Antes de estudarmos o que é ditongo, é necessário relembrar a diferença entre vogal e semivogal. Vejamos!

Vogal

Vogal é o fonema vocálico que se ouve mais distintamente, pois sua pronúncia é forte. As vogais funcionam como base da sílaba, ou seja, não existe sílaba sem vogal. Mais importante ainda: só existe uma única vogal por sílaba.

Semivogal

Semivogal é o fonema vocálico com pronúncia mais fraca, com baixa intensidade, por isso não constitui sílaba sozinha e sempre acompanha uma vogal. Somente as vogais /i/ e /u/ podem funcionar também como semivogais. Quando isso ocorre, serão representadas pelos fonemas /y/ e /w/, respectivamente.

Importante saber que os dois fonemas são vocálicos pelo fato de não haver, durante sua emissão, nenhum obstáculo – língua, lábios, dentes – que se oponha à corrente de ar vinda dos pulmões. Agora que você já conhece a diferença entre os fonemas, vamos descobrir mais sobre as palavras com ditongo.

Ditongo: o que é?

O ditongo é, portanto, um tipo de encontro vocálico que se define por ser a união de uma vogal e de uma semivogal, ou vice-versa, na mesma sílaba. Exemplos:

  • faixa (fai-xa): a vogal / i semivogal, pois representa o fonema /y/;
  • pátria (pá-tria): i semivogal, pois representa o fonema /y/ / a vogal;
  • couro (cou-ro): o vogal / u semivogal, pois representa o fonema /w/;
  • canção (can-ção): ã vogal / o semivogal, pois representa o fonema /w/.

Classificação dos ditongos

Na língua portuguesa, temos o ditongo crescente e o decrescente, oral ou nasal. Veja:

Ditongo crescente

Ocorre quando a semivogal vem antes da vogal.

Ex: cárie, calvície, glória, pátria, aquoso.

Ditongo decrescente

Ocorre quando a vogal vem antes da semivogal.

Ex: pai, pau, fiquei, partiu, foice.

Ditongo oral

Ocorre quando o ar sai livremente pela boca.

Ex: série, quatorze, veia, vaidade, caule.

Ditongo nasal

Ocorre quando a corrente de ar vibrante passa pelas cavidades bucal e nasal ao mesmo tempo. São indicadas pelo ~, m, n.

Ex: amam, cãibra, sêmen, item, frequente.

É normal que as pessoas se perguntem o porquê das palavras terminadas em -am (verbo), -em (verbo ou não verbo), -en (nome) e -en(s) (verbo ou não verbo) serem classificadas como ditongo decrescente nasal.

A resposta é simples: quando estudamos encontros vocálicos (ditongos, tritongos e hiatos), a forma como pronunciamos as palavras conta mais que a sua grafia, por isso as letras –m e –n assumem papel de semivogal. Exemplos: dançam (= ãw), bebem (= ẽy), sem (= ẽy), glúten (= ẽy), conténs (= ẽy), hifens (= ẽy).

Com o dígrafo consonantal que também pode ocorrer dúvidas, pois algumas vezes ele constitui um ditongo, enquanto em outras constitui um tritongo. A diferenciação ocorre da seguinte maneira: quando a letra u não for pronunciada, como nas palavras queijo e toquei, teremos ditongo; quando a letra u for pronunciada, como na palavra sequoia, teremos tritongo.

Ditongo e a divisão silábica

Os ditongos não são separados pelo fato de uma semivogal sozinha não poder constituir sílaba. No entanto, os ditongos crescentes –ea, -eo, -ia, -ie, -io, -oa, -ua, -ue, -uo, em final de palavra, seguidos ou não de –s, são vistos como possíveis hiatos de palavras proparoxítonas acidentais (também chamadas de proparoxítonas aparentes ou eventuais). Veja exemplos de palavras com ditongo neste caso:

Exemplo: his-tó-ria (paroxítona com ditongo crescente) ou his-tó-ri-a (proparoxítona acidental com hiato).

Por que este conteúdo é importante?

A classificação dos encontros vocálicos é um pré-requisito para o estudo de divisão silábica e acentuação gráfica.

*

Quer aprofundar seus conhecimentos na língua portuguesa? Então, continue seus estudos com a Gramática On-line do Clube do Português.