O travessão é um sinal de pontuação representado por um traço na horizontal (—) maior que o hífen. Seu uso é muito comum em textos narrativos, descritivos, dissertações e diálogos de modo geral, podendo até mesmo substituir outras pontuações.

Veja a seguir alguns exemplos de quando utilizá-lo.

Travessão no discurso direto

1. Indica o início da fala de um personagem ou a mudança de interlocutor nos diálogos:

“— Ele não quer responder.

— Mas por quê?

— Diz que não está autorizado…”

(Érico Veríssimo)

Observação: Neste caso, pode, ou não, vir acompanhado das aspas.

2. Isola a fala da personagem da fala do narrador:

— Que deseja agora? — gritou-lhe afinal, a voz transtornada. — Já não lhe disse que não tenho nada a ver com suas histórias?

(Fernando Sabino)

Travessão com efeito de ênfase

1. Isola palavras, expressões ou orações que se deseja destacar ou enfatizar:

“O obelisco aponta aos mortais as coisas mais altas: o céu, a Lua, o Sol, as estrelas, — Deus.”

(Manuel Bandeira)

No meio da frase, usa-se travessão duplo:

“Acresce que chovia peneirava uma chuvinha miúda, triste e constante …”

(Machado de Assis)

2. Denota uma pausa mais forte na leitura, o que geralmente substitui os dois-pontos:

“… e se estabelece uma cousa que poderemos chamar — solidariedade do aborrecimento humano”

(Machado de Assis)

Travessão nas orações e expressões intercaladas

1. Nas orações e expressões intercaladas, o travessão pode substituir a vírgula, os parênteses, os colchetes ou os dois-pontos, separando-as da oração principal:

Um grupo de turistas estrangeiros — muito ruidosos — invadiu o saguão do hotel no qual estávamos hospedados.

Minha tia — a dona da casa — irá atender você.

2. Isola um comentário do autor no texto: 

Aquela pessoa — eu já havia falado isso — mostrou que fez por merecer.

A vírgula e o ponto e vírgula após o travessão

Pode haver vírgula ou ponto e vírgula após o travessão. Nesse caso, ignore a existência dos travessões e do conteúdo que há dentro dele e foque no restante da oração. Caso haja necessidade de vírgula ou ponto e vírgula mesmo assim, use-os! Veja como:

Grande futuro? Talvez naturalista, literato, arqueólogo, banqueiro, político, ou até bispo — bispo que fosse —, uma vez que fosse um cargo…

(Machado de Assis)

O trecho poderia ser reescrito da seguinte forma:

Grande futuro? Talvez naturalista, literato, arqueólogo, banqueiro, político, ou até bispo, uma vez que fosse um cargo…”

O travessão e as siglas

Emprega-se os travessões, bem como os parênteses, para destacar uma sigla de seu nome próprio no meio de uma frase. Exemplos:

“O Fundo Monetário Internacional  — FMI — tem como objetivo estimular a cooperação monetária global.”

“O Sistema Único de Saúde — SUS — foi criado em 1988.”

O travessão e os encadeamentos vocabulares

Usa-se o travessão, e não hífen, para ligar palavras ou grupos de palavras que formam encadeamentos vocabulares:

“A linha aérea Rio—Lisboa”

“O percurso Paris—Londres”

Travessão, hífen e meia-risca

Apesar dos três sinais serem representados por um traço ou um risco, há uma diferença entre o travessão, o hífen e a meia-risca.

O hífen (-) é o menor dos três. O segundo maior é o meia-risca (–). Já o travessão (—) é maior de todos.

Na tabela abaixo, você pode ver os atalhos do teclado para cada um dos sinais:

Fonte: site techtudo.

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