

“Viajaremos” – verbo no tempo futuro, porque indica que o fato em questão (a viagem a trabalho) ocorrerá somente após o momento da fala do seu chefe.

Entendido isso, vamos conhecer os desdobramentos que cada um desses três tempos verbais sofre dentro de cada modo verbal.

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